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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Nova profissão

Estou conseguindo uma profissão que ninguém tem, para a qual não há desemprego. Para frequentar o curso a habilitação mínima é a de doutor MD,PHD, MHD, MUD ou MOD, ser natural do local onde nasceu, idade cronológica mínima de oitenta anos e biológica de mais ou menos cento e trinta e cinco. Necessita ainda de exame médico à pele, do negativo a cores duma fotografia a três dimensões e um certificado comprovativo de que não tem cartas de condução de bicicleta, mota, veículos de quatro, seis ou oito rodas ou de lagartas e de que tem os cursos de IPAD,IPOD, INÂOPODE. Deverá ainda trazer um certificado em papel selado passado pela presidência da república de que tem quatro anos de frequência dum curso de culinária bem como as facturas respeitantes à compra dos ingredientes necessários para um jantar de trinta pessoas, além dum presidente da república centro africana, dois deputados morenos e quatro fiscais das finanças.  
Essa nova profissão vai permitir-me descobrir o que está por debaixo do tapete, descobrir a fórmula que transforma qualquer lixo numa parcela do PIB ou, em alternativa, a que transforma o nada em coisa nenhuma.
E deverá permitir o uso da pistola ao examinador, no exame final dos diplomados.

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