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domingo, 27 de março de 2011

17 - Falta pensar muito

Tanto que falta pensar, sera´ que no Ceu existira´ uma biblioteca do pensamento ? Onde se possa consultar o que nao se pensa, onde se possa indagar qual o rumo do meu nao pensar, qual a tendencia para sentir o meu pensamento numa prateleira duma biblioteca? Onde todos os que pensam possam ampliar o que pensam e sejam compensados com mais juventude, com mais cabelos pretos, brandos e brancos, com mais vida - porque pensam mais? Onde ninguem me pergunte porque penso assim ou assado, porque aqui estou, porque sinto o que nao sinto e porque por vezes consigo saber o que tu pensas , o que ela pensa e para onde atira o meu pensar como eu gosto de me atirar para o mar, ficando em terra a ver-te sorrir e como eu me exclamei por completo nestes dois !! Que rica biblioteca teriamos !

16 - Eu cito

"Nunca se viveu tanto como quando se pensou muito. " (F.Pessoa no seu "Livro do desassossego.)

25 - Olhar

Olho para cima de miim e vejo o azul distante, denso, infinito, a que chamam Ceu. Ceu ? Que pouco chamam `aquele azul, que pouco vemos do Ceu! Uma exclamaçao, um ponto final, uma interrogaçao sera´ suficiente para distinguir, defenir, precisar o Ceu? Einstein demonstrou que o espaço e´ curvo; que se a minha visao for suficiente e forte e quase infinita, que, dirigindo-a la´ para o fundo do espaço, em linha recta, e que, segundo ele, como o meu olhar percorre o espaço em linha curva, e sem argumentos para duvidar de Einstein, consigo ver as minhas costas. E como a velocidade da luz e´ finita, parece-me que me verei almoçando o bacalhau `a Gomes de Sa´, que engoli ha´ umas quantas horas. E, se olho para traz de mim, vejo-me de frente a mastigar. A ciencia oftalmologica nao para de avançar, um dia concordaremos por completo com Einstein.

sexta-feira, 25 de março de 2011

14- Os maiores milagres do mundo

Raras as ocasioes, quando falamos com amigos ou desconhecidos, que vemos referir o muito que devemos `a vida, o muito que nos foi concedido durante a nossa vida, nas anteriores, se existiram, e o que podera´ ser-nos entregue nas futuras (se existirem). Pensamos que as bondades das nossas vidas sao obrigatorias e que sao bens que usamos, abusamos e desperdiçamos como premio de lotaria ou de qualquer jogo de azar. Com uma diferença: os premios de lotaria ou de outros jogos de azar recebem-se com alegria, apregoam-se aos amigos e aos inimigos, usam-se com menores cuidados que o ar que se respira.
Fomos atirados para este mundo numa dadiva sem preço, a dadiva da vida.
Poucos manifestamos alguma alegria por termos recebido esta vida, pouco enaltecemos o que a vida nos concede. E com frequencia a usamos com menores cuidados que usamos com tanta outra coisa de menor importancia. Pouco agradecemos os dons dotados no nosso corpo e de sermos unicos, mais perfeitos e diferentes de qualquer um dos trilioes de mulheres e homens que nos anteederam no tempo, de sermos conjuntos de celulas agrupadas em orgaos, num corpo que e´ a maquina mais resistente da Terra, que podemos gerar, educar e conduzir `a nossa vontade.
Por tudo isso, um autor conhecido, Og Mandino, disse que a mulher e o homem sao os maiores milagres do mundo.

13 - Tanto que inventamoa

Tanta coisa que as mulheres e os homens inventam,tanto que falta inventar!
E tanto que falta inventar com muita utilidade. P.ex., quado aparecera´ uma maquina, um "robot" que , antes de acordarmos, mediante previa marcaçao da hora do serviço, nos prepare para o resto do dia sem nos acordar. Poupar-nos-a´ tempo, barba feita para os homens, banho tomado, perfumados quanto baste, penteados, unhas aparadas, bem vestidos e calçados. Sera´ de certo um boneco mcanico menos complicado que uma maquina de fazer cigarros ou que uma colhedora de algodao. E so´ entao a maquina nos acordara e conduzira directamente para o pequeno almoço enquando nos sussura as principais noticias da imprensa do dia.
Resta apenas saber o quanto as esposas ou os esposos exigirao da maquina, para a satisfaçao de outros apetites matinais. Como todos os "robots", os que nos interessarao e que a criatividade dos homens e das mulheres engendrarem, sofrerao ao longo de alguns anos aperfeiçoamentos sucessivos.
Ha´ muitos anos, p.ex., que os humanos teem aperfeiçoado os toques de alvorada, desde a simples e eficiente marretada na cabeça do conjuge , ate´aos costumes mais suaves de hoje

quinta-feira, 24 de março de 2011

12 - O livro da desfaçatez

Este meu "Livro da desfaçatez" pretende ser um livro repleto de descaramentos, alguns desatinos e atrevimentos. Pretende ser um livro cheio de nada e de tudo, algumas surpresas inesperadas, das que enriquecem a vida, do humor possivel, de hinos `a vida, reverencias ao destino, recordaçoes de algumas paixoes, de sensaçoes que deixaram marca, de acontecimentos fortuitos, de despedidas com esperança, de algumas vitorias e derrotas, de ternuras que nos ofereceram. E ate´ de alguma filosofia da vida.
Nao e´ muito. Mas sempre acreditando que encontraremos muito mais.

