(Um texto que apresentei num curso de literatura em 2011)
A legre mangava com o cágado,
De vagaroso o chamava,
Lerdo e lento o apelidava
Mas o cágado, esperto e ladino
Propôs à lebre uma corrida
E o vencedor receber, pela vitória,
Mil reais, nada menos, nada mais.
Dado o sinal de partida
A veloz e vaidosa lebre
Deixa o cágado ir,com vagar,
Sorrindo o vê caminhar,
Lerdo e lento para diante
E em bom descanso ela inicia,
Sem se perturbar, um bom sono.
Caindo em bom torpôr
Povoado de bons sonhos
Ao fim de mais de três horas
Acorda, lembrando a aposta.
Retoma então a corrida
E passa veloz pelo cágado
Cinco metros depois da meta.
comentários, poemas, situações e circunstâncias da vida, escrtos e da autoria do que escreve neste blog
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sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Chegada a Agola-2
O comboio de Mossâmedes para Sá da Bandeira em 1953 subia a serra da Chela por caminho de ferro de bitola estreita. As carruagens tinham uma largura de dois metros e os passageiros sentavam-se em duas filas separadas por um corredor. As nossas malas e caixotes seguiram numa pequena carruagem de mercadorias e correio.
(O primeiro troço do caminho de ferro de Moçâmedes, 67 quilómetros foi inaugurado em 1907 eo comboio só chegou a Sá da Bandeira( hoje Lubango) em 1923 e este comboio era chamado por "camacouve" até aos anos século passado.)
As sete da manhâ desse dia de Maio de 1953 o comboio partiu da estação de Moçâmedes, cujo edifício ainda se encontra hoje com a mesma fachada que no dia da sua inauguração. Os primeiros sessenta ou setenta quilómetros, pelo deserto de Mossâmedes, foram percorridos em andamento moderado, 40 no máximo 50 quilómetros por hora, valocidade que depois foi diminuindo à medida que a subida da serra era mais e mais íngreme, até que chegámos, já passado o meio dia, a Vila Arriaga, onde almoçámos perto da estação e retomamos o comboio uma hora depois.
Na subida para o Lubango sucederam-se as paragens, mais ou menos demoradas para que a caldeira da locomotiva atingisse a pressão necessária, ou para tomar água. E saíamos do comboio para descançar as pernas. Haviam-nos dito que, quando a lotação era completa, por vezes os passageiros tinham de acompanhar o comboio a pé, nos troços mais íngremes, o que devia ser verdade : naquela viagem e nas duas carruagens de passageiros, seguiamoa apenas oito pessoas, quando poderiam viajar mais quarenta.
E, às vinte e uma horas chegamos finalmente - quase dentro do horário - ao Lubango.
(O primeiro troço do caminho de ferro de Moçâmedes, 67 quilómetros foi inaugurado em 1907 eo comboio só chegou a Sá da Bandeira( hoje Lubango) em 1923 e este comboio era chamado por "camacouve" até aos anos século passado.)
As sete da manhâ desse dia de Maio de 1953 o comboio partiu da estação de Moçâmedes, cujo edifício ainda se encontra hoje com a mesma fachada que no dia da sua inauguração. Os primeiros sessenta ou setenta quilómetros, pelo deserto de Mossâmedes, foram percorridos em andamento moderado, 40 no máximo 50 quilómetros por hora, valocidade que depois foi diminuindo à medida que a subida da serra era mais e mais íngreme, até que chegámos, já passado o meio dia, a Vila Arriaga, onde almoçámos perto da estação e retomamos o comboio uma hora depois.
Na subida para o Lubango sucederam-se as paragens, mais ou menos demoradas para que a caldeira da locomotiva atingisse a pressão necessária, ou para tomar água. E saíamos do comboio para descançar as pernas. Haviam-nos dito que, quando a lotação era completa, por vezes os passageiros tinham de acompanhar o comboio a pé, nos troços mais íngremes, o que devia ser verdade : naquela viagem e nas duas carruagens de passageiros, seguiamoa apenas oito pessoas, quando poderiam viajar mais quarenta.
E, às vinte e uma horas chegamos finalmente - quase dentro do horário - ao Lubango.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Chegada Ángola-1
Após vinte e um dias de viagem o "Uige" aportou a Mossâmedes numa manhã de Maio de 1953. Levantamos a mala de porão e os caixotes onde levamos alguns presentes do nosso casamento,o capacete colonial, a espingarda vinte e um longo, um faqueiro e serviço Vista Alegre, copos embrulhados em muitos jornais, bujigangas diversas. Um taxi levou-nos á estação de caminho de ferro, comprámos os bilhetes para Sá da Bandeira(hoje Lubango), deixamos os nossos bens no armazem e caminhámos pela cidade. Um desconhecido, homem dos seus trinta anos,falou-nos na rua principal, tinha-nos visto sair do "Uige", no porto, perguntou-nos donde éramos, em Portugal.Quando eu lhe disse que vinha de Portimão, alegrou-se: "eu sou de Lagôa"-disse, e quando eu lhe referi que tinha família em Lagôa, os Ramos, "conheço muito bem essa família", conversa puxa conversa, convidou-nos para uma caçada à noite, no deserto de Mossâmedes. Aceitámos, claro. "Mas, senhor Espinha temos de estar na estação às seis da manhã!" e ele, entusiasmendo-nos,"não há problema, dormirão tres ou quatro horas, não perdem o comboio, às cinco passo pelo hotel e acordá-los-ei".
Foi o nosso primeiro contacto em Angola e a primeira revelação do caracter amistoso, solidário e colaborante das gentes que viviam naquela zona de África.
Foi o nosso primeiro contacto em Angola e a primeira revelação do caracter amistoso, solidário e colaborante das gentes que viviam naquela zona de África.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Excursão
Aguardávamos com ansiedade, não sabíamos ainda o que era a ansiedade, era aquela espera por um acontecimento que sabíamos agradável, nas nossas vidinhas. Não sabiamos ainda classificar o que esperávamos com ansiedade e com alegria, não lhes dávamos qualquer nome dos que conhecíamos para os sentimentos. A expectativa dos castigos, das más classificações nos fins dos períodos, dos tabefes em casa ou nas guerras com os camaradas, essas espectativas, as desagradaveis, passavam por nós com pouca antecedência da sua concretização e não deixavam resquícios, recordações.
Naquele ano do colégio contemplaram-nos com duas excursões. A direcção alugava um carro elécrico da "Carris", um daqueles maiores e onde cabiamos todos os das duas turmas do terceiro ano. Na primeira fomos ao museu dos coches, em viagem directa. Lembro-me que o 82, um dos companheiros na nossa mesa de quatro no refeitório, lembro-me que ele fez inúmeros comentários, "cá vamos cantando e rindo, temos a honra de inaugurar nova carreira de "eléctricos" do Largo da Luz ao Dafundo, com paragem no museu dos coches e saida obrigatória sem direito a fazer chichi", ou então "olha aquela varina, leva peixe espada e carapau do alto!" e ao passarmos pelo Terreiro do Paço "olhar à esquerda,o D.José a cavalo, toda a gente tira o barrete!".
Acompanhava-nos um tenente, homem dos seus vinte e oito ou trinta anos, sempre bem disposto e que, dentro do museu, para amenizar a tristeza do ambiente soturno, o cheiro a velho que todos sentímos lá dentro, e o silêncio que nos calava, das carroças antigas, parecia-nos que a todo o momento aparecessem fantasmas das almas das realezas que percorriam as estradas doutros tempos, naquelas carripanas. Então ele, na falta de melhor cicerone, contou-nos várias histórias, verdadeiras ou não, nunca me interessou sabe-lo, algumas fizeram-nos rir, amenizando o silêncio sepulcral que ali pairava. "Olhem,meninos, neste coche um rei ao descer caíu e partiu o nariz ainda aqui estão no estribo restos da nódoa que o sangue dele deixou", "mas oh meu tenente, então isso já se passou há mais de cem anos e ainda está aí a nódoa?", "oh 327, o sangue de rei prega nódoas muito fortes" e assim calava os comentários mais atrevidos.
Sabia pouco de coches mas sabia bastante de história.
Naquele ano do colégio contemplaram-nos com duas excursões. A direcção alugava um carro elécrico da "Carris", um daqueles maiores e onde cabiamos todos os das duas turmas do terceiro ano. Na primeira fomos ao museu dos coches, em viagem directa. Lembro-me que o 82, um dos companheiros na nossa mesa de quatro no refeitório, lembro-me que ele fez inúmeros comentários, "cá vamos cantando e rindo, temos a honra de inaugurar nova carreira de "eléctricos" do Largo da Luz ao Dafundo, com paragem no museu dos coches e saida obrigatória sem direito a fazer chichi", ou então "olha aquela varina, leva peixe espada e carapau do alto!" e ao passarmos pelo Terreiro do Paço "olhar à esquerda,o D.José a cavalo, toda a gente tira o barrete!".
Acompanhava-nos um tenente, homem dos seus vinte e oito ou trinta anos, sempre bem disposto e que, dentro do museu, para amenizar a tristeza do ambiente soturno, o cheiro a velho que todos sentímos lá dentro, e o silêncio que nos calava, das carroças antigas, parecia-nos que a todo o momento aparecessem fantasmas das almas das realezas que percorriam as estradas doutros tempos, naquelas carripanas. Então ele, na falta de melhor cicerone, contou-nos várias histórias, verdadeiras ou não, nunca me interessou sabe-lo, algumas fizeram-nos rir, amenizando o silêncio sepulcral que ali pairava. "Olhem,meninos, neste coche um rei ao descer caíu e partiu o nariz ainda aqui estão no estribo restos da nódoa que o sangue dele deixou", "mas oh meu tenente, então isso já se passou há mais de cem anos e ainda está aí a nódoa?", "oh 327, o sangue de rei prega nódoas muito fortes" e assim calava os comentários mais atrevidos.
Sabia pouco de coches mas sabia bastante de história.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Bem, minha amiga...
A rapariga agarrava-se à correia pendurada no tecto do autocarro "mas ele afinal p'ronde é que foi, não ssbes?","olha Fernanda, desde aquele dia em que estivemos os dois contigo a tomar uma bica que nunca mais lhe pus a vista em cima", "Fátima, o Artur estava tão alegre, eu nem olhei pr'a ele já sabes que sou tua amiga, mas ele só parecia querer ser simpático!","pois, pois Fernanda, eu bem vi os lhos que ele deitava para as tuas mamas, até aproveitou quando se assoou p'ra mexer a cadeira e encostar-se mais a ti","olha Fátima eu não dei por nada, aliás era a segunda vez que o via nem se quer reparei nas calças que trazia, mas lá que vinha bem vestido isso vinha!","sim Fernanda, eu bem reparei como sorrias para o tecto da pastelaria, passando pelos olhos dele","Fátima já te disse que o tipo não me interessa, mas se queres saber até náo é nada p'ra deitar fora, não é nenhum disparate, á alto e bem constituido..:", "vês, Fernanda, afinal tambem reparaste nele como aquela lambisgoia que estava na mesa ao lado da nossa e que só lhe olhava o pescoço e o que estava p'ra baixo, só faltou dar-lhe os bons dias!"," oh Fernanda, não me digas que t'ás com ciumes, o tempo não está p'ra essas coisas, o que te digo é que deves tomar cuidado com ele, o tipo é insinuante e diz umas coisas bem bonitas de se ouvir".
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Não me preguntem
Não me perguntem pelos fins
Pelos meios, nem pelos quartos às escuras
Nem me façam perguntas idiotas
Às quais eu não quero nem sei responder
Dêem-me seja o que for,
Que me vire a vida do avesso
Para ver o que lá tenho, o que lá conservo.
Como eu queria, em menino
Ver a outra face da lua
Que o severo professor
Dizia que estava sempre,sempre
E sempre às escuras.
Eu não acreditava
Na minha ingenuidade
Podia lá acreditar.
Por isso, um dia
Ele deu-me uma nota baixa
Porque eu lhe perguntei
No meio da sua lição,
Quando tinham apagado a luz
Do outro lado da lua.
Pelos meios, nem pelos quartos às escuras
Nem me façam perguntas idiotas
Às quais eu não quero nem sei responder
Dêem-me seja o que for,
Que me vire a vida do avesso
Para ver o que lá tenho, o que lá conservo.
Como eu queria, em menino
Ver a outra face da lua
Que o severo professor
Dizia que estava sempre,sempre
E sempre às escuras.
Eu não acreditava
Na minha ingenuidade
Podia lá acreditar.
Por isso, um dia
Ele deu-me uma nota baixa
Porque eu lhe perguntei
No meio da sua lição,
Quando tinham apagado a luz
Do outro lado da lua.
Célia!
Célia! a empregada domeéstica cortava batatas, nabos, chouriço, a carne aos bocados,os filhos em férias enchiam-na de preocupações,o marido no trabalhosafara-se aos despsdimentos na fábrica e os dois filhos em casa era uma preocupação, a televisão avariada, com q'é que se iriam entreter, lá estava a patroa com as recomendações do costume, sempre as mesmas recomendações, veja lá Célia a última vez que fez o cozido cheirava a bispo, mas o senhor arquitecto, dona Bábara, o senhor arquitecto disse que estava melhor que o da semana passada, ora Célia se não foi o cozido foi outro prato, já não me lembro,ela já disse o que lhe deu na veneta e agora vai gabar-se ao marido que o cozido hoje está como ela queria,eu q'aqui em casa há dez anos nunca deixei queimar nada e ainda por cima sou eu que tenho de pagar a caixa, faço a cozinha, engomo, limpo os quartos todos, aspiro, gasto uma esfregona por semana e ela a poupar na solarina pr'ás pratas e no detergente pr'ás carpetas.
Célia!
Célia!
Amor
Mais que um fogo
Que transforma chamas em reflexos de exaltação
Mais que uma força
Que cala as palavras dos segredos que nos calam
Mais que um arrebatamento,
Uma tentativa que a garganta prende
Mais que um pasmar
Perante quem amammos
Mais que as palavras
Balbuciantes que nos sufocam
Mais que partir,
Ficando e sentir a tentação.
Que transforma chamas em reflexos de exaltação
Mais que uma força
Que cala as palavras dos segredos que nos calam
Mais que um arrebatamento,
Uma tentativa que a garganta prende
Mais que um pasmar
Perante quem amammos
Mais que as palavras
Balbuciantes que nos sufocam
Mais que partir,
Ficando e sentir a tentação.
Quem serás tu ?
Quem serás tu, que lês estes meus versos?
Serás redonda, quadrada, heterosexual,malandro, corrupta, leal?
Abrupta, medonha, de pedra ou sensual?
Vives na vida, na água, no vento?
Trazes o ar da serra?
Os gemidos das flores arrancadas?
O som da brisa que passa naquele lago?
A chama duma saudade que é tormento?
O riso da criança que já foste?
A esperança que paira no meu pensamento?
Serás redonda, quadrada, heterosexual,malandro, corrupta, leal?
Abrupta, medonha, de pedra ou sensual?
Vives na vida, na água, no vento?
Trazes o ar da serra?
Os gemidos das flores arrancadas?
O som da brisa que passa naquele lago?
A chama duma saudade que é tormento?
O riso da criança que já foste?
A esperança que paira no meu pensamento?
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Como eu gostaria
Gostaria de escrever poesia sem ser poesia
Nos cânones habituais destas escrituras,
Uns versos sem defenição, sem título,sem estilo,
Sem me subordinar aos preceitos, ao bonito, à rima.
Defenindo pelo tosco o que sinto de indefenido
Apenas ostentando um título inexistente,
Provocando-me sempre sensações impreceptíveis
Com o meu estilo próprio, inqualificavel, incapaz e ausente.
Servindo-me dos enredos, das confusões, do caos,
Cantando os desiquilíbrios,as tentações, a estática,
Sendo apreciado por ignorantes, por iletrados, por analfabetos
E até por verdadeiros apreciadores de matemática.
Nos cânones habituais destas escrituras,
Uns versos sem defenição, sem título,sem estilo,
Sem me subordinar aos preceitos, ao bonito, à rima.
Defenindo pelo tosco o que sinto de indefenido
Apenas ostentando um título inexistente,
Provocando-me sempre sensações impreceptíveis
Com o meu estilo próprio, inqualificavel, incapaz e ausente.
Servindo-me dos enredos, das confusões, do caos,
Cantando os desiquilíbrios,as tentações, a estática,
Sendo apreciado por ignorantes, por iletrados, por analfabetos
E até por verdadeiros apreciadores de matemática.
Os meus versos
Os versos que estou publicando neste meu blog, são de minha autoria. Se transcrevo versos, frases,ou artigos que não foram criados por mim sempre indiquei e indicarei o seu autor,e porei aspas antes da primeira palavra e antes da última transcritas.Por exemplo:
"Entre leigos ou letrados,
Fala só de vez em quando.
