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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 75 -

                           - E os valores para a gama enorme de produtos que todos necessitamos no dia a dia, para nos alimentarmos, para a casa, para as escolas, "et cetera"?
                           - Parece-me mais simples que para o trabalho. Cada fábrica da FAP calculará o valor em méritos daquilo que produz da mesma forma que hoje o faz qualquer fábrica. Mas exclui qualquer parcela de lucro.
                           - Fernando, não aceito empresas sem lucro, não vivemos nesse sistema.
                           - Mas essa será  outra vantagem, a da ausência de lucro.
                           - Porquê? Vai ser mais difícil convenceres-me disso do que foi convenceres-me a casar contigo.
                           - Querida, responde-me: temos ou terás algum lucro com a fundação que ajudámos a erguer em meia dúzia de meses? Temos, sim, uma retribuição decente pela nossa colaboração, retribuição que poderia ser-nos creditada em méritos na tal central e que nos permitirá ter a vida que temos, nós e os nossos filhos.
                           - Talvez, talvez...
                           - Para qualquer indivíduo em qualquer profissão, passar-se-á o mesmo: o produto do seu trabalho ou da sua ocupação poderá ser registado em méritos na central. O melhor será dizer que todos os trabalhos deverão ser encarados como ocupações, falámos disto noutras conversas.
                           - E, por outro lado, como imaginas a compra de qualquer artigo?
                           - A primeira ideia que me surgiu e que me parece válida é a dum sistema parecido ao dos  cartões de crédito actuais mas sem os inconvenientes destes. No que penso é num sistema de pagamentos sem cartóes.
                           - Isso seria muito bom, Diz-me de que forma.
                           - A ideia não sei se é original, terei de investigar se njão existe alguma patente registada. Em resumo, para pagares o que pretendes adquirir, espalmas a tua mão numa placa existente no balcão da loja e marcas o valor em méritos  do que pretendes comprar . Se tens saldo suficiente, na placa aparecerá o sinal de autorização, se o saldo  é insuficiente aparecerá o sinal de não autorização. Se a compra é autorizada, carregarás no botão "adquirir" (ou de "compra"), o empregado entrega-te a mercadoria, a factura e a transacção está completa. Isto poderemos começar com os voluntários que aderirem, Que achas?
                           - Parece-me que o meu maridinho irá revolucionar o comércio. Mas também é provável que os banqueiros ponham bombas na nossa casa.

                Quando matutava sobre os seus projectos, o que mais lhe importava era encontrar soluções exequíveis. Habiruara-se a nada cosiderar impossível, a serenidade era uma condição permanente do seu espírito e daí que as decisões que tomava resultavam da aplicação plena da inteligência e da razão. Passara a a não reagir pelo instinto, em situações mais ou menos complicadas. Todos o que com êle colaboravam  admiravam a traquilidade que manifestqava, em partlicular perante circunstâncias que o obrigassem a revelar o seu desacordo ou o que detestava. Conhecendo bem Júlia, sabia que o seu último comentário, embora revestido dalguma ironia, tinha de ser onsiderado. Por isso respondeu-lhe:
                          - Claro que o mundo financeiro irá estrebuchar, poderá talvez reagir com alguma violencia. Porém, se começarmos bem, teremos o apoio de muita gente, haverá mais um motivo para nos regozijarmos, para aumentar toda esta felicidade que sentimos, para compartilharmos com todos os que colaboram connosco na FAP. Vais-me ajudar a descobrir a forma de começarmos bem, não vais?
                          - Fernando, estava pensando nisso, nem precisavas de o dizer...Olha, cá estão os meninos, trazem carão de fome, não sei se o jantar chega. Lúcia, logo que possa, ponha o jantar na mesa!                        

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