11- Abecevario

A vida e´ um milagre.
Bem podemos fazer bem, falta cada vez mais bem fazer.
Cem almas novas nao fazem esquecer uma boa alma.
Dou a minha amizade a quem a desejar, sem nada pedir nem esperar, em troca.
Entre as brumas do meu passado, começo a encontrar a razao de ainda existir.
Faz aos outros o que gostarias que a ti te fizessem.
Guarda paz no coraçao, aumenta a reserva de amor, nao regateies ternura.
Hoje estas aqui e assim, porque Ele quer.Nao te esqueças: retribui quanto possas.
Indiferença: procura esquecer que existe, e´ o principio da insensibilidade.
Junta os teus amigos e aspira esse molhe de flores. Mas nao as arranques do canteiro.
Kapa ficou celebre quando inventaram a kimberlite, tinham que usa´-la para inutilizar e atirar o super-homem para uma cadeira de rodas.
Ler muito. Devagar, depressa, durante o dia, durante a noite, durante o que te apetecer.
Mae: recorda-a, lembra-te que lhe deves a vida, agradece-lhe,pelo menos, que nao teve o desejo de te abortar.
Nao e´ o oiro que nos da´ mais luz.
Ontem foi mais um dia que te ofereceram. Ja´ agradeceste?
Pai: tambem lhe deves muito, nao te deu mais porque nao podia ou nao sabia.
Quem te diz tudo isto, gostaria de saber muito mais para t'o dizer.
Raros sao os momentos em que vivemos.Por pouco estarmos atentos.
Se existes e´ porque Ele existe. Podes duvidar mas nao podes crer que e´s o centro do universo.
Transforma a apatia num desejo, mistura esse desejo com um pouco de bondade e com alguma da sabedoria que possuis. E aguarda, deixa que o tempo fermente o que tens no almofariz. E procura oferecer uma pitada a quem te interrogue, ou te olhe. Se o fizeres, tera´s uma boa surpresa: a mistura vai sempre aumentando.
Um dia veremos que a verdade nao vem dos dicionarios. E´ mais provavel que da alma.
Vibra com tudo, mesmo com o que te parece mais inerte. Que nao seja necessario um terramoto para te agitar. Que baste o sorriso duma criança.
Xailes da fantasia para cobrir os teus pensamentos.
Zanga-te contigo antes de te zangares com alguem. Zanga-te tambem quando te esqueces o que deves `a vida, `as amizades (mesmo as perdidas), o amor que te dao.

quarta-feira, 23 de março de 2011

10- De quem sao estes dois ersos

Sabeis quem foi o autor destes dois versos:
"De sorte que Alexandre em vo´s se veja
Sem `a dita de Aquiles ter enveja."

Quase todos os portugueses que estudaram e aprenderam um pouco da sua lingua, lembram-se dos primeiros versos dos "Lusiadas. Raros os que lembrarao os ultimos dois versos da mesma obra de Luiz de Camoes e que atras trancrevi.

Na mesma onda, nao resisto a citar a penultima estrofe dos "Lusiadas", no Canto X, o ultimo, e tambem raramente conhecido dos leitores:

"Para servir-vos, braço `as armas feito,
Para cantar-vos mente `as musas dada,
So´me falece ser a vo´s aceito,
De quem virtude deve ser prezada.
Se me isto o Ce´u concede, e o vosso peito
Dina empresa tomar de ser cantada,
Como a presaga mente vaticina,
Olhando a vossa inclinaçao divina

E´ sempre um prazer recordar Luiz de Camoes.

9- Uma ambiçao

Tenho uma ambiçao, ainda nao atingida. Que sempre que eu der seja o que for, seja a quem for, nao pense, nem guarde na memoria, que o dou porque o dou e a quem dou. Que nem fique com a satisfaçao de dar. Verao que e´ dificil libertarmo-nos da convicçao de que seremos recompensados, que o destino nos retribuira´com uma boa surpresa, ou que o nosso caracter melhorara´, que seremos menos atingidos por actos irreflectidos que prejudiquem alguem, actos de pouca ou muita importancia (nao somos nos que os podemos avaliar), sacanices atingindo outros nossos semelhantes ou outros animaisl. Num jogo de xadres, ha pouco tempo, cometi uma dessas malandrices reprovaveis, atingindo um individuo com quem jogava pela primeira vez. Ainda nao esqueci o que fiz, o que e´ um incomodo, o remorso e´ sempre incomodo. Penso que o maior castigo e´ nao conseguir ou ter muita dificuldade o esquecer a acçao cometida.
Algumas boas acçoes que tenha cometido ate´ hoje, que muitas nao foram, julgo que as esqueci, na maior parte. Nem me esforço por recordar qualquer delas. So´ um cretino tira prazer em vangloriar-se e recordar as suas boas acçoes.
Apesar de tudo e pensando nao ser toleima nem estulticia, julgo que ficam escritas no livro do tempo.
Ou que talvez seja uma cretinice julgar tanto.

terça-feira, 22 de março de 2011

O livro da desfaçatez- 8

Nao tenho tedio,nao o sinto nem o desejo para ninguem. Pode ser que alguns o apreciem. O tedio tem miolo de nada e casca dura de indiferença. Que impede a entrada de sonhos e de sentimentos. E´ a minha opiniao sobre "essa coisa" .
E´ o que penso sobre o tedio. Na hora em que o sinta, e´ provavel que tenha perdido a faculdade de pensar.
Nunca sinto tedio. Talvez porque sempre encontro maneiras de agradecer `a vida.

O livro da desfaçatez- 7

O marido limpou dois copos de vinho extra longos, que tinlintaram ao som agradavel e convidativo do cristal, arrumou-os no armario, pegou no pano de cozinha que colocara no braço esquerdo, memoria dos tempos de empregado de mesa, e virou-se de novo para a vida.

O livro da desfaçatez-6

Nada melhor para combater a crise que considerar uma dificuldade como um chocolate, um azar como um bombom, como uma traulitada da vida, como uma chamada telefonica propondo mais uma tanga que nao nos comove. Claro que um individuo pouco amante da boa disposiçao, logo perguntara´ "Onde esta´ o bombom ou o chocolate?", ou "o que deseja?, nao o conheço" numa elevadissima manifestaçao de filosofia da vida. Quando e´ conseguida alguma imaginaçao pelo que sofre a publicidade do bombom ou do chocolate ou por quem foi despertado por engano no numero de telefone, uma soluçao podera´ ser retribuir a proposta com uma oferta gostosa e generosa. Ou reparar apenas que e´uma voz agradavel que nos fala, visto que poucos bombons sao amargos e que nao exisem secretarias administrativas com vozes cuasticas quando se enganam.
Salvo as honrosas excepçoes.
Sem estas a vida ficaria mais repleta de chatices.