Que nós, às vezes calados,
Dizemos mais que falando." (De António Aleixo)
"Entre leigos ou letrados,
Fala só de vez em quando.
Que nós, às vezes calados,
Dizemos mais que falando." (De António Aleixo)
os meus feitos gloriosos
Que quantidade de heróis â minha volta!
Somos um nobre povo de grandes façanhas
Oiço os da minha idade relatarem as maravilhas
Do quefizeram, do que exploraram, do que conquistaram,
Enaltecendo, sem qualquer dose de vergonha,com sorrisos manhosos
As malandrices, as partidas, as trapaças
Que cometeram há muito tempo, sempre há muito tempo atrás
E por vezes só como acções de grandes mariolas.
Mas eu, aqui declaro,aqui o exponho e aqui o deixo
Bem afirmando a quem me lê, ou a quem me queira ouvir,
Que de feitos gloriosos tenho nada
E de malandrices, trapaças e partidas,
Que meti debaixo do tapete do meu passado,
Tenho muitas, algumas bem dificeis de confessar,
Muitas que as perdas da memória e dos sentidos
Me ajudam a esquecer sem eu querer.
Todavia, portque o nosso cérebro é resistente
Resistindo a um milhão de pancadas variadas durante a vida,
Tenho uma memória que não esquece facilmente
Alguns feitos do meu passado mais distante
Que nada me enaltecem ou me maravilham
Nada têm de glória ou de elogio,
Com frequência bem dificeis de confessar
E que nada mais são que lixo pouco facil de varrer.
Somos um nobre povo de grandes façanhas
Oiço os da minha idade relatarem as maravilhas
Do quefizeram, do que exploraram, do que conquistaram,
Enaltecendo, sem qualquer dose de vergonha,com sorrisos manhosos
As malandrices, as partidas, as trapaças
Que cometeram há muito tempo, sempre há muito tempo atrás
E por vezes só como acções de grandes mariolas.
Mas eu, aqui declaro,aqui o exponho e aqui o deixo
Bem afirmando a quem me lê, ou a quem me queira ouvir,
Que de feitos gloriosos tenho nada
E de malandrices, trapaças e partidas,
Que meti debaixo do tapete do meu passado,
Tenho muitas, algumas bem dificeis de confessar,
Muitas que as perdas da memória e dos sentidos
Me ajudam a esquecer sem eu querer.
Todavia, portque o nosso cérebro é resistente
Resistindo a um milhão de pancadas variadas durante a vida,
Tenho uma memória que não esquece facilmente
Alguns feitos do meu passado mais distante
Que nada me enaltecem ou me maravilham
Nada têm de glória ou de elogio,
Com frequência bem dificeis de confessar
E que nada mais são que lixo pouco facil de varrer.
domingo, 18 de dezembro de 2011
Carta ao menino Jesus
Menino Jesus:
Tu, que todos os anos trazes aos meninos as prendas que a tua bondade infinita espalha,
Deixa-lhes também na alma o gérmen da bondade;
Tu, que todos os Natais não faltas com os teus guindastes, camionetas e comboios da tua generosidade;
Deixa-lhes também no espírito a semente da boa vontade;
Tu, que todos os dezembros lhes ofereces as belas Brancas de Neve, Pompadours e Antonietas,
Lança-lhes também na mente o culto, o hábito e o respeito pela beleza;
Tu, que todos os invernos lhes repartes os albuns, os livros e as colecções,
Mete-lhes no sangue também o vício da cultura, o prazer da sabedoria e o desejo da rectidão;
Tu, que lhes pões nos sapatos as bolas, os patins e os jogos,
Dá-lhes igualment as tendências para a lealdade, para a honestidade e para a virtuosidade;
Tu, que és pródigo noa papagaios, macacos e palhaços,
Ensina-lhes também a moderar a palavra, a condenar o plágio e a conhecer o ridículo;
Tu, que lhes deixas as fábulas, as narrativas famosas e as histórias valorosas,
Ensina-lhes compreender a verdade, a coragem, a dignidade e a honra;
Tu, que te tormaste no maior de todos os homens,
Faa de cada um deles um HOMEM.
(Alberto Quadros)
(publicado na revista "Egoísta", nº 18, de Março de 2004)
Tu, que todos os anos trazes aos meninos as prendas que a tua bondade infinita espalha,
Deixa-lhes também na alma o gérmen da bondade;
Tu, que todos os Natais não faltas com os teus guindastes, camionetas e comboios da tua generosidade;
Deixa-lhes também no espírito a semente da boa vontade;
Tu, que todos os dezembros lhes ofereces as belas Brancas de Neve, Pompadours e Antonietas,
Lança-lhes também na mente o culto, o hábito e o respeito pela beleza;
Tu, que todos os invernos lhes repartes os albuns, os livros e as colecções,
Mete-lhes no sangue também o vício da cultura, o prazer da sabedoria e o desejo da rectidão;
Tu, que lhes pões nos sapatos as bolas, os patins e os jogos,
Dá-lhes igualment as tendências para a lealdade, para a honestidade e para a virtuosidade;
Tu, que és pródigo noa papagaios, macacos e palhaços,
Ensina-lhes também a moderar a palavra, a condenar o plágio e a conhecer o ridículo;
Tu, que lhes deixas as fábulas, as narrativas famosas e as histórias valorosas,
Ensina-lhes compreender a verdade, a coragem, a dignidade e a honra;
Tu, que te tormaste no maior de todos os homens,
Faa de cada um deles um HOMEM.
(Alberto Quadros)
(publicado na revista "Egoísta", nº 18, de Março de 2004)
Declamando, debaixo do chuveiro
Vakha.me Deus, atenção
Não invocar o samnto nome de Deus em vão!
O ameu roupão já está curto
Serjá que estou voltando a crescer?
Querias,
Cheura, cheira, às favas com chouriço.
É a idade,
Não me tira o apetite
Raio deste sabonete
Que é mais escorregadio
Que um político comprometido...
Nem me lembrei de trazer
Papel higiénico pr'a cima.
Não gosto deste cheiro a fénico.
O meu amigo Manel
Tem um irmão especialista
Com o curso de economista
Ele diz: p'ra comprar um Rolls-royce
Não dá ao canário a alpista.
Maldita aquela gaivota,
Tanto larga as cagadelas
Um cima do9 meu automovel
Como em cima dum prémio Nobel
Enfim, não é hábito nem mania,
É a plena democracia !
Não invocar o samnto nome de Deus em vão!
O ameu roupão já está curto
Serjá que estou voltando a crescer?
Querias,
Cheura, cheira, às favas com chouriço.
É a idade,
Não me tira o apetite
Raio deste sabonete
Que é mais escorregadio
Que um político comprometido...
Nem me lembrei de trazer
Papel higiénico pr'a cima.
Não gosto deste cheiro a fénico.
O meu amigo Manel
Tem um irmão especialista
Com o curso de economista
Ele diz: p'ra comprar um Rolls-royce
Não dá ao canário a alpista.
Maldita aquela gaivota,
Tanto larga as cagadelas
Um cima do9 meu automovel
Como em cima dum prémio Nobel
Enfim, não é hábito nem mania,
É a plena democracia !
Prática da vida
Pratico esta coisa da vida, estou nesta coisa da vida, passo por esta coisa da vida como se se tratasse duma caminhada por caminho fácil. Sem grandes escolhos, sem grandes problemas, sem acidentes de maior. Somos meninos não sentimos passar a vida, somos jovens não sentimos que a vida passa por nós, chegamos a adultos, desprezamos a vida.
E quando chegamos a uma idade em que conseguimos pensar um pouco na vida, a vida troça de nós.
E, se somos capazes, se o merecemos,se não duvidamos, só nos resta sorrir.
E quando chegamos a uma idade em que conseguimos pensar um pouco na vida, a vida troça de nós.
E, se somos capazes, se o merecemos,se não duvidamos, só nos resta sorrir.
sábado, 17 de dezembro de 2011
Classe média alta
As cortinas agitam-se deixando a espaços a luz límpida desta manhã de dezembro entrar pela sala adentro iluminando a poeira levantada pelo aspirador que a Amélia vai levando a todos os cantos.
A família reunira-se no dia anterior,num jantar ruidoso, numa mesa comprida onde, filhos e filhas, noras e genros, netos e netas, cumpriam a praxe de jantar nos sábados de cada semana em casa dos pais. Sentavam-se dezoito à mesa, duas vezes por mês arroz de pato, nas outras duas, cozido à portuguesa. Fruta da quinta, vinho do cooperativa e doces que, por força dos costumes, eram as surpresas que os filhos traziam.
O jantar, como sucedia quase sempre, terminara depois das onze, dos cafés, das anedotas mais recentes, das guerras com os netos mais novos para que caminhassem para o vale dos lençois.
Amélia, nos domingos sempre a primeira a levantar-se, na ausência da empregada doméstica,completava nessas manhãs a arrumação da sala,o seu orgulho era sempre recompensado pela boa disposição da família e ausência de reparos das filhas ou das noras, essas críticas femeninas que por vezes nem precisam de palavras - em particular as provindas das noras.
Eram costumes da então chamada classe média alta.
A família reunira-se no dia anterior,num jantar ruidoso, numa mesa comprida onde, filhos e filhas, noras e genros, netos e netas, cumpriam a praxe de jantar nos sábados de cada semana em casa dos pais. Sentavam-se dezoito à mesa, duas vezes por mês arroz de pato, nas outras duas, cozido à portuguesa. Fruta da quinta, vinho do cooperativa e doces que, por força dos costumes, eram as surpresas que os filhos traziam.
O jantar, como sucedia quase sempre, terminara depois das onze, dos cafés, das anedotas mais recentes, das guerras com os netos mais novos para que caminhassem para o vale dos lençois.
Amélia, nos domingos sempre a primeira a levantar-se, na ausência da empregada doméstica,completava nessas manhãs a arrumação da sala,o seu orgulho era sempre recompensado pela boa disposição da família e ausência de reparos das filhas ou das noras, essas críticas femeninas que por vezes nem precisam de palavras - em particular as provindas das noras.
Eram costumes da então chamada classe média alta.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Dona de casa
Esticou o fio puxando uma das pontas e pendurou a roupa lavada segurando-a com as pinças de madeira. O fio formou um grande arco e ela resmungou "raio de fio o vestido já roja no chão". O marido entretido a ver o trabalho dela não resistiu à crítica "então mulher já te esqueceste das catenárias?" e ela continuando o resmungo " qais catenárias vê se te mexes e m'arranjas um arame forte para pendurar as cuecas e as saias e os lençois|" e o marido, implacável: "andaste tu nos estudos e não aprendeste nada, claro o professor engraçou contigo e passou-te administrativamente" e ela, depois de pendurar mais umas calcinhas "olha, Mariano,também tive melhores notas que tu, mesmo com professoras mulheres"ele não queria a derrota e "mas p´raqé que te serviu o curso, não quiseste trabalhar, na quiseste encontrar emprego"e ela "pois, vocês homens nunca dão valor ao nosso trabalho, quando acabei o curso já me tinhas emprenhado três vezes e o que m'entregavas pr'á casa na dava para ter empregada doméstica, alguma vez reparaste no que eu fazia em casa?e tu aqui, meu lindo, era voltares e encontrares os filhos tratados, a mesa posta e as refeições prontas."
O marido, impávido, dobrou o jornal e exclamou:
-Bem, deixa-me ir lavar as mãos, são horas de almoço!
O marido, impávido, dobrou o jornal e exclamou:
-Bem, deixa-me ir lavar as mãos, são horas de almoço!
domingo, 27 de novembro de 2011
Aguardo
Escrevi, enviei, aguardo ansioso a resposta. Que decidirá os meus humores quando a receber. Não foi ium isco que atirei aos ventos amigos do futuro. Foi apenas outra tentativa da minha ambição de felicidade.
Vestindo o seu roupão branco, coçado e enxovalhado, a vizinha do 1º esq limpa com cuidado indiferente, a cadeira de plástico enquanto um "ficus" amarelado, resignado ao vaso impróprio e ao vizinho bambu, condenado à sombra do canto da "marquise", tenta apanhar algum sol. O marido continua lá dentro mastigando o pequeno almoço melhorado por ser domingo.
Continuam no mesmo silêncio entre os dois, silêncio interrompido na noite passada, pelo sono agitado pela tosse e apneia, pelo ressonar e pelas palavras desconexas de sonhos agitados.
Aquelas paredes limitam a luz e desfazem qualquer intento de palavra, de expressão ou de idéia.
Continuam no mesmo silêncio entre os dois, silêncio interrompido na noite passada, pelo sono agitado pela tosse e apneia, pelo ressonar e pelas palavras desconexas de sonhos agitados.
Aquelas paredes limitam a luz e desfazem qualquer intento de palavra, de expressão ou de idéia.
sábado, 26 de novembro de 2011
Entreguei a vida
(dedicado a minha Mãe)
Entreguei a vida aos teus carinhos
sem regular os meus passos pelos teus passos certos
percorri inóspitos, insensatos caminhos
de agruras e de espinhos cobertos.
Fugi ao dificil, andei pelo fácil a toda a hora,
roguei pragas, poucas vezes uma oração,
fui impaciente por qqualquer demora,
atendi aos impulsos mais que ao coração.
E se lá onde repousas, minha Mãe querida,
desde que nos deixaste,podes contemplar
os passos que eu dou nesta vida,
concede-me mais um favor da tua bondade,
perdoa-me ter-te dado tão pouco amôr
e por vezes retribuir-te com maldade.
de Alberto Quadros
Entreguei a vida aos teus carinhos
sem regular os meus passos pelos teus passos certos
percorri inóspitos, insensatos caminhos
de agruras e de espinhos cobertos.
Fugi ao dificil, andei pelo fácil a toda a hora,
roguei pragas, poucas vezes uma oração,
fui impaciente por qqualquer demora,
atendi aos impulsos mais que ao coração.
E se lá onde repousas, minha Mãe querida,
desde que nos deixaste,podes contemplar
os passos que eu dou nesta vida,
concede-me mais um favor da tua bondade,
perdoa-me ter-te dado tão pouco amôr
e por vezes retribuir-te com maldade.
de Alberto Quadros
A cadeira de plástico
A cadeira de plástico branco lá continua na "marquise" com a resignação própria duma cadeira morta aguardando o dia em qaue se parta e embarque no carro do lixo. Os reformados, seus donos e patrões seguem na vida sem trocar palavras, nem um bom dia ao despertar, nem boa noite ao deitar.
As rotinas têm consequências fatais.
As rotinas têm consequências fatais.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
La mujer fuerte
Me acuerdo de tu rostro que se fijó em mis dias,
mujer de saya azul e de tostada frente,
que em mi niñez y sobre mi tierra de ambrosia
vi abrir el surco negro en un abril ardiente.
Alzaba en la taberna, honda la copa impura
el que te apegó un hijo al pecho de azucena,
y bajo ese recuerdo, que te era quemadura,
caía la simiente de tu mano, serena.
Segar te vi en enero los trigos de tu hijo,
y sin comprender tuve em ti los ojos fijos,
agrandados al par de maravilla y llanto.
Y el lodo de tus pies todavia besara,
porque entre cien mundanas no he encontrado tu cara
y aun te sigo em los surcos la sombra com mi canto!
de Gabrielaq Mistral
mujer de saya azul e de tostada frente,
que em mi niñez y sobre mi tierra de ambrosia
vi abrir el surco negro en un abril ardiente.
Alzaba en la taberna, honda la copa impura
el que te apegó un hijo al pecho de azucena,
y bajo ese recuerdo, que te era quemadura,
caía la simiente de tu mano, serena.
Segar te vi en enero los trigos de tu hijo,
y sin comprender tuve em ti los ojos fijos,
agrandados al par de maravilla y llanto.
Y el lodo de tus pies todavia besara,
porque entre cien mundanas no he encontrado tu cara
y aun te sigo em los surcos la sombra com mi canto!
de Gabrielaq Mistral
Um casal exemplar
Repimpou-se com ar de câo amestrado na cadeira de lástico branco,na "marquise",do 2º esq enquanto a esposa pendurava a roupa lavada no cordel estendido por cima da sacada. A mulher, mostrando-lhe uma camisa disse-lhe duas ou tres palavras, que decerto o incomodaram,porque ele de imediato se levantou, respondeu-lhe com o gesto feio do Zé Povinho e abandonou a cena, com ar distante, desdenhoso.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Sem necessitar de coragem
Levanto o tapete do meu passado e encontro as porcarias dos pecados da minha juventude.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Apelo de Patricia Reis
Se têem livros infantis novos ou em meio uso,dicionários,lapis de côr, cadernos para colorir ou outra qualquer coisa que sirva para os miudos lerem, criarem ou aprenderem, enviem-nos para a morada indicada por Patricia Reis(av. da republica,nº6,9ºesq, 1050-191 Lisboa.). Para crianças em São Tomé.
sábado, 5 de novembro de 2011
Dia cinco
Não sei porque chamaram cinco ao dia de hoje. Será que é um dia cínico que, por malandrice, alguém lhe acrescentou um i ? Mas tambem não é um dia cónico porque algum engraçado tirou um i e pôs lá um ó...A não ser que, na realidade,(como gostava aquela senhora de afirmar de forma rotunda e definitiva qualquer coisa que lhe vinha à cabeça), na realidade há ou não há dias cónicos? Não sabeis o que é um dia cónico? Ora, todos sabemos que é um dia bicudo e porque qualquer dia pode ser um dia cínico e bicudo não se admirem se eu mudar de tema e passar para a base circular do dia cónico e descansar desta canseira de encontrar explicação para um dia bicudo e cónico. Não aguento mais esta discussão e deito-me na base, se não couber lá dentro deito-me numa nuvem, colchão de certeza muito mais confortável e barato, hoje que tenho ao meu dispor um céu com inúmeros cúmulo nimbos. Os aviadores fegem deles como o diabo da cruz, mas são lindos, lindos...
