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domingo, 20 de março de 2011

O livro da desfaçatez(1) -Ca´ estamos

Gostaria de ir a muitos lugares, ja la estou, ja fui e ja vim , vi tudo e nada vi, conversei com gente desconhecida e ausente, dei por mim parado no tempo, tomei nota da pulsaçao para ver se estava vivo naquela altura, mas esta minha maquina cardiaca nao desiste facilmente, o daquela rapariga que me ultrapassa sem guarda chuva tambem deve ser um coraçao dos antigos, `a prova de agua, de vinho, de feijoadas transmontanas, a minha Mae tinha razao, nao apreciava nada as feijoadas de qualquer provincia portuguesa ou brasileira, as tripas, as morcelas e os pratos fortes e pesados que se partem na mesma caindo ao chao ou atirados para as paredes porque nao os podemos atirar para outro sitio, para as paredes e´ que e´costume atirar com os pratos, nunca vi ninguem , nos filmes ou na vida real, atirar com os pratos para outros sitios, nunca acertam noutros sitios e existem tantos outros sitios, somos muito conservadores, conservamos essa mania de atirar com os pratos para as paredes, nao somos conservadores do mais importante, dos pratos e das respectivas prateleiras. Para os mortos e para os pratos partidos, o cemiterio, porque nao o morterio, que me parece uma palavra muito mais elegante e sensata.
Mas enfim resta o consolo de que ca´estamos .
Com desfaçatez.

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