Conversa de dinossaurios

As conversas entre individuos com mais de 555 anos variam sempre entre o que fizeram e o que nao podem jamais fazer; entre os achaques que sofreram e os farmacos a que se encontram subordinados. Raro se confessam pecados, pecadilhos; os pecadoes, por toleima ou vaidade e quase empre como se relatam trofeus de pescaria . Atiram-se as responsabilidades graves das vidas de cada um para uns inimigos ja´ extintos e referem-se com orgulho malandrices passadas, invocando por norma testemunhos impossiveis de confirmar, porque a ausencia permanente e irrevogavel os impede de comparecer e testemunhar, nesta vida.
E um sorriso ou uma gargalhada alvar e´ a resposta normal, quando aparece por entre a vulgaridade da conversa, um comentario discreto imbuido de alguma filosofia da vida.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Citaçao

No seu "Livro do desssossego", Fernando Pessoa escreveu. no ponto 215, uma frase que julgo defenir o espirito que acompanhou toda a sua escrita: "Quero que a leitura deste livro deixe a impressao de tedio continuado em pesadelo voluptuoso".

O livro da desfaçatez-5

Afinal ainda tenho vinte minutos sem noticias. No predio em frente, todas as janelas estao iluminadas , luzes fracas por detras dos vidros baços, em nenhum interior se nota movimento. numa monotonia semelhante `a fraca luz da noite entristecida por uma unica luz amarela dum candeeiro na rua. A esta hora, o silencio revolta-se e avilta-se, cortado sem metodo pelo passar dos carros e pelo andar triste duns vagos transeuntes. So´ vejo linhas rectas e cortes nas sombras difusas, sombras que sao arremedos de sombras . Nao oiço nada e o que vejo, diferente a cada hora de cada dia, faz-me imaginar tudo o que acontece por detras do que vejo.
Melhor que muitos filmes de Hollywwood ou Bollywood.

O livro da desfaçatez- 4

Leio alguns blogs e assalta-me por vezes uma inveja infernal, corrosiva, perturbadora, insaciavel, tremenda e tremente. Sindo perder-me num labirinto de paixoes (este computador esta´ em greve no que respeita aos tils, acentos graves, agudos e circunflexos: e´´ uma greve das chamadas de zelo, esta´ em serviço mas nao faz o que lhe compete, o que eu acho que e´ uma forma aberrante de justificar uma greve. P~~oe (eis com este computador reage quando carrego na tecla do til) os tils, e os outros acentos , antes das silabas que deverao ser contempladas com os tais senhores sinais ortograficos de acentuaçao. E eu, por vezes, para me vingar, escrevo primeiro a vogal a acentuar e so´ depois o acento, que aparece, impante, em duplicado). E mato-lhe o duplicado, o que nada o perturba. Mas talvez isto me traga uma revoada de sorte, nunca se sabe que reagente pode despertar a sorte, pelo sim pelo nao, vou comprar ja um bilhete de euromilhoes.
Mas a inveja antes referida nada tem a ver com os tils e os outros acentos. E´ apenas a inveja que me invade sempre que leio algumas prosas ou alguns blogs, como p.ex. os de Patricia Reis, uma mulher que nao conheço e a quem devo favores que dificilmente conseguirei retribuir. Que me desculpe, Patricia, se esta´ lendo esta lenga-lenga, se a conheço um pouco, alem de magra e bonita, o que tambe´m e´ importante, parece-me ser uma pessoa indiferente aos elogios, mas deferente para quem a ajuda sem interesse. Para o que espero um dia ter uma oportunidade. E invejar a escrita duma (quase) desconhecida e´ revelar a distinçao dessa pessoa.
Nada custa e creiam-me que me conforta.

O livro da desfaçatez- 3

Sem qualquer especie de vergonha, sem preconceitos, ideias fixas, venho lniciando o meu " "Livro da desfaçatez". Sem desvergonha nem vontade de envergonhar. Sem falta de pudor, com o cinismo de quem encara a felicidade pelo que ela contem, pelo que ela nos da´, como consequencia de alguma virtude que me possa tocar e de todas a que me sao ausentes sem prejuizo nem malificios para quem me rodeiam e para todos os outros separados de mim. Com o descaramento que me permitem todos os atrevimentos na linguagem sem ofensa, nas atitudes sem provocaçoes, nos pensamentos que me ocupem os intervalos no tempo,(se e´ que existem intervalos no tempo, se e´ que edxistem intervalos) onde a lucidez me ilumine. E sem vaidade nem ansia de escutar elogios, aplausos louvores.
Sem sequer pensar em nada disso.

domingo, 20 de março de 2011

O livro da desfaçatez-2

Uma hora vendo um filme.Sem pensar, apenas vendo e ouvindo a historia que nos impingem. Uma forma caricata de sairmos da nossa vida e iludirmo-nos como a vida que um qualquer senhor criou em Holywood ou Bolywood ou noutro qualquer -wood, com imagens de actrizes e actores tentando fazer-nos sofrer, chorar, comover, gozar, rir, apenas com os olhos e os ouvidos, sentados no sofa´da nossa sala ou no "fauteuil" do cinema, esquecendo a familia, os amigos, o "fiel amigo", o gato e o canario que canta na gaiola, eu nao tenho nem quero ter nem canrio nem gaiola, se me pusessem um canario dentro duma gaiola e dentro da minha casa, libertava o canario e deitava fora a gaiola.
Por fim, começo a gostar mais de pensar e escrever o que penso do que me deixar envolver e absorver por qualquer "ecran".
E´ hora das noticias. Ca´vou eu atar-.me ao telediario.
Tenho de começar a cortar as letras aos vicios.