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Pressa e outros derivados
pois é, vai depressa o livro, salvo as outras pressas que sempre acontecem a quem não gosta da pressa, da pressão, do afogadilho, do tem que ser agora senão, mas vai, vai como eu gosto, isto é quando me apetece, para quê pressa se a pressa não me inspira, se a pressa nada me cria. A pressa que teve esta neta nossa que passou tres dias aqui, a pressa que ela mais o marido, o bom marido que tem e que não parece ser homem de tantas pressas, sairam à noite e a esta hora já voam a 900 klm por hora num avião cheio de pressa a caminho de Santiago do Chile eu nunca vou cheio de pressa a 900 klm para qualquer lado quando tenho pressa mas o chato é que a pressa não me afasta as saudades que nunca têem pressa em sair. É um assunto que ninguem discute, este de acabar com a pressa, se esta fosse condenada com um imposto sem dúvida que acabaria, o dinheiro tambem não se descute o acabar com ele e tam bém não se discutiria se se decretasse um imposto sobre a falta de dinheiro, se quem tem falta de dinheiro pagasse um imposto o que se passaria ? ora, lógico, toda a gente não pagaria esswse imposto a não ser que o areópago da desunião europeia com os seus quinhentos e tantos legisladores mais aqueles quantos mamarrachos mais a srªMerkel e o sr.Sarcozy, que com sertezsa não sabem estrelar um ôvo, a não ser que essa gente ( como diria o dr.Medina Carreira) a não ser que essa gente começassa a marcar as reuniões para tanto edecidir e legislar. E sim, sim, quianto tempo levarão eles para eatrelar um ôvo e fritar umas bata tinhas ?
sábado, 22 de outubro de 2011
A vida é isto
E aquilo e aqueloutro
O que vale a vida
Mais que aquilo ou que o aqueloutro
É o que encontramos entre o isto e o aquilo
Que nos faz vibrar, sentir e exaltar
Permanecer um pouco ou um muito dentro da luz
Pairar etéreo nesse entretempo
Não peço meças ao tempo
Nem lhe estabeleço primazias nem inferioridades
Não me satisfazem tais frivolidades
Pela mesma razão de que não conto as pedras do caminho
Só conto que não me abandone esta insatisfação
De encontrar no meio dele outra realidade
E descobrir e encontrar a capacidade
Do canto ou alguma arte destas palavras
Passo por aqui
E aquilo e aqueloutro
O que vale a vida
Mais que aquilo ou que o aqueloutro
É o que encontramos entre o isto e o aquilo
Que nos faz vibrar, sentir e exaltar
Permanecer um pouco ou um muito dentro da luz
Pairar etéreo nesse entretempo
Não peço meças ao tempo
Nem lhe estabeleço primazias nem inferioridades
Não me satisfazem tais frivolidades
Pela mesma razão de que não conto as pedras do caminho
Só conto que não me abandone esta insatisfação
De encontrar no meio dele outra realidade
E descobrir e encontrar a capacidade
Do canto ou alguma arte destas palavras
Passo por aqui
Quando me sento à mesa
Quando me sento à mesa, sejeito à rotina do pequeno almoço que me saca da modorra do despertar, sinto-me agarrado a uma rotina adquirida nos sáculos da minha existència, séculos de chávenas de café com leite ou de leite sem café, de papos secos com manteiga ou com outra variante comestivel que agora saquei ou saqueei do frigorícico, levei anos e anos habituado a encontrar o pequeno almocinho resignado e bem preparado à minha espera, servido por um fâmulo no colégio militar ou por uma menina e esta contava-me, era eu miúdo: vim de lá da serra de Monchiqçue para servir uns senhores ricos daquela vila lá em baixo para onde os meus pais me mandaram para servir uns senhores ricos daquela vila que casa mais grande ca horta donde o meu pai, a minha mãe e eu e os meus irmãos trabalhamos com as enxadas ou apanhando as ervas à roda das couves e dos nabos da horta donde os meus pais e eu e os meus manos trabalhamos até cum dia apareceram por lá uns homens e levaram o meu pai preso porque disse a minha mãe porque o meu pai tinha ildo lá abaixo à vila junto ao mar ca gente vê cá de cima da serra e cas minhas amigas dizem que é todo salgado, tão salgado caté lhe tiram o sal ca minha mãe tem na cozinha eu não acredtito pudera lá ser o sal é sal a água é água põe-se o sal na água fica a água salgada, não acredito caquela água toda do mar ca gente vê cá de cima da serra seja toda salgada não acredito caja tanta gente a pôr sal naquela água toda que se v^cá de cima da nossa serra.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Vou fazer de conta
Vou fazer de conta que não estou aqui
Agarrado à terra por força da gravidade,
Que de grave sabemos que ela pouco tem
E muito pouco merecedora de alguma curiosidade
Só me puxa para baixo, sem outras intenções,
Nada tem de interessante ou de outras qualidade.
Sem tirar a conta do que desconto
Sem inventar um conto para criticar
Sem me empregar mais do que a conta
Vou escrever uma história que tenha a tal da gravidade
Sem grandes cautelas nem justificações
Mas com prudentes responsabilidades.
Sou teimoso, fico-me na minha, não saio daqui
Entrando em força, saindo para o ar livre
Tenho as costas largas, gosto da minha idade
Respiro fundo o aroma das minhas flores
Proponho-me não desisitir de boas intenções
Sem petulâncias nem quaisquer vaidades.
Agarrado à terra por força da gravidade,
Que de grave sabemos que ela pouco tem
E muito pouco merecedora de alguma curiosidade
Só me puxa para baixo, sem outras intenções,
Nada tem de interessante ou de outras qualidade.
Sem tirar a conta do que desconto
Sem inventar um conto para criticar
Sem me empregar mais do que a conta
Vou escrever uma história que tenha a tal da gravidade
Sem grandes cautelas nem justificações
Mas com prudentes responsabilidades.
Sou teimoso, fico-me na minha, não saio daqui
Entrando em força, saindo para o ar livre
Tenho as costas largas, gosto da minha idade
Respiro fundo o aroma das minhas flores
Proponho-me não desisitir de boas intenções
Sem petulâncias nem quaisquer vaidades.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Por isso, dá-me um grande abraço
Para além dos sentidos que o corpo me concede
Depois de sentir tudo o que sinto fora do meu corpo
Ficam algumas coisas muito estranhas
Criando nuvens de ilusões no pensamento
Que mais não são que breves interrupções
Sobre tudo o que me dão o futuro e o presente.
Uma delas, talvez a mais estranha
Talvez a incógnita desta vida, na sua equação
Que surge implacavel, bem firme e persistente
Sem dar tréguas à esperança ou à saudade
Roubando todo o valor às críticas e aos luvores
Passando ao lado de qualquer publicidade.
Será por fim algum dia conhecer
A razão de aqui estar, de tudo o que acontece
De uns dias feliz, por acordar,
De uns dias levantar-me cheio de alegria
E noutros, pelo meio das tarefas que me ocupam
Mais não pensar que voltar a adormecer
Por isso, dá-me um grande abraço.
Depois de sentir tudo o que sinto fora do meu corpo
Ficam algumas coisas muito estranhas
Criando nuvens de ilusões no pensamento
Que mais não são que breves interrupções
Sobre tudo o que me dão o futuro e o presente.
Uma delas, talvez a mais estranha
Talvez a incógnita desta vida, na sua equação
Que surge implacavel, bem firme e persistente
Sem dar tréguas à esperança ou à saudade
Roubando todo o valor às críticas e aos luvores
Passando ao lado de qualquer publicidade.
Será por fim algum dia conhecer
A razão de aqui estar, de tudo o que acontece
De uns dias feliz, por acordar,
De uns dias levantar-me cheio de alegria
E noutros, pelo meio das tarefas que me ocupam
Mais não pensar que voltar a adormecer
Por isso, dá-me um grande abraço.
Versos pouco equiláteros
Farto-me de pensar mesmo quando não penso,
Olho para tudo quando nada vejo,
Tenho a ambição de lá chegar aqui ficando
E ficar preso, soltando-me do meu desejo.
Escrevendo com uma caneta daquelas antigas,
Uma pena branca duma pomba, aguçada numa ponta.
Usando a tinta dum tinteiro cheio do meu sangue
Que eu tirar duma borbulha, das muitas que obtenho,
Coçando, coçando, até chegar o ardor,
Provocado pela unha aguda, do dedo indicador.
E tudo isto pela usual e velha pretensão
De escrever alguns versos originais,
Que só serão originais na condição
De sairem bem de dentro do coração.
Olho para tudo quando nada vejo,
Tenho a ambição de lá chegar aqui ficando
E ficar preso, soltando-me do meu desejo.
Escrevendo com uma caneta daquelas antigas,
Uma pena branca duma pomba, aguçada numa ponta.
Usando a tinta dum tinteiro cheio do meu sangue
Que eu tirar duma borbulha, das muitas que obtenho,
Coçando, coçando, até chegar o ardor,
Provocado pela unha aguda, do dedo indicador.
E tudo isto pela usual e velha pretensão
De escrever alguns versos originais,
Que só serão originais na condição
De sairem bem de dentro do coração.
Duas pedras
Nunca passo duas vezes pelo mesmo pensamento,
Há sempre qualquer pequena diferença.
A mesma que existe entre duas pedras da calçada
Ou entre estas duas, que apanhei, polidas pelo mar,
Que vieram aqui parar à minha frente, imperturbáveis.
Encontrei-as juntas, passeando pela praia,
As ondas vinham morrer em cima delas,
Rolando-as e polindo-as um pouco mais.
Batiam uma contra a outra e cantavam
Uma canção que se unia à canção do mar.
Apanhei-as num intervalo entre as ondas
Meti-as no bolso direito das minhas calças
Parece-me que ficaram quentes e incomodadas
Pelo cheiro do dinheiro que saía das moedas
Tão diferente do do mar e da maresia.
Mas quando repararam onde as pousei
Num sjítio que escolhi, não em quaquer lado,
Ficaram contentes e suspiraram de brilho e de alívio
Por eu não as ter metido e condenado
Por muitos anos, para dentro dum betão armado.
Há sempre qualquer pequena diferença.
A mesma que existe entre duas pedras da calçada
Ou entre estas duas, que apanhei, polidas pelo mar,
Que vieram aqui parar à minha frente, imperturbáveis.
Encontrei-as juntas, passeando pela praia,
As ondas vinham morrer em cima delas,
Rolando-as e polindo-as um pouco mais.
Batiam uma contra a outra e cantavam
Uma canção que se unia à canção do mar.
Apanhei-as num intervalo entre as ondas
Meti-as no bolso direito das minhas calças
Parece-me que ficaram quentes e incomodadas
Pelo cheiro do dinheiro que saía das moedas
Tão diferente do do mar e da maresia.
Mas quando repararam onde as pousei
Num sjítio que escolhi, não em quaquer lado,
Ficaram contentes e suspiraram de brilho e de alívio
Por eu não as ter metido e condenado
Por muitos anos, para dentro dum betão armado.
Encontrei-me hoje...
Encontrei-me hoje num jardim
Não, não era o apregoado jardim da minha infância,
Nem era um "jardim à beira mar plantado"
Esse verso bonito que um poeta da rua inventou.
Tão-pouco era um jardim com árvores, conteiros e flores,
Nem com rega controlada, por aspersão ou outro sistema
Dos inventados para afastar os jardineiros dos jardins.
Era um jardim pequeno, muito simples
Em que as árvores andavam de braço dado,
As folhas e as flores voavam, chilreando
E os pássaros, de bico aberto, espantados,
Ollhavam para tudo, quietos e em sossego.
Porém quando uma árvore passava perto
Ou quando uma pequena flor pousava ao lado,
A relva e as outras plantas envolviam-nas, carinhosas
Enquanto a terra se abria e me oferecia
Disfrutar de tudo isto, num bom lugar de espectador.
Não, não era o apregoado jardim da minha infância,
Nem era um "jardim à beira mar plantado"
Esse verso bonito que um poeta da rua inventou.
Tão-pouco era um jardim com árvores, conteiros e flores,
Nem com rega controlada, por aspersão ou outro sistema
Dos inventados para afastar os jardineiros dos jardins.
Era um jardim pequeno, muito simples
Em que as árvores andavam de braço dado,
As folhas e as flores voavam, chilreando
E os pássaros, de bico aberto, espantados,
Ollhavam para tudo, quietos e em sossego.
Porém quando uma árvore passava perto
Ou quando uma pequena flor pousava ao lado,
A relva e as outras plantas envolviam-nas, carinhosas
Enquanto a terra se abria e me oferecia
Disfrutar de tudo isto, num bom lugar de espectador.
Descubram quem é este artilsta
Não se importa que roubem,
Desde que o deixem roubar descansado.
Não se importa que mintam,
Desde que niguem refira as suas patranhas.
Não se importa que sujem as mãos,
Desde que o deixem lavar as suas, em descanso.
Não se importa que surjam mais pobres,
Desde que não lhe venham bater à porta.
Não se importa que gritem,
Desde que oiçam os seus lamentos.
Para que, quando esta democracia, por fim o afaste,
Vá flanar, para longe, bem ataviado.
Desde que o deixem roubar descansado.
Não se importa que mintam,
Desde que niguem refira as suas patranhas.
Não se importa que sujem as mãos,
Desde que o deixem lavar as suas, em descanso.
Não se importa que surjam mais pobres,
Desde que não lhe venham bater à porta.
Não se importa que gritem,
Desde que oiçam os seus lamentos.
Para que, quando esta democracia, por fim o afaste,
Vá flanar, para longe, bem ataviado.
Vou equipar um laboratório
Vou construir um laboratório com um equipamento especial
As paredes e as portas poderão ser dos materiais de construção vulgares
Que se usam nos laboratórios de todo o mundo
Não necessitará de balões, de provetas ou de pipetas
Nem dos ácidos, bases e sais empregues nas que tais reacções
Nem bicos de Bunsen, papeis de turnesol, balanças de precisão
Nem sequer de mobiliário reluzente, bam adaptado e condizente
Já fiz a llista completa dos reagentes
Já a enviei para todos os fornecedores
Que as remeterão em invisíveis contentores
De lá daquele país desconhecido
Que é o único que exporta tais valores
E a lista é muito simples e resumida
Sulfato de fantasia às carradas
Cloreto de bondade, muitos metros cúbicos
Óxido de sabedoria, às toneladas
Fosfato de lealdade , muitos hectolitros
Alguns pózitos de ingenuidade
E um vagão de sacos de sorrisos.
As paredes e as portas poderão ser dos materiais de construção vulgares
Que se usam nos laboratórios de todo o mundo
Não necessitará de balões, de provetas ou de pipetas
Nem dos ácidos, bases e sais empregues nas que tais reacções
Nem bicos de Bunsen, papeis de turnesol, balanças de precisão
Nem sequer de mobiliário reluzente, bam adaptado e condizente
Já fiz a llista completa dos reagentes
Já a enviei para todos os fornecedores
Que as remeterão em invisíveis contentores
De lá daquele país desconhecido
Que é o único que exporta tais valores
E a lista é muito simples e resumida
Sulfato de fantasia às carradas
Cloreto de bondade, muitos metros cúbicos
Óxido de sabedoria, às toneladas
Fosfato de lealdade , muitos hectolitros
Alguns pózitos de ingenuidade
E um vagão de sacos de sorrisos.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Entretenho-me
Entretenho-me a brincar às escondidas
Da maneira mais democrática possivel
Com as coisas futeis que o meu olhar lobriga
Entregando-me às belas surpresas do acaso
E desprezando algumas sensaborias.
Encontro-me a percorrer as estradas do ser
Saindo daqui para quedar-me no mesmo sítio,
Pernoitar numa pousada ao luar
E adormecer, embalado no meu berço de menino.
Fico sobremaneira perturbado
Por esta serenidade e fantasia
O realejo cantarolando na rua
E esse sorriso teu que tanto me enleia
Este passar do tempo pela alegria
E esta tentação dentro de mim que foi p'ra lá
Em troca dum remorso que eu vivia
Perdendo a maravilha do teu olhar.
