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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Um abafo inaudito.Tempos modernos. Lanigiro asorp uo.

Com um abafo de flanela das minhas tentações desci à rua dos passos perdidos e encontrei-me numa loja vazia, onde um vendedor antipático e untuoso tentava vender-me um pouco de vento, de brisa que soprava naquela tarde ao mesmo tempo que abria um armário feito de água e vinho vintage dentro duma garrafa  invisível cheia de areia movediça onde eu, inconstante e louco, me afundava nu, comendo uma salsicha de coquilhas misturada com soluções de granitos extraídos da tumba dum faraó. O alfarrabista não desistia e enquanto lavava as mãos, como Pilatos, puxava a trela dum tigre enorme, com pintas provocadas pela saliva o cuspo dum polícia que limpava as mãos à parede e rasgava os impressos virgens das multas. Aí eu perdi a paciência e ditei um requerimento solicitando para conseguir poder entrar na piscina municipal e finalmente sentar-me à beira do orçamento. E saí da livraria,  decidindo onde é que eu não ia, enquanto ouvia a sinfonia original da sirene do carro da judiciária.

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