Aquele silencio, aquele vagar

Lembro aquele silencio, aquele vagar do primeiro dia de 2011, primeiro dia do ano sem chuva, sem publicidade na caixa do correio, sem buzinas gritando nas ruas, sem vozearia nem imprecaçoes dos que passam, quase sem gaivotas voando, vendo da minha janela 95% do espaço ocupado por um desses monstruosos edificios com que o homem( menos a mulher,felizmente) teima em ocupar a natureza, sobstituindo o musgo, as amendoeiras em flor, as pedras e ate´ pedaços do mar e do rio, por cimento armado ou por pedras domninadas e armadas ou por madeira ou paus aparados e dominados em formas por vezes grotescas, aberrantes , anormais.
Escreveu Haeckel, um biologo, esta frase: "Muito mais longe esta´ um homem superior ( um Kant, um Goeth) do homem vulgar, que o homem vulgar do macaco". (Deveria ter dito o mesmo em relaçao `as mulheres).
Seria siimpatico que desparecesse tudo o que esta defronte da minha janela.

Os blogs de Fernando Pessoa

O "Livro do desassossego" e´ um conjuunto maravilha dumas centenas de pensamentos de Fernando Pessoa. Como blogs que ele escreveu na Internet infinita do tempo. Se os escrevesse hoje, ele nao os assinaria na Google ou na web, ele detestava as maquinas, detestava essa manifestaçao e imitaçao do intelecto, essa procura apressada e incessante dum cerebro semelhante ou superior ao das mulheres e dos homens.
Nao acredito que as maquinas possam criar ou emitir bondade, ternura, sabedoria, ilusao e sonhos.
Penso que ele tambem nao acreditava.

Nao abandonemos as palavras

Na madrugada de oito para nove de janeiro de 2011 escrevi este blog para os que me lerem daqui a um,10, 100, 1000 ou mais anos. Acredito que todas as mensagens que deixamos nos blogs, das mais inuteis (como este) `as mais carregadas de sentido, das mais sem qualquer valor `as mais criativas, ficarao para sempre gravadas nos "ecrans" da posteridade, buscarao no tempo a sua salvaçao e valor e nao dexarao um dia de encontrar uns olhos a quem agradem, um coraçao que enontre o mesmo sangue, um espirito que nelas respire o alivio por que ansia.
Tudo o que e´ inutil hoje podera ser, amanha, eficaz na vida de alguem. Como o lixo que , reciclado hoje, se podera´ amanha transformar num cristal, ou como palavras simples e corriqueiras que poderao entra numa futura frase celebre, num discurso galvanizador, numa oraçao de redençao.
O drama existe, sempre existiu, quando as palavras ficaram por pronunciar, por escrever, por emitir.

O livro da desfaçatez(1) -Ca´ estamos

Gostaria de ir a muitos lugares, ja la estou, ja fui e ja vim , vi tudo e nada vi, conversei com gente desconhecida e ausente, dei por mim parado no tempo, tomei nota da pulsaçao para ver se estava vivo naquela altura, mas esta minha maquina cardiaca nao desiste facilmente, o daquela rapariga que me ultrapassa sem guarda chuva tambem deve ser um coraçao dos antigos, `a prova de agua, de vinho, de feijoadas transmontanas, a minha Mae tinha razao, nao apreciava nada as feijoadas de qualquer provincia portuguesa ou brasileira, as tripas, as morcelas e os pratos fortes e pesados que se partem na mesma caindo ao chao ou atirados para as paredes porque nao os podemos atirar para outro sitio, para as paredes e´ que e´costume atirar com os pratos, nunca vi ninguem , nos filmes ou na vida real, atirar com os pratos para outros sitios, nunca acertam noutros sitios e existem tantos outros sitios, somos muito conservadores, conservamos essa mania de atirar com os pratos para as paredes, nao somos conservadores do mais importante, dos pratos e das respectivas prateleiras. Para os mortos e para os pratos partidos, o cemiterio, porque nao o morterio, que me parece uma palavra muito mais elegante e sensata.
Mas enfim resta o consolo de que ca´estamos .
Com desfaçatez.

Desflagrantes com...

Um meu cunhado dizia-me que trocava de automovel cada dois anos, so´ agora compreendo, ( e ele nao se importa, sei la´ se nao me importa, tanto se me da´, oxala´ que se ria um pouco lendo isto que eu digo, ele morreu ha´ mais de vinte anos, cheio de rancor e desprezo pela vida). So´agora compreendo o que ele, no fundo, queria dizer: trocava de automovel cada dois anos e tinha inveja dos que trocavam de esposa cada dois anos, nao podia trocar de esposa cada dois anos e julgo que tinha o sonho de trocar de esposa nesse intervalo de tempo, era assim como que uma figura de estilo, do seu estilo de conversaçao tao materialista que nao resistia a trocar de automovel porque nao podia trocar de esposa, por motivos entao insondaveis para mim mas que eu sentia que lhe martelavam o subconsciente, porque de facto nao podia trocar de esposa, aquela santa alma da minha mana, os inconvenientes dos costumes da epoca, um divorcio seria incompativel com o seu lugar de director geral duma empresa super conservadora, o bem estar que gozava, a esposa tudo lhe permitia, as escapadelas para as reunioes com os patroes estrangeiros, as escapadelas para a pesca no Algarve, as escapadelas obrigatorias pelas avarias nocturnas da linha de Vila Franca, aquela esposa tambem nao era de desprezar, tinha uma magnifica casa , uns tapetes persas magnificos , uma cozinheira magnifica, uns azulejos decorando as paredes ultra mgnificos, bombons de chocolate ao almoço e ao jantar, regalados de acepipes, uma vida santa entremeada com as viagens ano sim, ano nao, ao pais dos patroes estrangeiros, da amiga belga e da outra holandesa, impetuosa e ardente, na Alemanha, um pulinho de meia hora por auto-estrada para la´ da Holanda, no intervalo das reunioes com...
Mais uns personagens que descobri. Nao sei se eles gostaram da vida que lhes dei. Talvez.
Eu digo que ninguem inventa personagens. Entre os trilioes de individuos que ja existiram desde que o mundo criou a mulher e o homem, houve de certeza uma ou um igual aos que inventamos.

sábado, 19 de março de 2011

Se adivinharem

Aos que adivinhem quem disse todos os "ses" que referi no dia 17, dou um doce.