Saindo para dentro do que hei-de dar-te
E ocultando-te tudo o que te quiz mostrar
Fez saltar o meu marco da aventura
Provocou o debandar desta ilusão
Ficando-me apenas essa tua ternura.
Da maneira mais democrática possivel
Com as coisas futeis que o meu olhar lobriga
Entregando-me às belas surpresas do acaso
E desprezando algumas sensaborias.
Encontro-me a percorrer as estradas do ser
Saindo daqui para quedar-me no mesmo sítio,
Pernoitar numa pousada ao luar
E adormecer, embalado no meu berço de menino.
Fico sobremaneira perturbado
Por esta serenidade e fantasia
O realejo cantarolando na rua
E esse sorriso teu que tanto me enleia
Este passar do tempo pela alegria
E esta tentação dentro de mim que foi p'ra lá
Em troca dum remorso que eu vivia
Perdendo a maravilha do teu olhar.
Saindo para dentro do que hei-de dar-te
E ocultando-te tudo o que te quiz mostrar
Fez saltar o meu marco da aventura
Provocou o debandar desta ilusão
Ficando-me apenas essa tua ternura.
Será assim que eu escrevo ?
Gostaria de esvrever poesia sem ser poesia
Uma escrita sem definição, sem título, sem provocação, sem estilo.
Sem me subordinar às convenções, ao bonito, à rima
Apenas defenindo o que tenho de indefenido
Apenas ostentando um título inexistente
Apenas provocando algumas sensações imperceptiveis
Apenas com o meu próprio estilo, inqualificavel, incapaz e ausente
Sem prosopopeia, sem sintaxe, sem semântica, sem gramática
Servindo-me dos enredos, das confusões, do caos
Sendo só apreciado por ignorantes, por iletrados, por analfabetos
Ou por um verdadeiro apreciador da matemática.
Uma escrita sem definição, sem título, sem provocação, sem estilo.
Sem me subordinar às convenções, ao bonito, à rima
Apenas defenindo o que tenho de indefenido
Apenas ostentando um título inexistente
Apenas provocando algumas sensações imperceptiveis
Apenas com o meu próprio estilo, inqualificavel, incapaz e ausente
Sem prosopopeia, sem sintaxe, sem semântica, sem gramática
Servindo-me dos enredos, das confusões, do caos
Sendo só apreciado por ignorantes, por iletrados, por analfabetos
Ou por um verdadeiro apreciador da matemática.
"A torrtura do computador" ou "quando se sabe é muito facil"
Carrego no imagem
Carrego no "enter"
Nada aparece
Volto ao "link"
Escolho o ficheiro
Selecciono aqui
Pré visualizo ali
Nada no "blog"
Mas eu insisto
Pois se eu já fiz isto
Mais duas voltas
Mais três pr'a tráz
O "link" é falso
Nada acontece
Volto `a escolha
Dizem que é fácil
Que um burro o faz
E eu que julgava
Não ter tal parente
Enfim ele muito faz
Pr'á frente e pr'a tráz
Sempre insistente
De cima pr'a baixo
De perfil e de frente
Abrindo o ficheiro
Com certeza absoluta
Que o quero apagar
Que o quero lixar
E pelo sim, pelo não
Por mais ou por menos
Eu vou reciclando
E acabo encerrando
Carrego no "enter"
Nada aparece
Volto ao "link"
Escolho o ficheiro
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Pré visualizo ali
Nada no "blog"
Mas eu insisto
Pois se eu já fiz isto
Mais duas voltas
Mais três pr'a tráz
O "link" é falso
Nada acontece
Volto `a escolha
Dizem que é fácil
Que um burro o faz
E eu que julgava
Não ter tal parente
Enfim ele muito faz
Pr'á frente e pr'a tráz
Sempre insistente
De cima pr'a baixo
De perfil e de frente
Abrindo o ficheiro
Com certeza absoluta
Que o quero apagar
Que o quero lixar
E pelo sim, pelo não
Por mais ou por menos
Eu vou reciclando
E acabo encerrando
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Sinto
Um sino tocando, em noite de festa,
Uma flor se abrindo, na primavera,
Um fruto corando na mãe árvore,
Um gato ronronando no colo da dona,
Uma leôa lambendo o seu filho,
Ou uma luz que expulsa a escuridão.
Uma guitarra embalada num fado,
Ou a ternura entre dois namorados.
Tudo isto assim
É lindo, lindo,
É lindo de ver,
É lindo de sentir.
Mas nada mais lindo, mais lindo
De ver, ouvir e sentir
Que o sorriso duma criança.
Uma flor se abrindo, na primavera,
Um fruto corando na mãe árvore,
Um gato ronronando no colo da dona,
Uma leôa lambendo o seu filho,
Ou uma luz que expulsa a escuridão.
Uma guitarra embalada num fado,
Ou a ternura entre dois namorados.
Tudo isto assim
É lindo, lindo,
É lindo de ver,
É lindo de sentir.
Mas nada mais lindo, mais lindo
De ver, ouvir e sentir
Que o sorriso duma criança.
domingo, 9 de outubro de 2011
Assim como assim
Com este coração saudavel
Vou esfarrapar a vergonha,
Aliviar-me de preconceitos sacanas
E gozar a fortuna da minha bibilioteca.
Prometo não desenterrar maus humores
Vou colocar-lhes em cima uma calçada de granito
E por cima desta. sempre vivas,
Um grande canteiro de flores
Folhearei todos os dias
O meu album dos dias felizes
Manterei viva a saudade dos que estão longe
Esperando cada dia que regressem desses países
E venham, sem avisar, bater à minha porta.
Vou esfarrapar a vergonha,
Aliviar-me de preconceitos sacanas
E gozar a fortuna da minha bibilioteca.
Prometo não desenterrar maus humores
Vou colocar-lhes em cima uma calçada de granito
E por cima desta. sempre vivas,
Um grande canteiro de flores
Folhearei todos os dias
O meu album dos dias felizes
Manterei viva a saudade dos que estão longe
Esperando cada dia que regressem desses países
E venham, sem avisar, bater à minha porta.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Nunca é tarde
Será que é tarde ?
Qual quê, nunca é tarde!
Para deixar aquela rosa na roseira,
Para deixar o meu cavalo à solta,
Para deixar a porta da gaiola aberta
Ou esquecer todos os compromissos sociais
Ou pegar nos meus netos ao colo
Ou sentir na pele o luar
Para pagar-te o beijo que ainda não me deste
Para lançar-me nalgumas ondas do mar,
Para tirar o curso de escutar todos os ventos,
Para perceber as nuvens e a escuridão,
Andar entre as gentes e sentir-me no meio de ti
E dominar, enfim, os pensamentos.
Qual quê, nunca é tarde!
Para deixar aquela rosa na roseira,
Para deixar o meu cavalo à solta,
Para deixar a porta da gaiola aberta
Ou esquecer todos os compromissos sociais
Ou pegar nos meus netos ao colo
Ou sentir na pele o luar
Para pagar-te o beijo que ainda não me deste
Para lançar-me nalgumas ondas do mar,
Para tirar o curso de escutar todos os ventos,
Para perceber as nuvens e a escuridão,
Andar entre as gentes e sentir-me no meio de ti
E dominar, enfim, os pensamentos.
Reservas no termpo e na alma
Quando alguem que nos é querido sai da sala e se despede, fica.
Já sentiram isso ?
Quando alguem que apreciamos, nos dá o último beijo e enbarca para a viagem, fica.
Não fica ?
Quando alguem que amamos nos diz adeus e vai, fica.
É mentira ?
Quando alguem que gostamos de ver ao pé de nós, nos abandona, se despede, embarca, nos dá o último beijo e vai
Deixa ficar, nascendo, a saudade.
E alem da saudade fica tambem o extracto etéreo e sublime dos momentos que passámos juntos, das alegrias que partilhámos.
É uma reserva que a nossa alma acumula, no tempo.
Já sentiram isso ?
Quando alguem que apreciamos, nos dá o último beijo e enbarca para a viagem, fica.
Não fica ?
Quando alguem que amamos nos diz adeus e vai, fica.
É mentira ?
Quando alguem que gostamos de ver ao pé de nós, nos abandona, se despede, embarca, nos dá o último beijo e vai
Deixa ficar, nascendo, a saudade.
E alem da saudade fica tambem o extracto etéreo e sublime dos momentos que passámos juntos, das alegrias que partilhámos.
É uma reserva que a nossa alma acumula, no tempo.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Quem serás tú
Quem serás tu, que lês estes meus vsos,
Serás redonda, quadrado,hetrossexual, malandro, corrupta, leal,
Abrupta, medonho, de pedra ou sensual ?
Vives na vida, na água, no vento ?
Trazes o ar da serra, os gemidos das tuas dores,
A brisa que passou naquele lago,
A chama duma saudade que é tormento,
O riso da criança que já foste,
A esperança que paira no meu pensamento ?
Serás redonda, quadrado,hetrossexual, malandro, corrupta, leal,
Abrupta, medonho, de pedra ou sensual ?
Vives na vida, na água, no vento ?
Trazes o ar da serra, os gemidos das tuas dores,
A brisa que passou naquele lago,
A chama duma saudade que é tormento,
O riso da criança que já foste,
A esperança que paira no meu pensamento ?
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
QUe eu pergunto
Continuo transcrevendo poesia que saiu o bico da minha pena. A que irá para o meu próximo livro.
Que eu pergunto: qual foi o sentido da minha vida? Da tua? Da dêle?
A vida...
Como uma barca perdida
Que parece abandonada,
Saltamos do nada à vida,
Caímos da vida no nada.
Será?
Porque a vida...
Por vezes fico a pensar
Como é bom viver contigo
O que não consigo é explicar
A razão de eu cá nascer
Vaidades,
Ou não?
O amor foi a razão?
Do sofrer e do viver?
Os filhos, compensações?
P'ra o coração entender?
E fica, fica
A suspeita
Só por eles, nem por bem nem por mal
Assim posso compreender
Que eu um dia, afinal,
Tenha de acabar e morrer
Todavia
E até lá...
Fiquei há muito a saber
Sem nenhuma explicação:
Não custa nada viver
Se seguimos o coração
Que eu pergunto: qual foi o sentido da minha vida? Da tua? Da dêle?
A vida...
Como uma barca perdida
Que parece abandonada,
Saltamos do nada à vida,
Caímos da vida no nada.
Será?
Porque a vida...
Por vezes fico a pensar
Como é bom viver contigo
O que não consigo é explicar
A razão de eu cá nascer
Vaidades,
Ou não?
O amor foi a razão?
Do sofrer e do viver?
Os filhos, compensações?
P'ra o coração entender?
E fica, fica
A suspeita
Só por eles, nem por bem nem por mal
Assim posso compreender
Que eu um dia, afinal,
Tenha de acabar e morrer
Todavia
E até lá...
Fiquei há muito a saber
Sem nenhuma explicação:
Não custa nada viver
Se seguimos o coração
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Não me preocupo
Não me preocupo
Com as coisas lindas! lindas!
Que não preciso comprar
Nem me preocupo
Com as inúmeras oportunidades que perdi
Nem sequer me lamento
Por todos aqueles beijos
Que não dei
Só me preocuparei,
Se um dia não mais tiver
Nem esperança, nem ilusão, nem fantasia.
Com as coisas lindas! lindas!
Que não preciso comprar
Nem me preocupo
Com as inúmeras oportunidades que perdi
Nem sequer me lamento
Por todos aqueles beijos
Que não dei
Só me preocuparei,
Se um dia não mais tiver
Nem esperança, nem ilusão, nem fantasia.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
por acaso, voltei
Voltei depois de duas viagens de avião e dum cruzeiro de 6 dias e 7 noites num paquete o Liberty of the seas". Não descreovo nem o navio nem o cruzeiro, para que não me chamem mentiroso. Um hotel de 6 estrelas, com espectaculos de teatro e de pista de gelo de primeira categoria. Gostei tanto que até me apetece falar sobre o amôr.
Mais que um fogo que transforma chamas em reflexos de exaltação
Mais que uma força que cala as palavras dos segredos que nos calam
Mais que um arrebatamento, uma tentativa que a garganta prende
Mais que um pasmar peerante quem amamos
Mais que palavras balbuceantes que nos sufocam
Mais que partir ficando e sentir a tentação
Mais que um fogo que transforma chamas em reflexos de exaltação
Mais que uma força que cala as palavras dos segredos que nos calam
Mais que um arrebatamento, uma tentativa que a garganta prende
Mais que um pasmar peerante quem amamos
Mais que palavras balbuceantes que nos sufocam
Mais que partir ficando e sentir a tentação
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Ontem vimos e ouvimos no "frente a frente" diversas pessoas entre elas a ministra do ambiente, que envolve agricultura e as pescas, falarem entre outros pontos, da nossa riqueza florestal, do que esta contribui para as exportações.
O artigo 95 da nossa constituição da república refere o redimensionamento do minifundio pelo recurso a medidas de emparcelamento.
Primeiro: esse artigo deveria ser modificado na sua redação. Redimensionar o minifúndio ? Parece-me que o verbo é impróprio para o que se pretende porque minifúndio é e sempre será uma propriedade de dimensões reduzidas, um hectare ou muito menos.
Segundo: como no "frente a frente" se referiu não nos parece que seja assim tão dificil obter o cadastro das regiões onde sobressai o minifundio. Poderá ser mais ou menos demorado, mais ou menos complicado. Mas o que será mais importante, como em qualquer iniciativa, é começar.
Terceiro: se for defenida uma zona a emparcelar, e estabelcida a dimensão mínima da propriedade florestal para essa zona, com a colaboração das autarquias locais não será dificil fazer o cadastro dos minifúndios lá existentes.
Quarto: à semelhança do que eu vi feito na Galiza, se mais de 50 por cento dos propietários concordem o emparcelamento poderá prosseguir e efetuar-se em pouco tempo. Há funcionários mais do que suficientes para esse trabalho, ou desemprego na regão que poderá constituir a solução.
Quinto: os silvicultores reformados ou não, poderão e deverão contribuir se para tanto forem solicitados.
Eu sou agrónomo. Reformado. Mas, se quiserem, tambeém poderei contribuir.
E que dizem da ideia de se lançar uma campanha para que cada portuguésa e cada português, desde o senhor presidente da república até ao mais pobre dos nossos compatriotas, plantar uma árvore por ano durante os próximos cinco ou dez anos ?
Espero que isto seja transmitido à senhora ministra.
O artigo 95 da nossa constituição da república refere o redimensionamento do minifundio pelo recurso a medidas de emparcelamento.
Primeiro: esse artigo deveria ser modificado na sua redação. Redimensionar o minifúndio ? Parece-me que o verbo é impróprio para o que se pretende porque minifúndio é e sempre será uma propriedade de dimensões reduzidas, um hectare ou muito menos.
Segundo: como no "frente a frente" se referiu não nos parece que seja assim tão dificil obter o cadastro das regiões onde sobressai o minifundio. Poderá ser mais ou menos demorado, mais ou menos complicado. Mas o que será mais importante, como em qualquer iniciativa, é começar.
Terceiro: se for defenida uma zona a emparcelar, e estabelcida a dimensão mínima da propriedade florestal para essa zona, com a colaboração das autarquias locais não será dificil fazer o cadastro dos minifúndios lá existentes.
Quarto: à semelhança do que eu vi feito na Galiza, se mais de 50 por cento dos propietários concordem o emparcelamento poderá prosseguir e efetuar-se em pouco tempo. Há funcionários mais do que suficientes para esse trabalho, ou desemprego na regão que poderá constituir a solução.
Quinto: os silvicultores reformados ou não, poderão e deverão contribuir se para tanto forem solicitados.
Eu sou agrónomo. Reformado. Mas, se quiserem, tambeém poderei contribuir.
E que dizem da ideia de se lançar uma campanha para que cada portuguésa e cada português, desde o senhor presidente da república até ao mais pobre dos nossos compatriotas, plantar uma árvore por ano durante os próximos cinco ou dez anos ?
Espero que isto seja transmitido à senhora ministra.
Em 2 de Abril de 1975 foi aprovada a constituição da nossa república.Tem 296
artigos. Sem uma emenda para a tendencia para um estado socialista.
A dos Estados Unidos tem pouco mais de 20 e algumas emendas úteis. Esse país é uma federação que protege os estados associados há mais de 200 amos.
A proposta para a União Europeia, parece conter mais de quinhentos artigos.
Nunca mais, ou tardarão muitos anos para que tenhamos uma federação europeia.
artigos. Sem uma emenda para a tendencia para um estado socialista.
A dos Estados Unidos tem pouco mais de 20 e algumas emendas úteis. Esse país é uma federação que protege os estados associados há mais de 200 amos.
A proposta para a União Europeia, parece conter mais de quinhentos artigos.
