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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 77 -



                    - Mãe, vão ser uns sortudos, podem chegar à loja e levar o que quiserem!
                    - Francisco lembra-te que serão necessários os méritos!
                    - Mas isso também é outrta moeda! - disse António.
                    - Não é moeda nem nota, António. Não circulará nem passará pelas mãos das pessoas, não será palpável. Aliás, com os cartões de crédito já existe uma forma de pagar seja o que fôr sem moedas nem notas, isto é, sem dinheiro à vista.                   
                    - Mas então - insistiu António - qual é a diferença se, em vez de dólares temos méritos?
              Fernando, abrindo a agenda, respondeu:
                    - Uma das grandes diferenças poderá estar na ausência de qualquer forma de lucro incluido no preço de custo do artigo que se adquira ou no preço de custo do trabalho que nos prestem.
                    - Ah, se eu viver nesse tempo, irei protestar se não tiver lucro com o meu trabalho.
                    - Não, Francisco. Não confundas remuneração, compensação pela trabalho, com lucro. Nem ninguém pensará em lucros, lucro será uma palavra obsoleta, que no século vinte e anteriores representava a diferença entre receitas e custos, entre  o que se recebia pela venda dum artigo e o seu custo.
                    - Pai, explica porquê.
                    - Estamos a especular, imaginando  como poderá ser a vida daqui a mil anos, ou mais. O que agora me parece certo é que a humanidade só terá benefícos se o dinheiro não existir. Em minha opinião, isso poderá acontecer não  existindo lucro líquido em toda e qualquer actividade.
                    - Pai, o que é isso de lucro líquido? - perguntou o Francisco.
                    - É o que vos disse há pouco, o que sobra depois de venderes seja o que for, descontando o custo das taxas e de tudo o que usaste ou empregaste para conseguires o que vendes.
                    - Ainda não percebi porque é que, sem lucro, não precisamos de dnheiro!
                    - Porque e não te esqueças que estamos especulando, porque a humanidade terá compreendido que a forma de vida, dentro desse sistema sem lucro, é muito mais justa, cada um tendo o mérito resultante da actividade de cada um. Não existirá acumulação da riqueza resultante do lucro, qpenas existirá acumulação maior ou menor de méritos que serão méritos resultantes da própria actividade. Mais, a actividade de cada um, não contribuindo para lucro, nunca contribuirá para a riqueza doutro.
                    - Então nunca mais poderemos ser ricos?
                    - António, dessa riqueza em que estás pensando, talvez não, penso que não. Doutra forma de riqueza é provável que sim. Pensem só nisto: a riqueza diferente de tantos homens e mulheres notáveis, desde a antiguidade clássica até hoje. Podemos discutir este tema noutra noite.
                    - Bem, meninos são horas de irmos para a cama! - Rematou Júlia.  
               
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             Admirar-se, pasmar-se, espantar-se quando vemos aparecer, surgir uma nova vida, seja humana, seja águia, leôa, passaro ou flôr. Não peço desculpa do que fiz na minha vida mas agradeço esta faculdade que me permite admirar, espantar e pasmar-me.
             A côres...



                                                                            XXXI


               Junho de 1997.

               A barriga de Júlia, no princípio do mês, diminuiu para o tamanho normal, nasceu a filha Carolina. Em casa, no dia do baptizado, uma enorme surpresa bateu-lhes à porta. Quase todos os colaboradores da FAP aglomeravam-se na rus para os felicitar pelo nascimento da Carolina.
               Fernando e Júlia vieram agradecer-lhes proferindo algumas palavras emocionantes.  Voltando  para dentro de casa, juntaram-se a Laura e Carlos, dizendo êste:
                        - Não tenho dúvidas, meninos vocês conseguiram  na fundação, um grupo extraordinário de colaboradores. E o que é raro, aliam os apolausos pelas vossas ocupações à vossa eficiência na propagação da espécie!
                         - Carlos, o mais extrordinário ainda não conheces bem, não se a Laura te contou.
               Surpreso, Carlos olhou para Laura e disse-lhe, sorrindo:    
                         - Então agora a minha amada tem sgredos para o seu marideo ? Conta lá , Fernando.
                         - Njão é segredo nenhum - disse Fernando - o que existe ainda mais extraodinário neste grupo da FAP. o que é mais notável é que todos os seus membrso, talvez sem excepção, colaboram connosco e exercem as suas funções como se estivessam ocupando-se duma coisa sua, sem quaisquer constrangimentos, com assiduidade notável, sempres procurando melhorar os resultados com ideias oportunas, manifestando  com frequência o seu agrado, prazer e contentamento pelo que fazem. Aliás pelas nossas conversas eu julgo que tu sabes disto tudo.
(continua)            

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