O que não me importa

Tanta coisa que nao me importa que nem me lembro de alguma, como nao me lembra daquela pessoa no meio da procissao, do ultimo peixe do cardume que abservei, do tambor da orquestra que tocava a musica da primeira opera a que assisti, do locutor da TV que deu a noticia do tremor de terra que nos assustou em 1970. E era tudo muito importante. Se nao existissem pessoas no meio da procissao, esta nao existia, se nao existisse um ultimo peixe no cardume, nao existiria cardume, se nao existisse o tambor da orquestra, nao seria uma orquestra, seria uma orquestra sem tambor, se nao existisse aquele locutor, nao teria havido a mesma noticia do tremor de terra. Tudo assuntos que nao me lembro, portanto que nao me importam. Atirei-os para fora da caixa da memoria para que possa lembrar-me doutros.
Sera´ assim tao simples? E´ mais complicado pensar na razao porque aquele casal do quinto esquerdo comprou nos saldos de inverno aqueles dois tapetes libaneses que eles sacodem na varanda? Ou porque e´que a mulher que passa debaixo da minha janela desatou aos palavroes para o telemovel, com o chapeu de chuva aberto, abrigando os palavroes e protegendo-a da chuva? O que lhe importa mais, nao se molhar ou enviar palavroes electronicos para um compadre que a engana?
Estas ondas electronicas nao sao como as do mar. Mandam por vezes beijos e abraços, bjs e abr, outras vezes veneno e raiva.
Mas, meninos, nao se esqueçam que tudo fica registado la´ na Internet.

Os quintos reis e raínhas de Portugal

Vou navegando entre as tristezas do "Livro do desassossego" e as singularidade do "Don Quijote de la Mancha", lendo nos intervalos o "D.Dinis, esse que chamaram de lavrador". Este dever-se-ia chamar "Dona Santa Isabel e seu marido Don Diniz, o lavrador". Um llivro que e´ um exemplo de como se deve narrar a historia dum pais, duma epoca, duma rainha e rei gloriosos.
E um exemplo de como se deve governar Portugal.

Um bom principio?

Eu sinto-me por vezes no lado esquerdo e reparo que nao tenho lado direito. E´qualquer coisa subtil, eterea, um movimento vibratorio no meu lado direito que nao existe porque se meteu no esquerdo sem admitir que e´ sul ou nascente, sem permitir o que nao se consente, sem encontrar tudo o que aqui esta´, sem remoer um pensamento no almofariz da esperança, misturando-o com o poente e fazendo negaças `a fortuna. Nao permitir o que ja esta, o que ja ficou, depois de ratificado o tratado e encontrada a soluçao do cruzamento daquela borboleta que provocou o bom tempo no canal, ao encontrar-se com um coleoptero seu vizinho.
Sera´ este o principio do meu livro da desfaçatez.

Se vivemos

Enquanto passa a vida, enquanto passamos pela vida, enquando nos diluimos na vida,
Enquanto nos embalamos na sorte, enquanto julgamos a sorte, enquanto perdemos a sorte,
Perdemos beijos e abraços, perdemos carinhos e afagos, perdemos cansaços e amores,
Perdemos festins e sabores, perdemos lluzes e cores, perdemos tudo e nada perdemos.
Porque aqui ganhamos vida, aqui estamos na vida, aqui vivemos a vida, aqui cria´mos vida.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A quimica da minha vida

A quimica da minha vida
E´ uma arte especializada
Nao tem peso nem medida
Nem tem de ser rotulada

Tem cloretos e tem sulfatos
Que eu guardo no escritorio
Ao contrario de muita gente
Nao preciso dum laboratorio

Na busca da minha verdade
Obtive na vida a mudança
Juntei o cloreto da saudade
Com o sulfato da esperança

Passa-me a vida pelo tempo

Passa-me a vida pelo tempo
Passa-me o tempo pela vida
Os passos que dei, nao lamento
Nem lamento os que nao dei
Nem sei se um dia lhes concedo
A importancia devida

Esse problema

Busco, revolvo, procuro com afinco, investigo sem descanso, escolho no labirinto dos meus pensamentos, viro e reviro as paginas do meu diario guardado zelosamente de forma invisivel na memoria: e nao encontro a forma, o modo e a arte de descobrir a minha verdade no emaranhado dos meus pensamentos e das minhas ideias. Ou ate´ nos intervalos das minhas contrariedades.Procuro pelo negativo chegar ao positivo, pelo denso, penetrar no vacuo, pelas incertezas, atingir a soluçao dessa verdade. E com essa soluçao encontrar o problema que me perturba, aflige e inquieta.
O que e´ muito mais interessante que encontrar a soluçao dum problema qualquer.

O que importa

Raro o dia em que nao lemos ou ouvimos noticia de mais um -genario(sexa-,sptua-, etc.) que desapareceu a caminho do ceu, do onferno ou sabe-se la para onde. E como nao podemos ver ou ouvir a mesma noticia em relaçao a nos proprios (sabe-se la´...), concluimos, julgo que com uma certa razao, que somos nos que vamos vivendo mais. (que raciocinio!)
Porem nao e´ isso que importa, nao e´ isso que me envaidece, que me ponha mais alegre ou mais vaidoso.
O que me importa nao e´ o tempo que passa mas como passamos um dia mais, cada hora mais, um segundo mais. Aproveitando o que Deus nos da´ para viver, em tempo e em tanta coisas em que nos podemos ocupar. Nem que seja apenas reparando em coisas simples.
Como os sonhos de madrugada, e as estrelas `a noite.
E as estrelas, tantas, `a nossa volta, de dia.