Nunca mais, ou tardarão muitos anos para que tenhamos uma federação europeia.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Ontem li num livro publicado por uma senhora escritora brasileira uma referência a Fernanda de Castro: "Segundo Fernando Pessoa, Fernanda de Castro e Quadros era a maior poetisa portuguesa".
E dela são estes versos:
"Alegria brutal e primitiva de estar viva.
Feliz ou infeliz, mas bem presa à raiz."
Poucos dias depois de eu ter regressado de Angola, em 1964, um dia apareceu-me na minha casa, em Portimão, acompanhada por um rapaz, magro e simpático. Apresentou-o à minha família.
Era Ary dos Santos.
Que, depois do 25 de Abrl de 1974 sempre a tratou por "minha mãe".
Mas esse Abril, à força, pela indiferença, fez com que os portugueses se esquecessem dela.
Mas a poesia dela não morre.
E dela são estes versos:
"Alegria brutal e primitiva de estar viva.
Feliz ou infeliz, mas bem presa à raiz."
Poucos dias depois de eu ter regressado de Angola, em 1964, um dia apareceu-me na minha casa, em Portimão, acompanhada por um rapaz, magro e simpático. Apresentou-o à minha família.
Era Ary dos Santos.
Que, depois do 25 de Abrl de 1974 sempre a tratou por "minha mãe".
Mas esse Abril, à força, pela indiferença, fez com que os portugueses se esquecessem dela.
Mas a poesia dela não morre.
Clarisse Valdeerrabano Quadros( claro que é minha filha!) escreve coisas bonitas.Pena que sejam poucas, por preguiça, muitos afazeres, preocupações, as costumadas desculpas. Vejam estes versos dela:
"Chuva miudinha que acende
Mil odores,
Cúrcuma, pau santo e flores
Vestem de amarelo
As espinheiras
Ananás, abacates, cajus,
Na cabeça das quitandeiras.
Panos garridos,
Pó nas esteiras,
Passos de ébano,
Caminho da aldeia
Espuma do mar
Pinta canoas de branco
Redes ao ar,
Promessas boas.
Fumeiros, batuques,
Água de côco,
Cheiros e cores,
Saturaram de intensidades
Toda a minha vida,
Todos os meus amores."
Com a probabilidade de que os futuros pais só tenham 1,7 filhos, vejam bem o que deixam de trazer ao mundo e à vossa alegria.
"Chuva miudinha que acende
Mil odores,
Cúrcuma, pau santo e flores
Vestem de amarelo
As espinheiras
Ananás, abacates, cajus,
Na cabeça das quitandeiras.
Panos garridos,
Pó nas esteiras,
Passos de ébano,
Caminho da aldeia
Espuma do mar
Pinta canoas de branco
Redes ao ar,
Promessas boas.
Fumeiros, batuques,
Água de côco,
Cheiros e cores,
Saturaram de intensidades
Toda a minha vida,
Todos os meus amores."
Com a probabilidade de que os futuros pais só tenham 1,7 filhos, vejam bem o que deixam de trazer ao mundo e à vossa alegria.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
sobre o BCP
Três perguntas: hoje o valôr das acções do BCP baixou para vinte centimos; baixarão até aos dez centimos? Já recuperaram algum do dinheiro roubado ?
Se identificaram alguns dos ladrões porque todos continuam à solta?
Se identificaram alguns dos ladrões porque todos continuam à solta?
Uma das muitas curiosidades,para mim, são os chamados "segredos de família", que, por regra, só são conhecidos por alguns membros delas e ou por outros indivíduos, que desconhecemos, fora da nossa família.
Os meus avós, pela parte do meu Pai, chamavam-se Maria Seixas e Ludovico Quadros. Assim reza a minha certidão de nascimento. O meu avô Ludovico, oficial às ordens do rei, morreu muito novo, com 38 anos, sempre ouvi dizer às minhas irmãs mais velhas. A minha avó Maria Seixas, filha do chefe da polícia da esquadra de Santa Marta, em Lisboa, teria então, 33 ou 34 anos. Que vida teve depois que enviuvou ? casou outra vez ? recolheu-se à sua família ? emigrou ? Fiz estas perguntas às minhas irmãs mais velhas, nascidas na segunda década do século passado. As respostas foram sempre a mesma: um silência supulocral e um desviar da conversa mais que forçado.
Não me interessam os nomes que podem figurar na minha árvore genealógica como p.ex. o desse meu pentavô Castro cujo retrato vi pendurado numa sala em Mormugão. O que gosto de conhecer é pormenores, factos, notícias sobre a vida dessas pessoas :
os seus carácteres, os seus dramas, o que mais os alegrou durante a vida.
Porque tudo isso,decerto, influenciou a minha.
Os meus avós, pela parte do meu Pai, chamavam-se Maria Seixas e Ludovico Quadros. Assim reza a minha certidão de nascimento. O meu avô Ludovico, oficial às ordens do rei, morreu muito novo, com 38 anos, sempre ouvi dizer às minhas irmãs mais velhas. A minha avó Maria Seixas, filha do chefe da polícia da esquadra de Santa Marta, em Lisboa, teria então, 33 ou 34 anos. Que vida teve depois que enviuvou ? casou outra vez ? recolheu-se à sua família ? emigrou ? Fiz estas perguntas às minhas irmãs mais velhas, nascidas na segunda década do século passado. As respostas foram sempre a mesma: um silência supulocral e um desviar da conversa mais que forçado.
Não me interessam os nomes que podem figurar na minha árvore genealógica como p.ex. o desse meu pentavô Castro cujo retrato vi pendurado numa sala em Mormugão. O que gosto de conhecer é pormenores, factos, notícias sobre a vida dessas pessoas :
os seus carácteres, os seus dramas, o que mais os alegrou durante a vida.
Porque tudo isso,decerto, influenciou a minha.
Parentes e suas curiosidades
A filha nais nova da minha bisavó Josefa era mais nova que a minha Mãe. O que me intrigava muito quando eu tinha dez ou onze anos e começava a reparar nessas coisas esquisitas de família. Isso de uma tia ser mais nova que a sobrinha parecia-me impossível e eu, quando ouvia a minha Mãe tratar por tu a sua tia Berta( minha tia-avó) eu começava a rir porque pensava que era uma partida de carnaval isso de uma sobrinha tratar por tu uma tia, a mim, que me ensinaram a ter muito respeitinho pelos meus tios e tias.
Dessa tia Berta o que recordo é que nos dias de festa, nos almoços em casa dos meus avôs Mendes, quando ela estava presente, na altura dos brindes ela sempre declamava: "Aos presentes e aos ausentes pertencentes aos presentes".
Dessa tia Berta o que recordo é que nos dias de festa, nos almoços em casa dos meus avôs Mendes, quando ela estava presente, na altura dos brindes ela sempre declamava: "Aos presentes e aos ausentes pertencentes aos presentes".
Quando será que deixam de aparecer nos congressos do PS todos aqueles velhadas(muito mais velhos que eu, que tenho 50 anos de idade biológica)? Só prejudicam o partido, porque, embora poucos o digam, a maioria deles fez muito mal ao nosso país. Ao contrário de muitos herois, de muitos pintores, de muitos artistas, serão recordados logo que saiam desta para melhor, pelo mal que fizeram ao país, enquanto agora, ainda vivos, são enaltecidos pelos media e pelos manteigueiros.
Não precisamos desses "bonzos" para ornamentar a pátria.
Daqui a cem anos, a história só os recordará pelas sacanices que cometeram ou que permitiram.
Não precisamos desses "bonzos" para ornamentar a pátria.
Daqui a cem anos, a história só os recordará pelas sacanices que cometeram ou que permitiram.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
E quando entrava no corredor que dava para o quintal da minha avó, a caminho do nosso quintal, logo à entrada, à direita, eram os aposentos do cavalo, o "Palhaço", um cavalo enorme, branco, que me conhecia bem porque eu, por vezes lhe da dava um "papo-seco". (O nome que nesse tempo de dava a uma pequena carcaça, pouco maior que a minha mão). Depois, batia ao badalo e a Chachão, abria-me a porta puxando a corda estreita que vinha desde lá da casa da minha avó - ela já conhecia a minha forma de dar ao badalo. Percorria um corredor, passava pelos galinheiros, o grande, o das galinhas e dos galos, e o mais pequeno, o dos patos, peruas e perús. Depois dos galinheiros estava a casa da electricidade, em frente da porta para o nosso quintal.
(A casa da electricidade, assim se chamava, porque até poucos anos antes, aí por 1928, o meu avô tinha lá um motor que produzia electricidade).
Entrando no nosso quintal passava pela palmeira alta, da altura da varanda do nosso segundo andar, dessas palmeiras com pelos enormes pelo tronco acima.
(Um dia os meus irmãos Maria Luisa e José Manoel resoveram "fazer um jantarinho" junto à essa palmeira. Apanharam e juntaram uns gravetos, acenderam o lume e já não puderam apagar o fogo que ia ardendo os pelos da palmera, pela árvore acima. Gritaram para a cozinha, onde por acaso estava o Vicente, que quando ouviu contar o que sucedia, moreno despachado que era, pegou num grande balde que tínhamos, que levava mais de vinte litros, correu pela escada acima e da varanda do segundo andar despejou a água de dois ou tres baldes pela palmeira abaixo. Eu, que contemplava em baixo, abissmado, o incêndio, ainda apanhei um duche.)
Depois do "parque da palmeira" como o meu Pai chamava àquele pequeno quintal, eu seguia por um tunel (que terminava numa porta para a "Travessa do Capote") e virava à direita, subindo uns dez degraus e entrava na cozinha da nossa casa.
(A casa da electricidade, assim se chamava, porque até poucos anos antes, aí por 1928, o meu avô tinha lá um motor que produzia electricidade).
Entrando no nosso quintal passava pela palmeira alta, da altura da varanda do nosso segundo andar, dessas palmeiras com pelos enormes pelo tronco acima.
(Um dia os meus irmãos Maria Luisa e José Manoel resoveram "fazer um jantarinho" junto à essa palmeira. Apanharam e juntaram uns gravetos, acenderam o lume e já não puderam apagar o fogo que ia ardendo os pelos da palmera, pela árvore acima. Gritaram para a cozinha, onde por acaso estava o Vicente, que quando ouviu contar o que sucedia, moreno despachado que era, pegou num grande balde que tínhamos, que levava mais de vinte litros, correu pela escada acima e da varanda do segundo andar despejou a água de dois ou tres baldes pela palmeira abaixo. Eu, que contemplava em baixo, abissmado, o incêndio, ainda apanhei um duche.)
Depois do "parque da palmeira" como o meu Pai chamava àquele pequeno quintal, eu seguia por um tunel (que terminava numa porta para a "Travessa do Capote") e virava à direita, subindo uns dez degraus e entrava na cozinha da nossa casa.
domingo, 11 de setembro de 2011
Quando entrava na minha casa pela porta da frente,subia as escadas íngremes com uma meia volta a meio e chegava ao primeiro andar. Olhava para o bengaleiro para ver se lá estava o chapeu do meu pai.
Aquele bengaleiro era uma peça antiga, em madeira de mogno,com um feixe de oito bengalss, quatro viravam-se para fora, à altura da minha cintura, onde ficavam pendurados os chapeus de senhora, e outras quatro que se dobravam mais acima, em frente dos meus olhos, destinados aos chapeus de homem.
A minha Mãe,que não se importava com o lugar dos chapeus, ora colocava em cima o que trazia, ora o pendurava em baixo.
E o meu pai, aos domingos - que era o dia em que as senhoras sempre usavam chapeu para ir à missa ou "fazer uma visita"- muitas vezes, quando encontrava o chapeu da minha Mãe no alto do bengaleiro, muitas vezes chamava-nos "meninos venham cá ver o chapeu que eu comprei, eu e os meus irmãos saíamoa da sala do leão e deparavamos com o nosso Pai envergando, sorridente, o chapeu e o veu que quase sempre a minha Mãe usava.
(Chamávamos àquela sala a "sala do leão" porque tinha um tapete que era a pele completa dum leão que o meu irmão matou em Moçambique, com buraco da bala assassina e cabeça ameaçadora).
Aquele bengaleiro era uma peça antiga, em madeira de mogno,com um feixe de oito bengalss, quatro viravam-se para fora, à altura da minha cintura, onde ficavam pendurados os chapeus de senhora, e outras quatro que se dobravam mais acima, em frente dos meus olhos, destinados aos chapeus de homem.
A minha Mãe,que não se importava com o lugar dos chapeus, ora colocava em cima o que trazia, ora o pendurava em baixo.
E o meu pai, aos domingos - que era o dia em que as senhoras sempre usavam chapeu para ir à missa ou "fazer uma visita"- muitas vezes, quando encontrava o chapeu da minha Mãe no alto do bengaleiro, muitas vezes chamava-nos "meninos venham cá ver o chapeu que eu comprei, eu e os meus irmãos saíamoa da sala do leão e deparavamos com o nosso Pai envergando, sorridente, o chapeu e o veu que quase sempre a minha Mãe usava.
(Chamávamos àquela sala a "sala do leão" porque tinha um tapete que era a pele completa dum leão que o meu irmão matou em Moçambique, com buraco da bala assassina e cabeça ameaçadora).
Alucinante, Uma noticia que me deram hoje: a presidência da repúblilca portuguesa tem um orçamento de dezasseis milhões de euros (3,2 milhões dos antigos contos).
Entre outras despesas, há as referentes a doze assessores e vinte e quatro consultores.
Caso a noticia seja verdadeira, não seria um bom exemplo reduzir esta despesa pelo menos para metade ?
E uma dúvida : como se podem utilizar os serviços de tantos assessores e tantos consultores, sem que atrapalhem o senhor presidente ?
Ou serão só para assessorar e consultar mês sim, mês não ?
sábado, 10 de setembro de 2011
Tivemos até Junho um primeiro ministro exemplar(há bons e maus exemplos), temos agora um primeiro ministro que esperamos seja exemplar.
E vem um comentador político apontar o dedo aos nossos patrícios referindo que estão muito ausentes da política.
Que queriam ? não era isto o que pretendiam com a constituição que temos (duzentos e muito artigos, nóe é que sabemos constituir, os americanos continuam uns igmorantes, têm uma constituição com pouco mais de vinte artigos, há mais de duzentos anos), que queriam ? com as centenas de leis que temos, algumas, segundo me confessou uma advogada, negando outras ou repetindo o contido noutras, que queriam ? com o sistema judiciario que temos, mais de um milhão de processos aguardando julgamento serenamente...
Quizeram assim, parece que estão satisfeitos.
E vem um comentador político apontar o dedo aos nossos patrícios referindo que estão muito ausentes da política.
Que queriam ? não era isto o que pretendiam com a constituição que temos (duzentos e muito artigos, nóe é que sabemos constituir, os americanos continuam uns igmorantes, têm uma constituição com pouco mais de vinte artigos, há mais de duzentos anos), que queriam ? com as centenas de leis que temos, algumas, segundo me confessou uma advogada, negando outras ou repetindo o contido noutras, que queriam ? com o sistema judiciario que temos, mais de um milhão de processos aguardando julgamento serenamente...
Quizeram assim, parece que estão satisfeitos.
Corrupção, que é isso? é algum remédio para a hipertensão ? é alguma
panaceia contra o mau olhado? é alguma mezinha para combater a gordura ?
Nunca ouvi falar disso em Portugal, parece-me que já vi escrito que se trata de um vício existente lá para o oriente, mas devem ser más linguas a destilar veneno.
E vem o Correio da Manhã comunicar em grandes letras que uma família conhecida,família há quinse anos bem modesta, que essa família tem a quantiazinha de 380 milhões de euros, ou sejam 76 milhões de contos na nossa moeda antiga.
Uma ninharia.
panaceia contra o mau olhado? é alguma mezinha para combater a gordura ?
Nunca ouvi falar disso em Portugal, parece-me que já vi escrito que se trata de um vício existente lá para o oriente, mas devem ser más linguas a destilar veneno.
E vem o Correio da Manhã comunicar em grandes letras que uma família conhecida,família há quinse anos bem modesta, que essa família tem a quantiazinha de 380 milhões de euros, ou sejam 76 milhões de contos na nossa moeda antiga.
Uma ninharia.
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Um dos diários publicou há poucos dias uma notícia : a família de um governante que cessou, por força das eleições, o seu mandato, essa família, referia a notícia em gtandes letras na primeira página, tem uma fortuna de 383 milhões de euros.
Desde o dia da publicação dessa notíoia até hoje, segui a imprensa diária, os noticiários dos diferentes canais televisivos. E nem uma referência àquela notícia dos 383 milhões de euros nas mãos de uma família, há quinze amos de posses modestas.
Cremos quw a polícia judiciária já se ocupa deste assunto.
Desde o dia da publicação dessa notíoia até hoje, segui a imprensa diária, os noticiários dos diferentes canais televisivos. E nem uma referência àquela notícia dos 383 milhões de euros nas mãos de uma família, há quinze amos de posses modestas.
