Tanta coisa que nao me importa que nem me lembro de alguma, como nao me lembra daquela pessoa no meio da procissao, do ultimo peixe do cardume que abservei, do tambor da orquestra que tocava a musica da primeira opera a que assisti, do locutor da TV que deu a noticia do tremor de terra que nos assustou em 1970. E era tudo muito importante. Se nao existissem pessoas no meio da procissao, esta nao existia, se nao existisse um ultimo peixe no cardume, nao existiria cardume, se nao existisse o tambor da orquestra, nao seria uma orquestra, seria uma orquestra sem tambor, se nao existisse aquele locutor, nao teria havido a mesma noticia do tremor de terra. Tudo assuntos que nao me lembro, portanto que nao me importam. Atirei-os para fora da caixa da memoria para que possa lembrar-me doutros.
Sera´ assim tao simples? E´ mais complicado pensar na razao porque aquele casal do quinto esquerdo comprou nos saldos de inverno aqueles dois tapetes libaneses que eles sacodem na varanda? Ou porque e´que a mulher que passa debaixo da minha janela desatou aos palavroes para o telemovel, com o chapeu de chuva aberto, abrigando os palavroes e protegendo-a da chuva? O que lhe importa mais, nao se molhar ou enviar palavroes electronicos para um compadre que a engana?
Estas ondas electronicas nao sao como as do mar. Mandam por vezes beijos e abraços, bjs e abr, outras vezes veneno e raiva.
Mas, meninos, nao se esqueçam que tudo fica registado la´ na Internet.
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