OUtros "penaltis"

A senhora chefa da nossa familia apanhou hoje um grande susto: uma noticia no "face book" iludiu-nos, desenhou-se a perspectiva de mais um bisneto. Concebido pelas vias normas mas de progenitores indiferentes em relaçao com as vias legais dum matrimonio sagrado.(Como os provaveis futuros bisavos sao ambos jovens de mais de oitenta anos, ainda se perturbam com factos ou acontecfimentos semelhantes).
Lembrei `a provavel futura bisavo´ que a necessidade de corrigir a fraquissima estatisticas da natalidade no nosso pai´s , justifica cada vez mais, tais descuidos nos casais de namorados. E que tudo se ira´ compor pela uniao dos prevaricadores com a aplicaçao dum penalti"( palavra usada pelos "nuestros hermanos" de Espanha, para classificar, com humor, a soluçao de tais devaneios).
Afinal, era falsa a noticia.Grande alivio para uma bisavo´ conservadora e tristeza minha.
Estava desfeita a esperança de possuir mais uma historia alegre e secretissima para contar aos outros nosssos bisnetos.

Quantos assim vivem

Quantos olham e estao cegos, quantos falam e estao mudos, quantos gastam uma hora de vida sem viver um segundo! Olham sem saber porque olham, falam sem pensar no que dizem, vivem sem saber que estao vivendo.
Sequer.

A formaçao

Os cursos de formaçao serao muito uteis se os formados encontrm trabalho que exija os conhecimentos adquiridos. Doutra forma poderao contribuir para maiores frustraçoes e aumento do desemprego. Pelo que esses cursos , numa determinada zona do pais, deverao ser precedidos duma avaliaçao exaustiva das condiçoes existentes: se existem carencias de gente especializada nas profissoes dos futuros formados, se existem condiçoes e incentivos para a instalaçao de novas industrias, se o comercio e a agricultura locais esta carente de mao de obra.A verdade sobre os problemas locais devera´ ser bem conhcida e avaliada e a populaçao elucidaade sobre o que se pretendera promover e realizar.
Nalgumas zonas e concelhos de Portugal assim se procede, p.ex. em Rio Maior, em Oeiras.
Porque nao existem, por parte dos nossos governos, apoios e incentivas para iniciativas semelhantes?

quinta-feira, 17 de março de 2011

Nao me interessa vilver so´

Nao me interessa viver so´, isolado da familia, dos amigos, dos patricios, dos meus companheiros de disfrute deste planeta onde Deus nos colocou. Viver so´parece-me uma atitude egoista, nao nos lembrarmos de todos os que estao e por ca andam connosco.
Os bancos alimentares sao iniciativas fantasticas; mas a continuidade doauxilio a quem o necessite, deve ser efectiva. E´pouco, muito pouco, dar uma refeiçao ou dar um saco de alimentos nos dias festivos. Ou atirar dos avioes sacos de farinha ou outros alimentos a populaçoes famintas, na miseria. Para os que ainda podem trabalhar, ainda que pouco, e´ preferivel dar-lhes trabalho remunerado que os tirem do limiar da pobreza.
Nem que seja plantando arvores no deserto.

A riqueza

A riqueza foi o bem menos importante da maioria das grandes mulheres e dos grandes homens. E de importancia nula, para elas e para eles, apos a sua morte.

A avaliaçao chamada Pisa

Essa avaliaçao chamda Pisa classificou os nossos estudantes bem acima do que os classificou no ano passado. Desconfiei.
Mas foi-me suficiente ouvir um entrevistado na TV, julgo que na SIC, informar-nos que nas escolas profissionais de Portugal nao pode um aluno ser reprovado. E pretende a senhora ministra da educaçao convencer-nos que o ensino em Portugal vai melhorando!
Estas entrevistas prefabricadas fazem-me lembrar um vendedor de automoveis que conheci nos anos sessenta, um "artista" na arte de convencer e enganar os clientes. Entre outras habilidades que me foram contadas , conseguiu vender um automovel decrepito, sem um assento ao lado do assento do condutor. Ele colocou nesse lugar um caixote de transporte de fruta coberto com uma flanela a fingir de forro do pretenso banco.. Enquanto falava com o cliente, abriu a porta do lado do condutor e com um trapo limpo deu uns passos velozes sobre a flanela do banco falso enquanto dizia para o cliente: " e este outro banco,como pode observar, esta protegido por um forro novo de boa flanela. E conseguiu fechar a venda.
Esse vendedor, se fosse eleito ministro, o que conseguiria do nosso povo...

Análisa exemplar

Segundo uma análise económica do professoreAlvaroS. Pereira da Simon University, no Canadá em Portugal existem hoje:
349 institutos
mais de 6oo outros organismos públicos
para o quais o orçamento nacional contribui com mais de 5o18 milhões de euros.
O referi do estudo conclui que ,sem tocar nos salários básicos(os gestores dos institutos e organismos publicos a eliminar fundir com outros ou simplificar, passariam a auferir os seus vencimentos antes de possuirem os cargos actuais) poder-se-á conseguir uma poupança da ordem dos 4.ooo milhões de euros.
Que dizeis a isto?

Se

Se tenho cóssegas não me coséego, posso fazer sengue, uma infecção, uma septicemia, etc..
Se tenho sono , não ms deito, posso nunca mais acordar.
Se mal governam o país, terei de contemporizar.
Se falam mal de mim, deixá-los, cansar-se-ão.
Se me agridem, procurarei formar uma comissão e realizar um inquérito.
Se roubam, investigarei, chamarei a atenção das polícias.
Se agridem um polícia, o polícia terá que demonstrar que não agrediu antes oa agressor.
Se um corrupto confessa, há que pedir a opinião dum psiquiatra, etc..
Se há corrupção num organismo, primeiro investigue-se a veracidade da queixa, depois ouçam-se os acusados, mas antes investigue-se bem a vida dos denunciantes.
Se ali se gasta demasiado, primeiro investigue-se se ali não havia verba suficiente para evitar o desperdício.
Se me pedem uma opinião urgente, primeiro observarei e respeitarei os pendentes.
Se me pedem que reaja, reajoirei dilzendo que não há nada urgente que não possa esperar um curto espaço de tempo de pelo menos quinze dias úteis.
Se disserem que não falo, direi apenas que as críticas não me alteram o discurso.
Se os media murmurarem, dlirei que raramente leio jornais, ouço radio, vejo e ouço televisão, pelo que não posso responder.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Ha´ 120 horas

Ha´ 120 horas que se regista um silencio rimbombante la´ para os lados do palacio de Belem!