Cremos quw a polícia judiciária já se ocupa deste assunto.
Depois deste breve interregno (o que são vinte ouo trinta dias no tempo ?) vamos recomeçar.
E recomeço com um pouco de política.
Neste primeiro dia do congresso do PS verificamos que continuam na mesma ~ os PS antigos e modernos. A ver vamos se os do PSD e os do CDS seguem a mesma rotina: de só ver os erros, os defeitos, os percalços do adversário sem referirem o que fazem bem, sem uma referência ao que cumprem, sem uma atenuante para alguns dos erros cometidos pelos oponentes políticos.
Oxalá que o actual governo não perca tempo a responder.
E recomeço com um pouco de política.
Neste primeiro dia do congresso do PS verificamos que continuam na mesma ~ os PS antigos e modernos. A ver vamos se os do PSD e os do CDS seguem a mesma rotina: de só ver os erros, os defeitos, os percalços do adversário sem referirem o que fazem bem, sem uma referência ao que cumprem, sem uma atenuante para alguns dos erros cometidos pelos oponentes políticos.
Oxalá que o actual governo não perca tempo a responder.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Blog: um significado em português
Não, não me desinteressai por estas escrituras chamadas blogs. Ando muito ocupado com o meu segundo livro.
Porque não inventamos uma palavra para substituir blog? Se os portugas inventam todos os anos mais uma forma de enganar o fisco, de enganar a polícia, de enganar o vizinho, será dificil encontrar uma palavra para a tal de blog ? Ora bem: blog significa uma frase que plantammos na Internet com possibilide de ser lida por quem assina a internet,por ser comentada por quem a lê na internet, etc..Quem o escreve, pode relatar experiências, dar conselhos, pedir ajuda, dar notícias , trnascrever cirtações e frases doutras sutoras ou autores, transmitir canções, imagens, opniões. Digamos que é uma carta transmitida para todo o mundo, conhcidos e desconhecidas, naturais ou estrngeiros. E que, com o auxílo da electrónica, no segundo seguinte poderá ser captada por um qualquer terráqueo vivo nesse momento e que tenha um computador.
A palavra poderia ser p.ex. "cartrónica", ou uma mais poética como
"pensamentovai".
Mas um de vós decerto que encontrará outra palavra mais simples, mais facil de entrar no ouvido, de maior difusão.
Tenho seis netos e tres bisnetos jovens, mananciais enormes de criatividade.Duma delas ou deles durgirá a palavra nova portuguesa para "blog".
Porque não inventamos uma palavra para substituir blog? Se os portugas inventam todos os anos mais uma forma de enganar o fisco, de enganar a polícia, de enganar o vizinho, será dificil encontrar uma palavra para a tal de blog ? Ora bem: blog significa uma frase que plantammos na Internet com possibilide de ser lida por quem assina a internet,por ser comentada por quem a lê na internet, etc..Quem o escreve, pode relatar experiências, dar conselhos, pedir ajuda, dar notícias , trnascrever cirtações e frases doutras sutoras ou autores, transmitir canções, imagens, opniões. Digamos que é uma carta transmitida para todo o mundo, conhcidos e desconhecidas, naturais ou estrngeiros. E que, com o auxílo da electrónica, no segundo seguinte poderá ser captada por um qualquer terráqueo vivo nesse momento e que tenha um computador.
A palavra poderia ser p.ex. "cartrónica", ou uma mais poética como
"pensamentovai".
Mas um de vós decerto que encontrará outra palavra mais simples, mais facil de entrar no ouvido, de maior difusão.
Tenho seis netos e tres bisnetos jovens, mananciais enormes de criatividade.Duma delas ou deles durgirá a palavra nova portuguesa para "blog".
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Desde o seculo VII antes de Cristo que existe dinheiro. Apareceu na Lidia, apenas sob a forma de moeda. E a campanha para a supressao do dinheiro contou com participantes famosos como Abba Bjorn Ulvacus que declarou ha´ poucos dias: "Nao existe razao pratica, clara, ate´ onde eu possa ver, para seguir usando notas e moedas. O que existe sim sao obvias vantagens de nos desfazermos deles. A Suecia poderia ser o primeiro pais do mundo a tomar essa medida."
E no´s, portugueses, que fomos pionairos na descoberta de terras desconhecidas, sera´ que o conseguiremos?
E no´s, portugueses, que fomos pionairos na descoberta de terras desconhecidas, sera´ que o conseguiremos?
sábado, 13 de agosto de 2011
Aqui deixo as minhas previsões sobre a economia portuguesa, e a mundial, para os próximos anos. Não tenho pretensões de ser mago, de ser infalível, de ser perfeito analista. Mas aproveito a garantia de que este blog não será destruido, podendo ser consultado até ao fim deste século.
I.- A crise actual irá manter-se em Portugal. Só a partir dos anos vinte é que abrandará de forma significativa para a maioria dos portugueses.
II.- A inflação começará a disparar em 2012. O dolar será substituido nos negócios mundiais por uma ou outras moedas. Como consequência, a maioria dos portugueses verá o seu poder de compra reduzir-se, sem qualquer compensação.
III.- A China aculumará uma reserva de ouro ou platina, que lhe permitirá a partir de 2012 apresentar uma maior segurança para os negócios mundiais. Utilizará para esse fim os dolares que tem e outras moedas fortes que também vem acumulando. Até é provável que estabeleça um padrão ouro ou platina, para a sua moeda.
III.- Entre 2012 e 2015 começará a discussão sobre o dinheiro. Acabar ou não com ele.
IV.- A partir de 2015 as falências bancárias aumentarão em todo o mundo e ressurgirão as bancas nacionais. Em Portugal o Banco de Portugal reabrirá as suas agências por todo o país. Os grupos de empresas abrirão novos bancos conquistando de seguida a maioria dos depositantes.
V.- Entre 2015 e 2025 começará a nascer na China uma nova democracia, baseada na responsabilidade, na educação, na formação dos dirigentes políticos. E, ainda na China, começará uma experiência, num nucleo populacional, dum sistema sem dinheiro.
VI.- O colapso dos bancos particulares, que em 2008 se iniciou nos Estados Unidos, na Irlanda e no nosso país, continuará. E, como sempre tem acontecido, os mais atingidos serão os das classes médias e baixas.
Oxalá que não nos suceda nada disto.
I.- A crise actual irá manter-se em Portugal. Só a partir dos anos vinte é que abrandará de forma significativa para a maioria dos portugueses.
II.- A inflação começará a disparar em 2012. O dolar será substituido nos negócios mundiais por uma ou outras moedas. Como consequência, a maioria dos portugueses verá o seu poder de compra reduzir-se, sem qualquer compensação.
III.- A China aculumará uma reserva de ouro ou platina, que lhe permitirá a partir de 2012 apresentar uma maior segurança para os negócios mundiais. Utilizará para esse fim os dolares que tem e outras moedas fortes que também vem acumulando. Até é provável que estabeleça um padrão ouro ou platina, para a sua moeda.
III.- Entre 2012 e 2015 começará a discussão sobre o dinheiro. Acabar ou não com ele.
IV.- A partir de 2015 as falências bancárias aumentarão em todo o mundo e ressurgirão as bancas nacionais. Em Portugal o Banco de Portugal reabrirá as suas agências por todo o país. Os grupos de empresas abrirão novos bancos conquistando de seguida a maioria dos depositantes.
V.- Entre 2015 e 2025 começará a nascer na China uma nova democracia, baseada na responsabilidade, na educação, na formação dos dirigentes políticos. E, ainda na China, começará uma experiência, num nucleo populacional, dum sistema sem dinheiro.
VI.- O colapso dos bancos particulares, que em 2008 se iniciou nos Estados Unidos, na Irlanda e no nosso país, continuará. E, como sempre tem acontecido, os mais atingidos serão os das classes médias e baixas.
Oxalá que não nos suceda nada disto.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Sobre a gentileza
Algumas citações:
"Nenhum gesto de gentileza, por menor que seja, é perdido."
Esopo
"A gentileza de um coração dedicado não coonhece limites."
Pubílio SIro
"Somos sempre gentis para quem não nos interessa."
(dum cínico)Oscar Wilde
"Não me agrada a gentileza que me pesa."
Horacio
"Culpabilizamos as pessoas pelas gentilezas que nos prestam"
Frederic Nietzche
A gentileza é amabilidade sem subserviência. Atenção sem indelicadeza. Cortesia sem exagero. Afabilidade sem hipocrisia. Educação sem demonstração de superioridade.
"Nenhum gesto de gentileza, por menor que seja, é perdido."
Esopo
"A gentileza de um coração dedicado não coonhece limites."
Pubílio SIro
"Somos sempre gentis para quem não nos interessa."
(dum cínico)Oscar Wilde
"Não me agrada a gentileza que me pesa."
Horacio
"Culpabilizamos as pessoas pelas gentilezas que nos prestam"
Frederic Nietzche
A gentileza é amabilidade sem subserviência. Atenção sem indelicadeza. Cortesia sem exagero. Afabilidade sem hipocrisia. Educação sem demonstração de superioridade.
Mais uma semana quase passada. Continuamos obedecendo com reverência à `"troika", mas alegrem-se o futebol vai começar, o "deficit" aguenta-se, o pôvo amocha, as férias e os incêndios acabam, a carraça do dinheiro continua a engordar, a inflação está a chegar, encoberta, como sempre, debaixo do manto diáfano da economia. E a China continua: já espalhou tantos milhões de subditos pelo mundo que qualquer dia basta que todos acendam um fósforo ao mesmo,tempo.
Irão iluminar o Mundo, será outro Sol da Terra.
Irão iluminar o Mundo, será outro Sol da Terra.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Aquelas coisinhas
Coisinhas é um termo usual no falar popular. Dantes os pobres pediam dizendo " dê-me alguma coisinha". E chamavam-se coisinhas a pequenos objectos que se colocavam para ornamentar uma prateleira da biblioteca, uma cómoda no quarto, um aparador na sala de jantar. Alguns pais de famílias, os mais modestos, faziam colecções de garrafinhas de vinhos, de caixas de fósforos, de bolas mágicas com a neve a cair; os mais abastados, entretiam,-se com colecções nacionais ou mundiais de selos, com colecções de automoveis antigos, com aves raras. Algumas mães de família juntavam "bibelots" de faiança ou de metais, coleccionavam revistas de moda, xailes, "naperons", abanicos.
E o termo empregava-se, ainda hoje se emprega, para dotar de ternura uma frase.
Ternura diferente da que usou uma escritora da nossa praça que se referiu a um feto humano como "aquela coisa" quando, num "frente a frente" da TV1, se discutia o aborto.
Não deve gostar da vida que tem, essa senhora.
Se a sua mãe não gostasse...
E o termo empregava-se, ainda hoje se emprega, para dotar de ternura uma frase.
Ternura diferente da que usou uma escritora da nossa praça que se referiu a um feto humano como "aquela coisa" quando, num "frente a frente" da TV1, se discutia o aborto.
Não deve gostar da vida que tem, essa senhora.
Se a sua mãe não gostasse...
domingo, 7 de agosto de 2011
Eustáquio Mendes, colaborador na fábrica de produtos químicos e derivados, a Faquider Ld, aguardava, no pavilhão que a empresa tinha na exposição industrial de Milão, a chegada do dono da fábrica onde trabalhava desde que se formara em engenharia química e em economia, há seis anos.
Num pequeno grupo que passava pelo pavilhão reconheceu o primeiro ministro do seu país. Para surpresa sua, viu este dirigir-se-lhe:
- Bom dia senhor engenheiro, sabia que a Faquider montaria aqui um "stand" e parece-me que já nos conhecemos, ou estarei enganado?
- Bom dia senhor doutor, está certo, já nos conhecemos, no ano passado o senhor passou pelo nosso pavilhão na feira de indústrias em Lisboa.
Depois de observar algumas fotografias e gráficos expostos, o governante perguntou:
- Senhor Eustáquio Mendes, felizmente a memória ainda não me atraiçôa,
vejo que a Faquider continua a investir e a aumentar a gama de produtos que fabrica. E derivados, qusis fabricam?
- Produtos de limpeza, alguns adubos especiais, alguns aditivos.
- Sei que estão pensando mudar a vossa fábrica para outra zona do ´nosso país. Vão mudar ou ampliar as vossas instalações?
- Mudar e ampliar todas as nossas instalações, a primeira a construir no terreno adquirido será uma ala de investigação.
- Também sei que quando o senhor foi contratado a fábrica encontrava-se quase falida e que o senhor, em dois anos passou a obter lucros consideráveis. Como se consegue esse milagre nos dias de hoje?
- Embora hoje seja quase um sacrilégio político referir Salazar, ele disse um dia: "experimentar na dúvida e realizar com fé". Não sou do tempo dele, mas tambem não sou do tempo de Platão e sigo muitos conselhos contidos em muitas frases dos dois.
Ali o primeiro ministro resolveu prolongar a visita e a conversa:
- Suponho que resulta de sua iniciativa muito do que a Faquider produz, qual é o seu segredo para não ter maus resultados?
Eustáquio, com a mesma voz serena, pausada e incisiva, esclareceu:
- Não é segredo. Resume-se a diversos factores: ter ideias ou descobri-las, experimentar, experimentar, experimentar e, quando se adquirem certezas, projectar e realizar com fé.
- E para o futuro, pensa que conseguirão ampliar ainda mais a empresa ?
- Tenho um "dossier" repleto de ideias, senhor primeiro ministro...
- Sei que também tem o diploma de economia e que o senhor tambem dirige as finanças da Faquider, conseguindo, em pouco tempo, salvar a empresa da falência.
- Eu, o dono da fábrica e todos os outros colaboradores, todos contribuímos.
Depois de pensar dirante alguns segundos, o p.m. disse:
- Senhor engenheiro, quer almoçar comigo?
- O senhor Antunes, o dono da fabrica nada me disse quanto ao almoço, pelo que aceito com muito gosto.
- Então daqui a uma hora, no restaurante "Lo picolo" na praça da ópera de Milão. ´
No restaurante, embora fosse época alta em Milão, o "maitre" ofereceu-lhe de imediato uma das muitas mesas vagas, porem Eustáquio divisou o primeiro ministro que já consultava a ementa num canto da sala.
- Engenheiro Eustáquio vim um pouco adiantado o que me deu tempo para pensar na nossa conversa de há pouco, no vosso "stand". Para ir durecto ao assunto: tenho uma proposta a apresentar-lhe.O governo necessita dentro em breve, doutro ministro das finanças. Poderemos falar sobre a sua colaboração ocupando essa pasta?
Eustáquio, acabou da mastigar o aperitivo que em empregado de mesa lhe oferecera dizendo depois:
- O senhor primeiro ministro está-me convidando para dirigir o ministério das finanças? Terei de ponderar o assunto nos proximos dias.
- Claro, senhor engenheiro, teremos que conversar primeiro, estabelecer algumas normas do meu governo, pô-lo ao corrente dos nossos problemas principais, conhecer as suas ideias sobre vários "dossiers...Que me diz?
- Antes de mais, senhor primeiro ministro, tenho que falar ao dono da empresa onde trabalho, tenho um contrato que só poderei anular com a concordância do senhor José Fernandes, o dono da empresa. Porque um lugar de ministro no seu governo pode durar o que o senhor entender, terei de garantir o regresso à empresa daqui por um, dois, quatro ou mesmo oito anos, não sei se o senhor José Fernandes concordará.
- COm certeza engenheiro Eustáquio. Mas. se não se importa, permita-me que lhe faça uma pergunta: como conseguiu recuperar a empresa,que programa ou que método empregou para conseguir em pouco tempo tão bons resultados?
Continuando no mesmo tom repousado e breve, Eustáquio respondeu:
- Olhe senhor primeiro ministro começei pelas regras básicas da micro economia, da economia familiar: não gastar menos do que se factura, respeitar os colaboradores em particular auscultando-os com boa frequência sobre o que se faz, sobre o que pensávamos ir fazer, sobre problemas diversos. E destribuindo o trabalho com objectivos, obtendo com antecedência a concordância e o compromisso dos colaboradores. Ao fim do primeiro ano, melhorámos todos os salários, não despedimos ninguem.
- Mas no governo dum país deparamos com problemas muto mais complicados, o "deficit", a inflação, o desemprego...
- E o "deficit", senhor primeiro ministro, de que resulta? de se gastar mais do que se arrecada, e uma das consequências vai para o desemprego. A inflação, que como sabe é um imposto encapotado, combate-se de forma semelhante numa micro empresa. a inflação resulta de se colocar mais moeda em circulação, resultam prejudicadas as ampresas e há sempre reflexos no desemprego. Desde que existe moeda e dinheiro que isso sempre ocorre. E daí resultam sempre as grandes crises, é uma das causas principais.
Foi mais ou menos depois duma conversa destas e das que se seguiram, que surgiu um novo ministro das finanças daquele país.
