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quarta-feira, 12 de abril de 2017
Esse primeiro encontro abriu-lhe o mistério do amor, então era isso o amor, tão falado sentimento, nos livros, nas tertúlias, no fado. Fernando sentia abrir-se-lhe uma porta do desconhecido, talvez do paraiso cantado por muitos, talvez uma salvação lembrada por outros, talvez uma solução, diziam os mais cépticos, ou um desfecho de porta aberta, no falar dos cínicos. Um arco iris de ilusões, um encontro com outra vida, uma oferta de Deus. Sentia que aquela rapariga correspondia um desejo que agora principiava a conhecer, dos seus olhos verdes ressaltava simpatia, compreensão e a busca nos seus, logo desviados pelo encanto daquele fulgor de esmeralda, de partilha, de algum satisfação de alguma curiosidade sentida. Embargado, suspenso, sem conseguir sequer titubear - é uma treta isso de que o amor desperta a palavra, a verborreia namoradeira só provem daqueles para quem o Cupido se traduziu em artimanhas.
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