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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 89 -

                               - Estamos contribuindo para a diminição do desemprego, o que será muito mais significativo atravjés das indústrias que estamos construindo e iniciando.
            O presidente da edilidade comentou:
                              - Há vários meses que oiço falar desta fundação. O que ainda não consegui entender é qual a proveniência das vossas receitas. Falam-nos em prémios e outros ganhos provenientes de jogos diversos. A fundação tem alguma filial noutra zona ou cidade ao algum milionão deixou à FAP a sua fortuna? É segredo, engenheiro Fernando?
                             - Não é segredo. Ainda não temos filiais e as nosssas receitas, até esta data, resultaram de prémios em jogos, como o prémio anunciado nos jornais que a fundação teve ana lotaria espanhola  e em ganhos diversos noutros jogos. Esperamos, no futuro, depender cada vez menos dessas fontes de financiamento.
               O presidente da câmara, olhando para o relógio, disse :
                             - Ainda temos alguns minutos, quero apresentar-vos uma proposta. Não sei se  poderá enquadrar-se no vosso plano de actividades, os senhores directores dirão. Trata-se do seguinte: gostaríamos que o vosso trabalho, a vossa acção, se estendesse a outras zonas do concelho, daramos todo o apoio possível. Temos algum pessoal  que poderia colaborar e algumas disponibilidades financeira...- E Fernando dinterrompeu:
                            - Parece-me uma ideia excelente. No entanto terei de apresentar essa proposta na próxima reunão da nossa direcção. No decorrer desta semana o informaremos da nossa decisão. - E Júlia continuou:
                            - Devo no entanto comunicar-vos que é um trabalho muito delicado. Os que o executarem deverão ter a formação devida, doutra forma a acção que iriam desenvolver poderia ter, no futuro, consequências indesejáveis. Dar-nos-ão sim, uma colaboração muito valiosa nos trabalhos preliminares de inquérito e selecção. Mas, passemos ao refeitório, começarão por saborear o pão da nossa padaria.

                 Depois do almopo, os autarcas, acompanhados por Fernando, dirigiram-se à zona industrial da cidade. Ao entrar na fábrica nova, o presidente disse:
                           - Conheço êste vosso investimento, estive aqui há poucos dias. Estou a sentir o cheiro do vosso pão. Vejo no entanto maquinaria ainda por desembalar, destina-se ao fabrico de outros produtos? Que mais irão fabricar?
                           - Vários proditos alimentares com base nas farinhas de diversos cereais.
                           - Quantos trabalhadores têem ao serviço desta fábrica?
                           - No dia de hoje apenas cinco.
                           - Têem preços acalculados, quanto custará o pão a quem o compre?
                           - Os preços de custo ainda não estão bem definidos, a fábrica arrancou há muito pouco tempo, compreenderá que ainda não podemos estabelecer os de venda.
                O presidente pensou que merecia uma resposta mais concreta e insistiu:
                           - Não pode dar-nos um valôr aproximado  dos preços de venda?
                Fernando não cedia quando se tratava de segredo,  de confidência ou de falta de correcção no que declarava, procurando usar da diplomacia suficiente para não faltar aos seus compromissos ou não ofender o eventual interessado:
                           - Não é possível referir os preços correctos porque desconhecemos quais os impostos que o governo determinará e outros custos que só a laboração da fábrica demonstrará. Nêstes primeiros dias os preços serão um pouco inferiores aos do comércio local.
                            - Como farão a distribuição?
                            - Os nossos colaboradores poderão adquirir todos êstes produtos aqui ou no ponto de vendas que, suponho, já conheceis.
                            - Poderão vender a toda a população do concelho?
                            - Se não existe impedimento legal, faremos venda a quem o desejar. O nosso contencioso informou-nos que está tudo em ordem.
               
                Após mais algumas perguntas e respostas, terminaram a visita e dirigiram-se de carro para outra zona da cidade, onde se localizariam os futuros pontos de venda. No trajecto o presidente da câmara perguntou:
                             - Engenheiro Garcia, tenho conhecimento  de que estão instalando, no terreno que a câmara recentemente vendeu à fundação, lojas para vendas. De que lojas se trata? Que irão vender?
                             - Senhor presidente, vamos construir lojas que serão os nossos pontos de vendas para os beneficiados e para o público em geral, se não existir problema legal.
                             - Essas lojas entrarão em concorrência com o comércio local, não me parece que êsses negócios estejam dentro dos objectivos da fundação.
                Através dos seus informadores, o presidente sabia dos recentes inquéritos para a nova experiência que a FAP iria iniciar. E Fernando, que sabia que êle sabia, informou:
                             - Essas lojas a que chamamos pontos de venda. estão inseridas numa experiência que iniciámos o que, segundo esperamos, vai constituir a médio e longo prazo, o maior auxilio que poderemos prestar ao pôvo. Mas èste é assunto demorado de explicar. Como estamos chegando, peço-lhe que, na fundação, voltemos a falar dêle.
                Finda a visita no exterior, voltaram à FAP. onde se reuniram de nôvo com Júlia, na mesma sala. Logo que se instalaram Júlia disse:
                             - Estamos iniciamdo um nôvo sistem de comércio para toda a população beneficiada pela actividade da fundação. Consiste, em resumo, em não haver, não se utilizar dinheiro em circulação-
                             - Sem dinheiro em circulação? Como?
                             - Bem - respondeu Júlia - não se trata de agora eliminar o dinheiro. Trata-se de experimentar um sistema de aquisição ou compra e venda de bens e de serviços, sistema que vá elininando o dinheiro, como valõr de troca para os artigos ou serviços.
(continua)
                                              

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