-
Num pequeno grupo que passava pelo pavilhão reconheceu o primeiro ministro do seu país. Para surpresa sua, viu este dirigir-se-lhe:
- Bom dia senhor engenheiro, sabia que a Faquider montaria aqui um "stand" e parece-me que já nos conhecemos, ou estarei enganado?
- Bom dia senhor doutor, está certo, já nos conhecemos, no ano passado o senhor passou pelo nosso pavilhão na feira de indústrias em Lisboa.
Depois de observar algumas fotografias e gráficos expostos, o governante perguntou:
- Senhor Eustáquio Mendes, felizmente a memória ainda não me atraiçôa,
vejo que a Faquider continua a investir e a aumentar a gama de produtos que fabrica. E derivados, qusis fabricam?
- Produtos de limpeza, alguns adubos especiais, alguns aditivos.
- Sei que estão pensando mudar a vossa fábrica para outra zona do ´nosso país. Vão mudar ou ampliar as vossas instalações?
- Mudar e ampliar todas as nossas instalações, a primeira a construir no terreno adquirido será uma ala de investigação.
- Também sei que quando o senhor foi contratado a fábrica encontrava-se quase falida e que o senhor, em dois anos passou a obter lucros consideráveis. Como se consegue esse milagre nos dias de hoje?
- Embora hoje seja quase um sacrilégio político referir Salazar, ele disse um dia: "experimentar na dúvida e realizar com fé". Não sou do tempo dele, mas tambem não sou do tempo de Platão e sigo muitos conselhos contidos em muitas frases dos dois.
Ali o primeiro ministro resolveu prolongar a visita e a conversa:
- Suponho que resulta de sua iniciativa muito do que a Faquider produz, qual é o seu segredo para não ter maus resultados?
Eustáquio, com a mesma voz serena, pausada e incisiva, esclareceu:
- Não é segredo. Resume-se a diversos factores: ter ideias ou descobri-las, experimentar, experimentar, experimentar e, quando se adquirem certezas, projectar e realizar com fé.
- E para o futuro, pensa que conseguirão ampliar ainda mais a empresa ?
- Tenho um "dossier" repleto de ideias, senhor primeiro ministro...
- Sei que também tem o diploma de economia e que o senhor tambem dirige as finanças da Faquider, conseguindo, em pouco tempo, salvar a empresa da falência.
- Eu, o dono da fábrica e todos os outros colaboradores, todos contribuímos.
Depois de pensar dirante alguns segundos, o p.m. disse:
- Senhor engenheiro, quer almoçar comigo?
- O senhor Antunes, o dono da fabrica nada me disse quanto ao almoço, pelo que aceito com muito gosto.
- Então daqui a uma hora, no restaurante "Lo picolo" na praça da ópera de Milão. ´
No restaurante, embora fosse época alta em Milão, o "maitre" ofereceu-lhe de imediato uma das muitas mesas vagas, porem Eustáquio divisou o primeiro ministro que já consultava a ementa num canto da sala.
- Engenheiro Eustáquio vim um pouco adiantado o que me deu tempo para pensar na nossa conversa de há pouco, no vosso "stand". Para ir durecto ao assunto: tenho uma proposta a apresentar-lhe.O governo necessita dentro em breve, doutro ministro das finanças. Poderemos falar sobre a sua colaboração ocupando essa pasta?
Eustáquio, acabou da mastigar o aperitivo que em empregado de mesa lhe oferecera dizendo depois:
- O senhor primeiro ministro está-me convidando para dirigir o ministério das finanças? Terei de ponderar o assunto nos proximos dias.
- Claro, senhor engenheiro, teremos que conversar primeiro, estabelecer algumas normas do meu governo, pô-lo ao corrente dos nossos problemas principais, conhecer as suas ideias sobre vários "dossiers...Que me diz?
- Antes de mais, senhor primeiro ministro, tenho que falar ao dono da empresa onde trabalho, tenho um contrato que só poderei anular com a concordância do senhor José Fernandes, o dono da empresa. Porque um lugar de ministro no seu governo pode durar o que o senhor entender, terei de garantir o regresso à empresa daqui por um, dois, quatro ou mesmo oito anos, não sei se o senhor José Fernandes concordará.
- COm certeza engenheiro Eustáquio. Mas. se não se importa, permita-me que lhe faça uma pergunta: como conseguiu recuperar a empresa,que programa ou que método empregou para conseguir em pouco tempo tão bons resultados?
Continuando no mesmo tom repousado e breve, Eustáquio respondeu:
- Olhe senhor primeiro ministro começei pelas regras básicas da micro economia, da economia familiar: não gastar menos do que se factura, respeitar os colaboradores em particular auscultando-os com boa frequência sobre o que se faz, sobre o que pensávamos ir fazer, sobre problemas diversos. E destribuindo o trabalho com objectivos, obtendo com antecedência a concordância e o compromisso dos colaboradores. Ao fim do primeiro ano, melhorámos todos os salários, não despedimos ninguem.
- Mas no governo dum país deparamos com problemas muto mais complicados, o "deficit", a inflação, o desemprego...
- E o "deficit", senhor primeiro ministro, de que resulta? de se gastar mais do que se arrecada, e uma das consequências vai para o desemprego. A inflação, que como sabe é um imposto encapotado, combate-se de forma semelhante numa micro empresa. a inflação resulta de se colocar mais moeda em circulação, resultam prejudicadas as ampresas e há sempre reflexos no desemprego. Desde que existe moeda e dinheiro que isso sempre ocorre. E daí resultam sempre as grandes crises, é uma das causas principais.
Foi mais ou menos depois duma conversa destas e das que se seguiram, que surgiu um novo ministro das finanças daquele país.
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sábado, 6 de agosto de 2011
A inflação
Diversos economistas têm analisado, escrito muitos livros, apresentado as causas e as consequências da inflação. Que, muitos não o sabem, representa um imposto camuflado, na maioria dos países com um valor 3 ou mais pontos acima do anunciado pelos governos. Quando se diz que a inflação na Europa, em 2010, foi de dois por cento, na realidade o seu valor foi, pelo menos, cinco por cento. E quem tem um milhão, no fim do ano ficará com 1.000.000 - 0,05x1.000.000 = 950.000. Mas quem tem só 1.000 até ao fim do ano perde 50, o que lhe causa muito maior mossa. E os que trabalham, vêem o poder aquisitivo do seu ordenado deminuido ao longo do ano, dos tais cinco por cento.
Lembro-me sempre do que o meu Pai nos dizia: " quando passei à reforma, um par de botas custava cincoenta escudos, agora, quinze anos depois, o par botas custa cem escudos e o aumento da minha reforma, ao fim destes anos todos, já não chega para comprar um par de botas".
Porque não pensar e discutir um sistema económico sem inflação?
Lembro-me sempre do que o meu Pai nos dizia: " quando passei à reforma, um par de botas custava cincoenta escudos, agora, quinze anos depois, o par botas custa cem escudos e o aumento da minha reforma, ao fim destes anos todos, já não chega para comprar um par de botas".
Porque não pensar e discutir um sistema económico sem inflação?
Vamos acabar com ele?
É bastante possível que dentro de alguns meses deparemos com uma catástrofe económica a nivel das Américas e da Europa. Um verdadeiro pesadelo que irá lançar na miséria mais uns milhões de habitantes do nosso planeta. E que talvez seja necessária se os europeus e os americanos não tomarem juizo dando uma volta de 180graus nas ideias e projectos das suas economias, ideias e projectos que teimam em manter de forma persistente, casmurra, fechada. Parlamentos aqui e nas américas com muitas centenas de indivíduos, a maior parte dos quais nunca apresentam uma opinião, raramente discordam das maiorias, e pouco se incomodam com as votações de leis, entre estas, algumas prejudiciais aos países representados. Sem ideias que induzam e apoiem a solidariedade por causas que representem benefícios para os povos, sem discutir o que é incómodo para as maiorias, empregando tempos quase infinitos em assuntos de escasso interesse para a maior parte das populações, decretando benesses para muitos que são ultrajantes para os que passam maiores dificuldades.
Dois terços da humanidade vivem em pobreza e as crises, como a actual, estão e estarão sempre aumentando o número dos que vivem em condições, como muitos as classificam, degradantes. E o mal principal, provem do dinheiro. Quando será que nesses areópagos se discutirá o dinheiro, a forma ou as formas de o eliminar e de passarmos para outro sistena económico que provoque menos probreza para tantos?
Provavelmente serâo os chineses que o farão.
Dois terços da humanidade vivem em pobreza e as crises, como a actual, estão e estarão sempre aumentando o número dos que vivem em condições, como muitos as classificam, degradantes. E o mal principal, provem do dinheiro. Quando será que nesses areópagos se discutirá o dinheiro, a forma ou as formas de o eliminar e de passarmos para outro sistena económico que provoque menos probreza para tantos?
Provavelmente serâo os chineses que o farão.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Estou organizando uma festa num dos grandes salões no centésimo andar duma das torres gémeas de Nova York. Convidarei os meus inimigos, o meu anjo da guarda, alguns ladrões da nossa praça e uma data de árabes, o Bin Laden inclusive.
Contratarei uma orquestra dirigida pelo Benny Goodman, acompanhada pelos artistas convidados Louis Armstrong,Frank Sinatra, Gene Kelly. Entre as actuações destes, teremos alguns momentos de declamação abrilhantados por João Villaret. O repasto será composto por Pantagruel, que não poderá trazer os seus pais( Gargantua e Badebec) porque estes não cabem no salão da torre. Conseguirei establecer uma concordata com todos os que me detestam, agradecerei oa muitos favores que me concedeu o meu anjo da guarda e solicitar-lhe-ei uma amnistia para os tais ladrões da nossa praça.Os convites serão escritos em esperanto,latim, grego e portinhol. No programa estarão incluidas as canções What a eonderful world,My way, Singing in the rain, o poema Procissão.
O fOgo de artifício será entregue por um 747 com os depósitos cheios de foguetes, bombas e girândolas. Esse avião entrará por uma das janelas da torre, depositando suavemente a carga na mesa preparada para o evento. Não haverá, como bem se entende, nem mortos nem feridos. O fogo começará a seguir, sendo bem fiscalizado por uns quantos demónios, vestidos de debaixocasacas. Após a festa todos assinarão senhas de presença.
Querem que vos mande um convite?
Como nesse intervalo no tempo, já não existirá dinheiro, as entradas serão gratuitas.
Tembem querem ser convidados?
Contratarei uma orquestra dirigida pelo Benny Goodman, acompanhada pelos artistas convidados Louis Armstrong,Frank Sinatra, Gene Kelly. Entre as actuações destes, teremos alguns momentos de declamação abrilhantados por João Villaret. O repasto será composto por Pantagruel, que não poderá trazer os seus pais( Gargantua e Badebec) porque estes não cabem no salão da torre. Conseguirei establecer uma concordata com todos os que me detestam, agradecerei oa muitos favores que me concedeu o meu anjo da guarda e solicitar-lhe-ei uma amnistia para os tais ladrões da nossa praça.Os convites serão escritos em esperanto,latim, grego e portinhol. No programa estarão incluidas as canções What a eonderful world,My way, Singing in the rain, o poema Procissão.
O fOgo de artifício será entregue por um 747 com os depósitos cheios de foguetes, bombas e girândolas. Esse avião entrará por uma das janelas da torre, depositando suavemente a carga na mesa preparada para o evento. Não haverá, como bem se entende, nem mortos nem feridos. O fogo começará a seguir, sendo bem fiscalizado por uns quantos demónios, vestidos de debaixocasacas. Após a festa todos assinarão senhas de presença.
Querem que vos mande um convite?
Como nesse intervalo no tempo, já não existirá dinheiro, as entradas serão gratuitas.
Tembem querem ser convidados?
terça-feira, 2 de agosto de 2011
A inconstância proverbial da cretinice pachorrenta que impele todas os humanos para a curiosa atividade das discussões bizantinas sobre as financas, os deficita, os orçamentos, faz remomerizar grandes generais, em particular os que se esqueceram da guerra, das lavadeiras, dos brilhantes da rua dos brilhantes em Jaipur, enquanto nenhum economista, nenhum governante, nenhum pedreiro, nem sequer qualquer pobre milionário se lembra do dinheiro, essa aberração que existiu entre o século dez antes de Crsto e os século vinte e dois depois que Cristo veio à Terra pela primeira vez.
Na segunda escreveu a mais recente versão da Biblia sagrada, varreu os templos e desfez os bancos na espuma do tempo.
E conseguiu,neste século vinte e tres, pôr todas as mulheres e todos os homens, a pensar.
Na segunda escreveu a mais recente versão da Biblia sagrada, varreu os templos e desfez os bancos na espuma do tempo.
E conseguiu,neste século vinte e tres, pôr todas as mulheres e todos os homens, a pensar.
sábado, 30 de julho de 2011
As ideias são entes incansáveis. Põem-se sempre à frente da" bicha", desfraldando argumentos irrefutáveis. Como uma senhora milionária da minha terra que, quando tinha de esperar na "bicha" das finanças, dizia sempre, lamentando a espera: "já uma pessoa não pode ter alguma coisinha".
As ideias, são persistentes: não cessam de nos agarrar, como a lapa se agarra à rocha, não desistem de nos lançar em caminhos agradaveis ou tortuosos.
As ideias obscuras ou luminosas, reforçam a nossa experiência ou mobilizam-nos para novos caminhos. E, por vezes, vão enriquecendo a nossa amálgama de sabedoria.
As ideias, que não se resumem a uma notícia sem ideias, a uma admoestação sem motivo, a uma banalidade chata, essas, aumentam a nossa fortuna, fazem esquecer a dureza da caminhada e apreciar a frescura da primeira hora duma manhã de verão.
As ideias, são persistentes: não cessam de nos agarrar, como a lapa se agarra à rocha, não desistem de nos lançar em caminhos agradaveis ou tortuosos.
As ideias obscuras ou luminosas, reforçam a nossa experiência ou mobilizam-nos para novos caminhos. E, por vezes, vão enriquecendo a nossa amálgama de sabedoria.
As ideias, que não se resumem a uma notícia sem ideias, a uma admoestação sem motivo, a uma banalidade chata, essas, aumentam a nossa fortuna, fazem esquecer a dureza da caminhada e apreciar a frescura da primeira hora duma manhã de verão.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
-Ai filha, agorajá nem sei p'ra donde me virar, o meu lindo marido na leva nada p'ra casa, tu é q'estás na maior até podes pintar o cabel' i tudo !
- Tu sabes lá o q'é a minha vida, tenho lá dinheiro que chegue pr'ós gastos, inté já 'tou c'as raizes do cabelo brancas...
- Na t'importes compras uma bisnaga de tinta...
- Cais bisnaga cais quê, eu sei lá pintar o cabelo, despois ficava com o pescoço todo amarelo, aquele safardana do meu homem fartou-se de gozar comigo, quando eu experimentei isso, até me preguntou qual era a parede que eu tinha pintado, só faltou chamar a televisão...
- Ora s'êle conseguisse c'a televisão fosse lá à tua casa atão na era uima maravilha, dizem c'a televisão por ir à casa da princesa do Mónaco, pagou um milhão, atão ficavas governada !
- Oh filha ainda me falta gastar umas solas para ser princesa, ê cá na m'importava, se me fizessem princesa divorciava-me logo do sacana do meu Alfredo...
- Tu sabes lá o q'é a minha vida, tenho lá dinheiro que chegue pr'ós gastos, inté já 'tou c'as raizes do cabelo brancas...
- Na t'importes compras uma bisnaga de tinta...
- Cais bisnaga cais quê, eu sei lá pintar o cabelo, despois ficava com o pescoço todo amarelo, aquele safardana do meu homem fartou-se de gozar comigo, quando eu experimentei isso, até me preguntou qual era a parede que eu tinha pintado, só faltou chamar a televisão...
- Ora s'êle conseguisse c'a televisão fosse lá à tua casa atão na era uima maravilha, dizem c'a televisão por ir à casa da princesa do Mónaco, pagou um milhão, atão ficavas governada !
- Oh filha ainda me falta gastar umas solas para ser princesa, ê cá na m'importava, se me fizessem princesa divorciava-me logo do sacana do meu Alfredo...
terça-feira, 26 de julho de 2011
De vez em quiando aparece-me um anjo cá por casa. Suponho que isto passa a toda a gente. Embora muitos nem reparam nisso, embrenhados que estão com aquilo com que se compram os Porsches ou com as discussões intermináveis de reuniões com muitos senhores que, por serem muitos senhores, para nada servem porque os mais inteligentes ou com ideias mais sensatas quando podem falar, a maior parte dos outros já dorme compensando as horas perdidas na noitada anterior .
Mas ontem, apareceu-me um anjo cá por casa. Sinto-me, uma vez mais, um priveligiado, com algum remorso por não saber o que hei-de fazer para compensar esse e tantos outros privilégios. Vou tentando, talvez descubra e consiga. Se vivemos muito, terá de ser para compensar o bem que vivemos.
