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Oito dias e noites de viagem, a rotina das refeições como a distracção principal, algumas atenções de dos tripulantes, os conhecimentos anatómicos do interior do paquete, as conversas insípidas com outros passageiros, o decorrer insensível do tempo sem incidências que ocupassem lugar na memória, a chegada a São Tomé, sem porto de cais definido, o desembarque por barcaça até ao pequeno cais de madeira. trabalhadores nativos noutra barcaça, de pele negra brilhante, dum negro mais negro que qualquer escuridão. A ida a pé até à a capital, uma povoação modesta com tres ou quatro ruas, um orgulhoso edifício mal caiado, o único com dois pisos, com pomposidade chamado palácio do governo da colonia. Oito horas da manhã, encontrando apenas um habitante branco. um velhote mirrado de palavra dificil, olhar inerte. trajar pobre. E regresso breve ao Uige, como à ida através da mata, lá para cima as fazendas com plantações de cacau e do famoso café de São Tomé, um dos melhores de sabor, no mundo.
E mais tres dias e três noites de viagem marítima, ate à foz do Zaire e mais uma noite seguindo até Luanda, a cidade fundada por Diogo Cão em fins do século quinze e para onde os portugueses, apesar de Angola oficialmente ser província de Portugal. para lá apenas poderiam emigrar munidos de carta de chamada ou na condição de funcionarios para ali designados. Passaram a manhã na cidade com o pouco interesse abafado por o calor humido intenso convidando ao regresso a bordo, ántes do almoço.
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