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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 97 -

                               - Vou referir algumas: temos os rendimentos dos depósitos a prazo nos bancos em Portugal e no estrangeiro, depósitos no Mónaco e em França, provenientes de prémios ganhos lá; começamos a ter rendimento da indústria de pão e derivados. Nos próximos doze meses, o que o engenheiro Garcia vos poderá explicar, ampliaremos muito esta indústria e começaremos outra que está na fase de projecto.
                Outro vereador, de modo displicente, inquiriu:
                               - Quando vos visitámos, os senhores referiram o vosso interesse pela colaboração da autarquia nos vossos trabalhos, podem-nos dar pormenores?
                 Júlia apressou-se a responder:
                               - De diversas maneiras. A primeira será a da vossa informação ao governo sobre tudo o que estamos fazendo. Agradeço-lhe muito a sua pergunta porque não queremos que subsistam algumas dúvidas no governo e na pesidência da república, sobre a obra da fundação. Peço-vos que lhes apresentem essa informação. Se neessitam de mais alguns elementos sobre a FAP, todos nós vos esclareceremos, nada omitindo. A segunda baseia-se, para sermos mais exactos no que falámos antes, quanto tempo poderemos continuar a auxiliar os cidadãos necessitados. Pela actividade da fundação,  como os senhores decerto notaram, o desemprego em toda esta zona benficiada, reduziu-se, na prática, a zero. Pela vossa reacção a esta afirmação, parece-me que não concordam. Mas poderão ter uma opinião diferente se passarem a considerar que os auxílios que concedemos estão, em parte,  substituindo os empregos, no aspecto material. Os senhores conhecem de certeza, o trauma que representa para qualquer ser humano, a perda do emprego, tenha a idade que tenha, Conhecem certamente que existiam aqui muitas famílias com carências enormes e também um número considerável de idosos, sem qualquer apoio familiar e com níveis de subsistência abaixo do miserável. Todos ou quase todos aqui presentes, é provável que tenham um familiar ou um conhecido que passou pelo mesmo. Portanto não seria descabido que o Estado, através das autarquias desta zona ou de forma directa, nos concedesse um subsídio destinado apenas à continuação do auxílio que a fundação vem concedendo desde os meses finais do ano passado.
               E Laura, apoando Júlia, acrescentou:
                          - O senhor presidente e a sua equipa decerto que, de imediato, não nos irão dar uma resposta. Todavia, estamos crentes que irão decidir bem.
               O presidente, homem de poucas falas, mas bem intencionado e considerado pelos municipes, disse:
                          - Não sabemos qual a opinião dos presidentes dos concelhos vizinhos. Quanto a nós, poderemos responder-vos dentro de algum tempo, após o despacho  do governo sobre a nossa futura informção e proposta. Porém ainda teremos outra pergunta, antes de escutarmos as vossas, e que irá ser apresentada pelo vice-presidente desta autarquia.
               O vice-presidente, um indivíduo baixo, atarracaco, de aspecto sanguíneo mas com fama de pessoa justa, carácter afável e bondoso, olhou de imediato para um folha A4 à sua frente e disse, dirigindo-se a Manuel Guedes:
                        - Já falei uma ou duas vezes com o doutor Guedes. Fiquei com boa impressão a respeito  de todo o trabalho que os funcionãrio da fundação vêem deseenvolvendo aqui na autarquia. Depois do nosso último encontro, troqiei algumas ideias com vereadores doutros concelhos. Vê possibilidade de funcionáios doutras câmaras poderem iniciar uma acção semelhante  nesses concêlhos vizinhos dêste, acha que isso será possíel?
                       - Seria ótimo, seria óptimo. No entanto devo lembrar-lhe que, de acordo com a resposta da doutora Júlia a uma pergunta semelhabnte do senhor presidente desta câmara quando nos visitou, êste é um trabalho delicado. Continuamos a exigir que os distribuidores devem ser bem seleccionados e possuir a formação devida. No que a fundação poderá colaborar. Por outro lado também deveremos estabeleer algumas regras de comum acordo, por exemplo sobre os salários. Julgo que o senhor tem uma opinião formada sobre a forma e a boa disposição que reina emtre os distribuidores, falou com alguns deles  e decerto avaliou o interesse, entusiasmo e dedicação com que actuam. Por isso temos um cuidado especial nas entrevistas prévias que efectuamos antes de contratar alguém - e o presidente da cámara disse:
                      - Bem, chegou a altura de escutarmos as vossas perguntas.
              Foi a vez de Fernando responder:
                      - Como sabem, a fábrica de pão e drivados está a funcionar, o nosso primeiro ponto de venda está aberto ao público e o sistema de pagamentos através da central de méritos começou a funcionar, com boa aceitação. Segundo o nosso contencioso nada  existindo na lei que o impeça, pensamos divulgar o mesmo sistema a todas as pessoas que o queiram seguir, isto é,  todas as pessoas que desejem fazer compras no ponto de vendas da FAP através de méritos que antes adquiriram. Que vos parece, vêem algum inconveniente?
(continua)

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