Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Folhtim - 37 - Sonho de sorte

          Os dois filhos, eram alunos daquele estabelecimento de ensino desde as primeiras letras. Ambos com um aproveitamento escolar extraordinário, ambos revelando aos pais e professores grande interesse  e curiosidade por toda e qualquer matéria dos cursos que frequentavam.
          Invariavelmente  as refeições com os pais eram aproveitadas para tirar algumas das dúvidas que subsistiam das aulas. Fernando ao ler as informações do colégio comentou:
                    - No meu tempo do liceu só conseguíamos os vintes, nota equivalente aos dez de hoje, se apresentássemos uma redacção excepcional, além de responder bem a todas as perguntas sobre o texto. Parabéns ais dois pelas belas notas, Mas, fiquei curioso, quais foram os temas das vossas redacções?
                    - Pai - respondeu Francisco - o tema da minha redacção foi este: "descrever a vida dum homem civilizado".
                    - E o tema da minha foi "como socorrer uma pessoa".

          Os dois filhos tinham sido educados pelos pais de forma muito firme, constante, vigilante. Desde que nasceram nem um dia, Fernando e Julia haviam abandonado a linha de conduta decidida e acordada para a formação dos filhos. Regras invioláveis para a alimentação , para as horas de descanso e para as brincadeiras. Regras que só se alteravam ou admitiam excepções, de mútuo acordo e ponderação. Com poucos mese de idade, a curiosidade de ambos foi despertada para todo o mundo exterior desenvolvendo-se e enriquecendo-se a memória de ambos de forma contínua e intensa, aumentando-lhes o interesse por todas as coisas que os rodiavam, das mais simples às mais complicadas para as suas idades, Com dois anos, já sabiam ler as palavras mais comuns, aos seis, pouco depois de entrar na escola, respoindiam correctamente a testes do terceiro e a alguins do quarto ano. Os tempos livres que dispunham fora do horário escolar, ocupavam-nos activamente quer nos jogos com os companheiros da escola, quer noutros entretenimentos para que que se sentiam mais inclinados. Os pais despertaram-lhes o interesse pela leitura, pelo teatro e pela música. Uma hora por dia, depis do jantar, era dedicada à conversa sobre temas que o Francisco e o António abordavam por sua iniciativa. Os pais introduziam, com habilidade, outros assuntos , nas conversas, despertando-lhes a curiosidade e induzindo-os a apresentar questões ou dúvidas. Os conhecidos do casal manifestavam admiração pela memória e pelos conhecimentos que os rapazes demonstravam, finalizando, por vezes, os encómios, com frases do género "que sorte vocès têem com o filhos" ou "quem me dera que os meus fossem tão espertos".
             A dedicação, o amôr dos pais pelos filhos muito raramente são conhecidos e reconhecidos. A carência desse proceder manifesta-se em muitos casais, por lamentações sobre os deeitos  que atribuem aos filhos, sacudindo o fardo da própria responsabilidade.

(continua) 

Sem comentários:

Enviar um comentário