E quando?

E quando veremos raiar o dia em que os politicos tenham alguma responsabilidade?
E quando veremos raiar o dia em que veremos um politico responder pelos prejuizos causados `a Naçao ?
E quando veremos publicado na imprensa, na radio e na TV, os prejuizos causados `a Naçao ?
E quando veremos um contrato obrigatorio para os politicos e que contenha as penalidades a aplicar pelos prejuizos que causem `a Naçao?
E quando veremos sair uma lei que obrigue todos os politicos a declararem a sua fortuna e a dos seus parentes mais proximos? (imoveis ou bens adquiridos, contas bancarias, contas nos estrangeiro, contas em offshors, etc.).
E quando sera obrigatoria a publicaçao das mentiras dos politicos, as promessas nao cumpridas, e as suas afirmaçoes contraditorias?

SIm ?

Estamos a evitar a crise,estamos a evitar a crise,estamos aa evitar a crise , estamos?
Somos responsaveis, somos responsaveis, somos responsavfeis, somos?
Se nao nos apoiarem entraremos em crise profunda, senao nos apoiarem entraremos em crise profunda, se nao nos apoiarem entraremos em crise profunda, entraremos?

domingo, 13 de março de 2011

São alguns, não muitos

Tenho passado pelos meus 84 anos sem senti-los, sem revolta, sem preocupação. São alguns, não muitos.Há quem tenha passado muitos menos, 30 ou 40, e se sinta ferido pela sorte, pela vida ou por muita coisa que não sabe explicar. Um dos prazeres que frequento é o gosto de dar, de conceder algo de útil seja a quem for. Porque o faço com um sorriso que em 99,99% dos casos me é retribuido. Mas, não dou nenhum dos 84 nem algum dos primeiros, nem qualquer dos intermédios e muito menos um entre os últimos. Os parvos dirão sobre isto que é um contrasenso, os ignorantes abrir-se-ão em comentários frívolos, outros proferirão ironias sem graça, reveladoras de fraqueza. Ainda não são muitos,estes anos, estou tentando esquece-los, que interessa o número, que interessa a quantidade deles. Como todos os dias aprendo a viver melhor, sim , aprendo a viver melhor do que vivia ontem e do que vivia aos vinte anos, naquela inutilidade da maior parte do tempo que vivia então.Na menor parte desses tempos aprendi muito, o que mais me agradou, e que melhor recordo, foi o que aprendi quando tinha dois, tres ou poucos mais anos de vida. Após esta distância até hoje, a felicidade que sentia com os beijos da minha mãe quando se despedia de mim, na cama, antes de adormecer; o prazer de ver o meu pai, com as suas mãos fortes de marinheiro, imitar um aranhiço que me fazia cócegas, `a mesa, depois do jantar, ou o Vicente revirando as pálpebras dos olhos para, como ele dizia, imitar um fantasma e assustar a nova empregada doméstica da minha mãe. O cardiologista que consulto de 6 em 6 meses, ou que me esqueço de consultar, disse-me no passado julho que eu ainda serei contemplado com mais dezanove ou vinte anos de vida, discuti com ele essa questão de anos de vida, arrasei-o dizendo a coisa simples que mais vale um ano com saude, que vinte com achaques, a precisar de usar fraldas outra vez, dizer baboseiras, não ter forças para levar a colher de sopa à boca, etc.. E que portanto que o que eu queria era que o sr. doutor me informasse quantos tempo ainda terei sorrindo para a vida, para a família, para os filhos netos e bisnetos. Aí ele hesitou e começou com a lenga lenga do costume , que não se pode saber o que nos reserva o dia de amanhã, etc. No final eu respondi-lhe que se não fosse um bocadão mais optimista, perderia um cliente.
A felicidade nada tem a ver com a idade do bilhete de identidade. Tenho esperança, que os meus filhos mais velhos, uma cinquentona linda e um cinquentão inteligentíssiimo, se encontrem comigo quando forem da minha idade(não a do meu BI, informo os que necessitem de explicações). Também é para isso que desejamos, criamos e ajudamos as filhas e os filhos: àlém do prazer de ve-los crescer, da alegria que manifestam descobrindo o mundo em que cairam. Se tenho um neto com catorze anos e mais um palmo de altura do que eu, porque não hei-de acreditar no muito que os filhos , os netos e os bisnetos são capazes? Não temos de nos resignar com a vida que temos, nem pensamos nisso, para quê? só temos de alegrarmo-nos, de sorrir para o futuro, de recordar o bom passado nos momentos em que nos embrenhamos na meditação. Os mal agradecidos, revoltados, rancorosos pela vida que Deus lhes deu, param dentro dessa tristeza, resignam-se voltam-se para a noite mesmo que o dia esteja nascendo. Os que se felicitam pelo que Deus lhes deu,congratulam-se sem lançar foguetes, nem folclórios.
Sorriem. Deus sabe bem o que cada um sente.

Vire.se para onde quizer

O pobre, se pessoa honesta, vire-se para que lado queira, nunca poderá agarrar a riqueza. Tal como jamais poderá prender a sua sombra, esteja onde estiver.

