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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Sofrendo em algarvio

             As duas amigas contavam vantagens infelizes, relatavam pormenores com salpicos de lamentos, situações doentias empoladas pelo desejo de impor e evidenciar  as suas desgraças.  Pessoas que sempre pretendem ser as mais infelizes, quando se trata de confessor desditas sofridas.
                 - Má na  quêras saber Etelvina, das dores assenhadas que tenho tido nas partes do mê lade esquerdo!
                 - Pôzeu  nem te oço Aidete, com as zumbideiras  nos ouvidos mas o más mar de tudo tenho os intestinos inferiores que parecem que estalam, tam duros, tam duros que nem me consigue virar a dormir. E só na semana que vem , na quarta-feira, tenho consulta mrarcada.
                  - E eu, eu Etelvina, já arecebi o papel da renâincia manética, aquilo tá escrte tudem chenês nem o mê merido que tem o nono ano, apercebeu nada.
                  - Eu fui à consulta ontem mas a médeca , que tamem se chama  Aidete, só me disse  queu tenhe de comer menos pão, menos batatas, menos bananas, menos massas, menos espaguetes, menos bacalhau com batata, ora é tudo o queu gosto mais, mas mesmo com os tejolos que cá tenho na barriga, ando sempre com fome.
           Levantaram-se as duas e caminharam, continuando sofrendo e contando desgraças,    

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