Tenho escutado entrevistas na televisão, ouvido importantes senhores discorrendo sobre assuntos económicos. Um dos temas actuais é o das energias renováveis. Segundo o que venho escutando em muitos dias, as energias solar, eólica e hídrica são suficientes ou quase suficientes para as necessidades do nosso país em electricidade, reduzindo quase totalmente a produção das centrais térmicas. Mas, dizem-nos os distintos eruditos na matéria, tal não diminui os encargos dessas centrais que, mesmo paradas trazem encargos consideráveis além de que os preços pagos aos produtores das alternativas são superiores aos que os consumidores pagam à EDP. Isto para justificarem as tais rendas pagas à EDP.
No entanto, devemos lembrar e acentuar:
1º.- Foi a EDP que incentivou ( e muito bem) a produção, por particulares, de energias alternativas, estabelecendo contratos aliciantes.
2º-- Cobrou licenças pesadas para essas concessões - para a produção do máxiimo de 3,5 quilowats/hora cobrou-me 651 euros para a licença de instalação de cêrca de 25 metros quadrados de painéis solares e venda à EDP da energia produzida .
3º- O investimento é todo pago pelos particulares, embora, quando eu o fiz no telhado da minha casa, houvesse alguma facilidade de crédito bancário com juros um pouco menores que os normais na época (em Abril de 2011).
4º.- Com a produção das alternativas actuais, acho estranho que pelo menos uma das actuais centrais térmicas não possa ser inactivada, sendo o seu encargo de apenas o da amortização e da conservação. (As mais antigas pouco terão decerto, a amortizar). Portanto seria útil, dado que tanto falam em transparência, que as continhas fossem apresentadas.
5º- Não esquecendo, nessas continhas, de mencionar a poupança que resulta de importarmos muito menos combustíveis para as centrais térmicas. Nem esquecendo que dentro de poucos anos a EDP pagará muito menores preços pela energia produzida nas alternativas. Nem esquecendo que para essa produção, o investimento da EDP foi zero, cobrando licenças bem pesadas, até ao momento de muitos milhões de euros.
6º.- Outros pontos ainda haverá a considerar numa discussão desta matéria: o menor custo do transporte das energias alternativas produzidas, a menor poluição reultante da redução da actividade das centrais térmicas.
Em 1962 estlive em Israel. Em Tel Aviv e noutras cidades daquêle país, uma percentagem elevadíssima de edifícios habitacionais - segundo me informaram em diversas povoações mais de cincoenta por cento - já se viam inúmeros paineis solares para aquecimento de água. E quando regressei a Portugal, em 1964, não vi em qualquer cidade uma única dessas instalações. Em Portimão, onde vivo, fui o primeiro habitante a instalar um painel solar para aquecimento de água, painel ainda muito rústico (durou pouco mais de dois anos) e que há cerca de vinte anos substituí por outro, importado, que me durou até hoje e penso que me durará bastantes anos mais . E em Março do ano passado instalei no telhado da minha casa mais dezoito painéis solares, êstes para produção de energia eléctrica, desde Abril de 2011. E, em Portimão começamos a ver surgir em algumas casas painéis solares.
Com a venda de automóveis eléctricos, que supomos se intensificará muito nos próximos anos, mais se justifica a propaganda e incentivo das alternativas para que nos tornemos cada dia mais bindependentes do petróleo e menos poluidos por êsse combustível e por outros combustíveis sólidos.
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