Exclamo,logo existo

Perdoem-me a irreverencia do titulo (e os defeitos de acentuaçao, problema deste computador). Parece existir a regra, na boa ortografia, de nao terminar uma frase exclamativa pespegando no texto mais que um ponto de exclamaçao. Para mim isto coonstitui uma amostra de avareza do autor da regra, pouca sensibilidade, menor riqueza de expressao. Eu pergunto: terminar uma frase com !!! nao e´ mais exclamativo que termina-la com um simplorio e unico ! ? Apenas um ! parece-me ridiculo, pouco expressivo, nada contundente, de caracter menor. Com dois !! a frase parece ter mais sentido, parece que arranha mais. Com tres !!! começa a ribombar, faz levantar a cabeça, menea-la de cima para baixo e para cima, enfronhando mais na leitura quem leu a frase anterior. Convenhamos que ha´ regras muito imperfeitas. Na vida e na ortografia.(Digamos que aqui faltarao uns tres ou quatro pontos de exclamaçao...).

sábado, 12 de março de 2011

Trechosdum livro celebre

Vale a pena transcrever os trechos seguintes: "A sociedade moderna ignora o individuo e so´ toma en consideraçao os seres humanos; cre na realidade dos Universais e trata-nos como abstraçoes. Foi a confusao dos conceitos do inividuo e do ser humano que a conduziu a um dos seus erros mais graves, a estandardizaçao dos homens. Se estes fossem todos identicos, seria possivel educa-los, faze-los viver e trabalhar em grandes rebanhos, tal como o gado. Mas cada um deles tem uma personalidade, e nao pode ser tratado como um simbolo. Como desde ha´ muito se sabe, a maior parte dos grandes homens foram educados quasi isoladamente, ou recusaram-se a entrar nos moldes da escola. Na verdade, a escola e´ indispensavel para os estudos tecnicos. Corresponde tambem `a necessidade que a criança tem, em certa medida, de estar em contacto com os seus semelhantes. Mas a educaçao deve ser orientada com uma atençao incessante; e so´ os pais lhe podem dar essa orientaçao. So´ estes ultimos, e especialmenta a mae, observaram desde a sua apariçao as particularidades mentais cuja orientaçao e´ o fim da educaçao. A sociedade moderna cometeu o grave erro de substituir, desde a mais tenra idade, o ensino familiar pela escola. E a isso foi obrigada pela traiçao das mulheres. Estas abandonam os filhos nos jardins da infancia para se ocuparem da sua profissao, das suas ambiçoes mundanas, dos seus prazeres sexuais, das suas fantasias literarias ou artisticas, ou simplesmente para jogar o bridge, ir ao cinema, perder o tempo numa azafamada ociosidade. Causaram assim a extinçao do grupo familiar, no qual a criança crescia no meio de adultos com quem muito aprendia. Os caezinhos criados em casa com animais da mesma idade sao menos desenvilvidos do que oa que andam em liberdade com os pais. A mesma diferença se encontra entre as crianças que se perdem entre muitas outras crianças e as que vivem com adultos inteligentes. As actividade fisiologicas, afectivas e mentais das crianças modelam-se facilmente pelas do seu meio. Assim as cianças pouco tem a receber das outras crianças da mesma ildade, e desenvolvem-se mal quando reduzidas a nao serem mais do que uma unidade numa escola. Para progredir, o individuo precisa duma solidao relativa e da atençao do pequeno grupo familiar.
E´ tambem devido `a ignorancia do individuo que a sociedade moderna atrofia os adultos. O homem nao suporta impunemente a forma de exlstencia e o trabalho uiforme e estupido imposto aos operarios das fabricas, aos empregados de escritorio, a todos aqueles que tem de assegurar a produçao em massa. O indiciduo encontra-se isolado e perdido na imensidade das cidades modernas.E´ uma abstracçao economica, uma cabeça de gado num rebanho. Perde a sua qualidade de individuo, deixa de ter responsabilidade e dignidade. Do meio da multidao emergem os ricos , os politicos poderosos, os bandidos de grande envergadura. Os outros sao apenas poeira anonima. O individuo conserva, pelo contario, a sua personalidade, quando faz parte dum grupo em que e´ conhecido duma aldeia, duma cidadezinha, onde a sua importancia relativa e´ maior, e dela pode esperar tornar-se por sua vez, cidadao influente. O desconhecimento teorico da individualidae provocou a sua desapareçao real.
Outro erro devido `a confusao dos conceitos do ser humano e do individuo, e´ a igualdade democratica. Este dogma essta hoje a desmoronar-se aos golpes da experiencia das naçoes. E´ portanto, inutil mostrar a sua falsidade. Mas devemos espantar-nos do seu demorado sucesso. Como pode a humanidade crer nele durante tanto tempo? Nao toma em conta a constituiçao do corpo e da consciencia. Nao convem ao facto concreto que e´ o individuo.E´ certo que os seres humanos sao iguais; mas nao o sao os individuos. A iguadade dos seus direitos e´ uma ilusao. O idiota e o homem de genio nao devem ser iguais perante a lei. O ser estupido, desprovido de inteligencia, incapaz de atençao, disperso, nao tem direito a uma educaçao superio. E´ absurdo dar-.he o mesmo poder eleitoral que ao individuo completamente desenvolvido. Os seres nao sao iguais, E´ muito perigoso desconhecer todas estas desigualdades, O principio denocratico contribuiu para a decadencia da civilizaçao, impedindo o desenvolvimento do escol. E´ evrdente que devem respeitar-se as desigualdade individuais. Na sociedade moderna, ha funçoes apropriadas aos grandes, aos pequenos, aos medios e aos inferiotes. mas e´ preciso que nao se procure formar os inividuos seperiores pelos mesmos processoa que os mediocres. A estandardizaçao dos seres humanos pelo ideal demcratico garantiu a predominancia dos fracos. Em todos os dominios, estes sao preferidos aos fortes; sao ajudados, protegidos e muitas vezes admirados. Sao igualmente os doentes, os criminosos e os loucos que atraem as simpatias do publico. O mito da igualdade, o amor do simbolo, o desdem pelo facto concreto, sao, em grande parte, culpados do decaimento do individuo. Dada a impossibilidade de elevar os inferiores, o unico meio de promover a igualdade entre os homens era traze-los todos ao mais baixo nivel. Desapareceu assim a força da personalidade."

Isto foi escrilto e publicado ha´ mais de setenta anos, peloDr.Alexis Carrel, no seu livro "O homem esse desconhecido".
So´ discordo quando se refere `a traiçao da mulher.

E por muito eu cito

Por ,muito, muitissimo, eu cito: "Nunca se viveu tanto como quando se pensou muito" - de F.Pessoa no seu "Livro do desassossego".