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sábado, 26 de julho de 2014

As entrevistas pólíticas

       
           É uma delícia lermos entrevistas que os políticos concedem.
           As respostas, primam pela riqueza misteriosa dos seu conteúdo, nas entrelinhas. Primam nos cuidados de responder com lições de elevada dose de explicações que nada têm a ver com as perguntas, parece que andamos num carroussel tentando chegar a um ponto fora do trajecto circular que percorremos montados num cavalo de madeira que não se cansa de galopar à volta do eixo central, distraindo-nos com música intensa e o movimento circular com algumas variações sempre iguais e persistentes.
As respostas, empregando obscuros termos técnicos, não permitem a concentração suficiente para que quem as ouve, mal consiguindo acompanhar o raciocínio de quem as concede. E, com marcada frequência, o assunto da pergunta é esquecido, quem ouve as respostas, começa a interpretar o novo assunto e esquece o tema principal, numa técnica muito empregue por quem deseja não apresentar a resposta que sabe correcta, mas politicamente inconveniente. E derivá-la, de forma suave, suspeita, de difícil compreensão,   para outro tema que explica com mais comodidade e  satisfação.
        São cortinas de fumo combinadas quase sempre com demagogia e discurso rico, pomposo, de palavras caras entremeadas com alguns sorrisos e anedotas oportunas.
     

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