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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 29

                                                                   X                    

         Catorze anos depois.

         A vida de Fernando prosseguia: rotinas intemeadas com surpresas, mais ou menos agradáveis, dedicação, sem excessos, às obrigações diárias e trabalho profissional constiuindo mais uma ocupação proveirosa do que um típico emprego do ganha vida. Sentia-se quase sempre divertido com os acidentes ocorridos na fábrica, fossem agradáveis, fossem motivo de preocupações - porque estas encarava-as como problemas curiosos a resolver. Nenhum obstáculo existia que não tivesse uma solução fácil , de aplicação imediata, de acordo com o que o seu espírito definira como norma. Razão pela quel o seu chefe, o doutor Fonseca, director e maior accionista da empresa, sempre lhe pedia opinião sobre os problemas que dia a dia surgiam  na fábrica, aceitando com frequência os pareceres de Fernando e transformando-os em luninossas ideias próprias, atitude muito usual nos patrões da época.
        Fenando casara treze anos antes com Julia, economista de formação, trabalhando na mesma empresa que o marido. Tinham dois filhos já rapazes, de dez e doze anos e um grupo reduzido de amigos. De boas relações com pais e sogros, ainda vivos, Fernansd desfrutava plenamente do lar e da vida familiar. Assim, na vida do casal raramente ocorriam perturbações desgradáveis ou sobressaltos inopinados. Quando surgiam, eram resultantes de causas estranhas ao lar e Julia e Fernando encontravam soluções rápidas.
        Eentretando apareceram aqueles sonhos e toda a confusão gerada pelo prémio dos vinte mil contos. Que, no fim de contas, não se traduziu em qualquer prémio.
        Depois, o prémio dos cem contos, oferecido ao empregado de mesa do restaurante, Agora, era grande a expectativa, andava a roda ao meio dia e Fernando, aguardando a chegada de Julia, ligou a televisão para assistir ao anúncio da lotaria. Abriu, na sua frente, o bilhete de lotaria que comprara. Aquela emissora de televisão apresentava as costumadas reportagens de desastres, crimes e acidentes que as radio-televisões tanto apreciam emitir nos noticiários. Por fim, começou o relato da extracção dos números premiados na lotaria da Santa Casa.
         A impaciência de Fernando foi, alguns minutos depois, cortada pela chegada de Julia:
                - Então marido, já te saíu a sorte grande?

(continua)
          

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