Ao saber do prémio - nada menos que um milhão de contos - Júlia e Carlos dirigiram-se ao banco, na manhã da segunda-feria seguinte, antes de seguirem para a fábrica Antes, confirmaram na lista da santa casa o número e o valor do primeiro prémio da lotaris. Ficaram sem´dúvidas, era um prémio de um milhão de contos. Com algum nervosismo, pediram à rapariga que os atendeu, que os anunciasse ao gerente. Ela, com a frase clássica "parece-me que está em reunião", fê-los esperar dez minutos, após os quais o gerente os atendeu, convidando-os a entrar para o seu gabinete e perguntando de imediato:
- Doutora Júlia e engenheiro Garcia, desejam o empréstimo para a compra co carro? Já dei instruções nesse sentido...
- Não - proferiu Júlia - não é para issso. Hoje trazemos-lhe aqui outra bilhete da lotaria e a última lista da santa casa para que o senhor confirme que temos o primeiro prémio, um milhão de contos.
O gerente do banco, atónito, pegou no bilhete e na lista, verificou os números e exclamou:
- Não há qualquer dúvida! Querem depositar o bilhete?
- No entanto - prosseguiu Júlia interturbável - teremos de conbinar algumas condições, antes de aceitarmos depositar o milhão de contos neste banco.
- Estou ao vosso dispôr - disse o gerente, assumindo uma atitude muito mais prestável.
- As condições são: completo sigilo sobre esta conta que vamos abrir, a conta nos vossos registos será uma conta numerada, com número secreto, seguindo as normas para este tipo de clientes, será passado pela administração um documento confirmando que a conta com o número secreto que atrbuiram pertence a uma fundação que iremos estabelecer, a conta só poderá ser movimentada por nós, a quebra do sigilo sobre esta conta implicará o levantamento imediato de todos os depósitos existentes, o juro mínimo para o depósito será de um por cento acima do que normalmente concedem aos depósitos à ordem ou a prazo, têem vinte e quatro horas para aceitar estas contições e quarenta e oito horas para obter esse documento da vossa administração.Até lá, o bilhete ficará aqui depositado. O senhor gerente entergar-nos-á agora um documento atestando a posse dum envelope lacrado no cofre deste banco contendo um bilhete da últimna lotaria de Natal da santa casa da misericórdia, com a data do sorteio mencionada no bilhete, o número deste e respectivo prémio, referindo que nos pertence. O envelope será assinado por si e por nós.
- Como compreenderão - respondeu o gerente depois de olhar de novo para o bilhete durtante alguns segundos - terei de consultar primeiro a direcção, o director é um dos administradores, quase de certeza terei a resposta até ao fim do dia. Mas deixem-me guardar o bilhete depois de passar o documento que me pedem.
De caminho para a fábrica, Fernando e Júlia, aproveitando a lentidão do tráfego, iam conversando sobre a entrevista com o gerente do banco.
- Não sei se me escapou alguma coisa, se deveríamos ter exigido mais...
- Julia, como de costume expuseste bem e bem exigiste o que havia a exigir. O documento que o gerente nos passou garante-nos tudo.Temos agora de pensar na fundação e na distribuição desta fortuna.
- A nossa fundação - sugeriu Júlia - poderá chamar-se FAP, fundação de auxílio ao pôvo, concordas? Irei estudar os aspectos legais para a fundar, creio que não surgirão dificuldades de maior, no registo.
- Concordo e penso que se justifica o aluguer dum bom apartamento, como base para as futuras instalações, bastante afastado da fábrica.. Mas primeiro teremos de ver o dinheiro do prémio na conta bancária.
(continua)
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