E não vou à reunião, vou mostrar ao anjo o mar e as rochas da minha praia.
Mas ontem, apareceu-me um anjo cá por casa. Sinto-me, uma vez mais, um priveligiado, com algum remorso por não saber o que hei-de fazer para compensar esse e tantos outros privilégios. Vou tentando, talvez descubra e consiga. Se vivemos muito, terá de ser para compensar o bem que vivemos.
E não vou à reunião, vou mostrar ao anjo o mar e as rochas da minha praia.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Mais um exemplo de outra sacanice
Os senhores leitores deste blog acaso repararam nas referências, que pareciam obrigatórias em todos os "media", ao "desvio colossal", palavras empregues numa declaração proferida pelo primeiro ministro ? E em toda a aleivosia empregue de forma mais ou manos encoberta nesses comentários ? Durante toda a semana passada, esses comentários sempre apareceramem todos os noticiáriosl. Bem explicou e tornou a explicar o senhor ministro das finanças, na Assembleia da República, que , entre essas duas palavras, o semhorprimeiro ministro havia proferido outras palavras, que os referidos comentários eliminaram restando apenas aquelas dias palavras comprometedoras: porque alarmava o pôvo, etc.. Aconteceu que na passada sexta-feira foi exibido o video filmado na reunião do conselho de ministros onde o primeiro refderia a frase completa: "verificou-se um desvio, que para ser anulado provoca um esforço colossal".
Qualquer dia um dos deputados que tanto alterou aquela frase dirá: "o senhor presidente, que não é uma pessoa corrupta, etc." E logo haverá quem diga que aquele deputado declarou: " o senhor presidente, que é uma pessoa corrupta,etc."
Até muitas vezes é sacanice retirar uma vírgula ou colocá-la noutro ponto duma frase, quanto mais o será retlirar palavras para tornar comprometedora a mesma frase.
Qualquer dia um dos deputados que tanto alterou aquela frase dirá: "o senhor presidente, que não é uma pessoa corrupta, etc." E logo haverá quem diga que aquele deputado declarou: " o senhor presidente, que é uma pessoa corrupta,etc."
Até muitas vezes é sacanice retirar uma vírgula ou colocá-la noutro ponto duma frase, quanto mais o será retlirar palavras para tornar comprometedora a mesma frase.
E depois 795 blogs anteriotes, assaltam-me algumas preocupações. Porque não gosto nem de assaltos e muitos menos de preocupações, vou tomar um duche, que os personagens das telenovelas brasileiras recomendam sempre nos fins das tardes mas que eu teimo em praticar nas manhãs, porque no duche, com a amabilidade da água, os cuidados com o escorreganço do sabonete, o desvelo obrigatório de ensabonetar bem todos os recantos do corpo, o atirar para o ralo tudo o que a água, aliada ao sabão, leva, e por fim, na aplicação criteriosa do lençol de banho, que isto de nos vestirmos molhados ainda não é moda, por tudo isto, com o banho passam-me algumas preocupações que antes me invadem.
E mesmo que não me invadam, vou tomar o duche.
Tenham uma boa semana, sorrindo, que as nossa células gostam disso.
E mesmo que não me invadam, vou tomar o duche.
Tenham uma boa semana, sorrindo, que as nossa células gostam disso.
E depois de tudo isto aparece um senhor, cheio de títulos, empregos e presunções e pespega-nos com a teoria que diz muito sua, de que a mulher e o homem percorrem durante o senhor Tempo. toda a escala animal, do protozoário ao elefante , da bactéria mais nefasta até à mulher. Lá vai argumentando no seu artigo, que de nada nos lembramos nesta vida porque a memória desaparece com a memória. Ainda bem, o que lembraríamos se recordássemos o que vivemos como mosca, como lagarto, como cocodrilo; o que nos enraiveceria todas as maldades, sofrimentos e deslealdades que sofremos na vida que passámos quando peixes, ameijoas, pássaros em gaiolas, flores arrancadas à mãe planta, insecto espezinhado com prazer pelos humanos !
E muito mais não dissa o hipócrita do articulista, o meu outro eu.
E muito mais não dissa o hipócrita do articulista, o meu outro eu.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
PORQUÊ ?
Tantas reuniões, tantas confereências, tantos colóquios, tantos frentes a frentes, tantas discussões, tantas análises, tantas entrevistas, tantos artigos em jornais e revistas: em nenhuma, numa sequer dessas conversas, se abordou o problema do dinheiro como um mal permanente, cada vez maior, e sempre mais incidindo nos mais desfavorecidos.
Porquê ?
E, o que é curioso, todos sofrendo com êsse anátema que existe para mal da humanidade. Os mais pobres, aguentando e sofrendo como podem, morrendo de penúria, de morte lenta, de falta de cuidados de saúde e de condições de vida razoáveis; os da classe média, vivendo afogados em preocupações com as crises e sem as crises; os mais ricos, irrequietos, preocupados, cheios de "stress", pelas perspectivas de perderem o que têm, chegando ao suicídio quando as crises os atingem - porque não sabem viver sem dinheiro, nem se resignam a viver sem ele.
Porquê ?
Utopia, impossibilidade, não há forma de viver sem dinheiro, é um mal necessário, nada existe de melhor, fantasia, com que é que se compram as salsichas, já existe há mais de mil anos, etc..Argumentos que não se discutem, não se analisam, não se abordam seriamente.
Porquê ?
Porquê ?
E, o que é curioso, todos sofrendo com êsse anátema que existe para mal da humanidade. Os mais pobres, aguentando e sofrendo como podem, morrendo de penúria, de morte lenta, de falta de cuidados de saúde e de condições de vida razoáveis; os da classe média, vivendo afogados em preocupações com as crises e sem as crises; os mais ricos, irrequietos, preocupados, cheios de "stress", pelas perspectivas de perderem o que têm, chegando ao suicídio quando as crises os atingem - porque não sabem viver sem dinheiro, nem se resignam a viver sem ele.
Porquê ?
Utopia, impossibilidade, não há forma de viver sem dinheiro, é um mal necessário, nada existe de melhor, fantasia, com que é que se compram as salsichas, já existe há mais de mil anos, etc..Argumentos que não se discutem, não se analisam, não se abordam seriamente.
Porquê ?
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Entretenho-me a brincar às escondidas,
da maneira mais democrática possível
com as coisas futeis que o meu olhar lobriga.
Entregando-me às belas surpresas do acaso
e desprezando algumas sensaborias.
Encontro-me a percorrer as estradas do ser
saindo daqui para quedar-me no mesmo sítio,
pernoitar numa pousada de luar
e adormecer, embalado no meu berço de menino.
Fico sobremaneira perturbado
por esta serenidade e fantasia,
o realejo cantarolando na rua
e esse sorriso teu que tanto me enleia.
Este passar do tempo pela alegria
E esta tentação dentro de mim que foi p'ra lá
Em troca dum remorso que eu vivia,
Perdendo a maravilha do teu olhar
Saindo para dentro do que hei-de dar-te
E ocultando-te tudo o que te quiz mostrar
Fez saltar o meu marco da aventura
Provocou o debandar desta ilusão
FIcando-me apenas essa tua ternura
da maneira mais democrática possível
com as coisas futeis que o meu olhar lobriga.
Entregando-me às belas surpresas do acaso
e desprezando algumas sensaborias.
Encontro-me a percorrer as estradas do ser
saindo daqui para quedar-me no mesmo sítio,
pernoitar numa pousada de luar
e adormecer, embalado no meu berço de menino.
Fico sobremaneira perturbado
por esta serenidade e fantasia,
o realejo cantarolando na rua
e esse sorriso teu que tanto me enleia.
Este passar do tempo pela alegria
E esta tentação dentro de mim que foi p'ra lá
Em troca dum remorso que eu vivia,
Perdendo a maravilha do teu olhar
Saindo para dentro do que hei-de dar-te
E ocultando-te tudo o que te quiz mostrar
Fez saltar o meu marco da aventura
Provocou o debandar desta ilusão
FIcando-me apenas essa tua ternura
terça-feira, 12 de julho de 2011
É assim que eu escrevo ?
Gostaria de escrever poesia sem ser poesia.
Uma escrita sem definição, sem título, sem provocação, sem estilo.
Apenas defenindo o que tenho de indefenido.
Apenas ostentando um título inexistente.
Apenas provocando algumas sensações imperceptíveis.
Apenas com o meu estilo impróprio, inqualificável, incapaz e ausente.
Sem prosopopeia, sem sintaxe, sem semântica, sem gramática.
Servindo-me dos enredos, das confusões, do caos.
Ser só apreciado por ignorantes, por iletrados ou por analfabetos.
Ou por um sincero apreciador da matemática.
Uma escrita sem definição, sem título, sem provocação, sem estilo.
Apenas defenindo o que tenho de indefenido.
Apenas ostentando um título inexistente.
Apenas provocando algumas sensações imperceptíveis.
Apenas com o meu estilo impróprio, inqualificável, incapaz e ausente.
Sem prosopopeia, sem sintaxe, sem semântica, sem gramática.
Servindo-me dos enredos, das confusões, do caos.
Ser só apreciado por ignorantes, por iletrados ou por analfabetos.
Ou por um sincero apreciador da matemática.
sondagens malucas no pensamento ou nada disso
Vou para onde não vou e chego onde parti.
Dou passos por dentro do teu sorriso,
Quando o meu desprezo, que só se reflete na escuridão,
Faça vibrar esta minha guitarra sem cordas e sem caixa.
Por fim completei este meu poema incompleto.
Dou passos por dentro do teu sorriso,
Quando o meu desprezo, que só se reflete na escuridão,
Faça vibrar esta minha guitarra sem cordas e sem caixa.
Por fim completei este meu poema incompleto.
domingo, 10 de julho de 2011
Nada custa todos os dias viver um pouco detrás do arco-iris da esperança.
Nada custa tentar.
É um daqueles infinitésimos que o cérebro engendra e que, ao surgir, pode engrandecer-se, e
abrir-se como uma corola de flor de mil cores. saindo do seu botão.
É uma daquelas gotas de água, embrião duma nuvem que se pode transformar num tornado ou deaparecer detrás da montanha. E vai, desfeita pelo vento.
É um passo na caminhada que nos seduziu.
Nada custa tentar.
É um daqueles infinitésimos que o cérebro engendra e que, ao surgir, pode engrandecer-se, e
abrir-se como uma corola de flor de mil cores. saindo do seu botão.
É uma daquelas gotas de água, embrião duma nuvem que se pode transformar num tornado ou deaparecer detrás da montanha. E vai, desfeita pelo vento.
É um passo na caminhada que nos seduziu.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Vou folheando com avidez o livro da minha vida. As suas capas, do passado e do futuro têm
bem impressos os sinais do tempo. Não lhes dou maior valor que o da protecção do recheio, que vai engrossando sem contemplações. As capas não se importam, vão aceitando de boa vontade mais e mais folhas que o Dono da biblioteca resolve acrescentar. Destas folhas, as mais antigas, já um pouco amareladas mas com letra ainda visível; as ainda virgens de vida, impolutas e aguardando com serenidade a sua dose do presente. O dono deste livro, sempre esquece as capas, sempre vai olhando para uma folha nova, imaculada, sem um traço ou uma letra. Só toca nas capas com as mãos, raras vezes com o espirito.
E espera ter um lugar decente na biblioteca onde repousam, na eternidade, todos os livros.
bem impressos os sinais do tempo. Não lhes dou maior valor que o da protecção do recheio, que vai engrossando sem contemplações. As capas não se importam, vão aceitando de boa vontade mais e mais folhas que o Dono da biblioteca resolve acrescentar. Destas folhas, as mais antigas, já um pouco amareladas mas com letra ainda visível; as ainda virgens de vida, impolutas e aguardando com serenidade a sua dose do presente. O dono deste livro, sempre esquece as capas, sempre vai olhando para uma folha nova, imaculada, sem um traço ou uma letra. Só toca nas capas com as mãos, raras vezes com o espirito.
E espera ter um lugar decente na biblioteca onde repousam, na eternidade, todos os livros.
Uma das provas, para mim entre as mais evidentes e importantes, da existência de Deus, é que, quanto mais vivo, mais conselhos, mais afectos, mais boas surpresas recebo. Tudo isso recebo e recordo, não restam dúvidas. Os ateus dirão que isto é caricato, que isto é ignorância, ou que isto é coisa ainda pior. Mas eu tenho a certeza que todos nós somos atingidos pela mesma Luz, todos conseguimos muito na vida, sem projecto, sem ponderação, sem análise, sem cálculo infinitesimal. Como p.ex., aconteceu agora: este meu neto portimonense,surpreendeu-me com um abraço.
Todos sentimos. Muitos, não se lembram.
Todos sentimos. Muitos, não se lembram.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Procuro não pensar em coisas simples,
Como panóplias, palimpsestos ou protonemas,
Nem sequer em coisas mais complicadas,
Como o ar que respiro, a leveza duma pluma,
Ou a simplicidade dalguns teoremas.
Não consigo dar os passos que já dei,
Ver a imagem dum objecto que não existe,
Dar um beijo a quem está distante,
Dizer adeus a quem dorme comigo,
Provar uma iguaria que ainda não conheço.
Posso no entanto frequentar os meus sonhos,
Povoar este meu espírito com a saudade,
Enriquecer a minha bolsa com a tua imagem,
Rogar à vida mais alguns desejos,
Pedir a Deus mais alguns dos seus conselhos.
Como panóplias, palimpsestos ou protonemas,
Nem sequer em coisas mais complicadas,
Como o ar que respiro, a leveza duma pluma,
Ou a simplicidade dalguns teoremas.
Não consigo dar os passos que já dei,
Ver a imagem dum objecto que não existe,
Dar um beijo a quem está distante,
Dizer adeus a quem dorme comigo,
Provar uma iguaria que ainda não conheço.
Posso no entanto frequentar os meus sonhos,
Povoar este meu espírito com a saudade,
Enriquecer a minha bolsa com a tua imagem,
Rogar à vida mais alguns desejos,
Pedir a Deus mais alguns dos seus conselhos.
Vou iniciar essa cruzada. Sem pensar na vida, sem pensar quem sou, donde vim, para onde vou. Uma cruzada sem cruz, sem sacrifícios, sem arrependimentos, sem confissão nem comunhão nem perdão de pecados meus, teus, de quem me acompanhe.
Vou iniciar essa cruzada. Dando uma parte da maior fortuna que tenho, o tempo.
Nada exigindo para mim, esperando dar muito a este tempo, esperando que o que dou a este tempo seja um bálsamo, seja uma suave carícia, seja em benefício que alguem doutro tempo chame sorte, belo destino ou dádiva inesperada.
Talvez alguem, noutra dimensão, esteja numa cruzada semelhante, que me atingiu no presente.
Vou iniciar essa cruzada. Dando uma parte da maior fortuna que tenho, o tempo.
Nada exigindo para mim, esperando dar muito a este tempo, esperando que o que dou a este tempo seja um bálsamo, seja uma suave carícia, seja em benefício que alguem doutro tempo chame sorte, belo destino ou dádiva inesperada.
Talvez alguem, noutra dimensão, esteja numa cruzada semelhante, que me atingiu no presente.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Os computadores ainda não possuem funções, exceptuando a da memória, que igualem ou superem tantas outras funções conhecidas do cérebro humano. Sendo verdade que o homem e a mulher continuam por aproveitar grande percentagem do seu cérebro, natural é que dentro da ainda desconhecida sua capacidade, estejam por encontrar novas funções que abram caminho a melhores realizações da mulher e do homem. Que tornem a mulher e o homem mais evoluidos, mais capazes de solucionar os grandes problemas, as grandes incógnitas e os inúmeros caminhos que os dignifiquem cada vez mais no caminho do futuro.
A evolução terá de se realizar, como até hoje sucedeu, num sentido positivo: maior humanidade, melhor protecção, maior sabedoria, menor pobreza, menor maldade, menor luta pelo material. Deus não nos fez como somos para que nos conservemos neste estado. Quando se diluam e acabem os males que nos afligem, quando a mulher e o homem se sintam merecedores do que necessitam, sem reservas, possuindo o mérito suficiente para obter tudo o que lhes preencha a vida, talvez então não haja necessidade de controle do mérito que possuem. A evolução deu-lhes outro sentido, outro sentido que entre outras virtudes, lhes instale o sentimento profundo e inviolável da justiça e da equidadel. E que os impeça de exigir mais do que merecem.
Os exemplos de mulheres e homens que já possuem ou possuiram parte dessa maior capacidsde, são numerosos e creio que têm aumentado em proporção geométrica, ao longo da história.
A evolução terá de se realizar, como até hoje sucedeu, num sentido positivo: maior humanidade, melhor protecção, maior sabedoria, menor pobreza, menor maldade, menor luta pelo material. Deus não nos fez como somos para que nos conservemos neste estado. Quando se diluam e acabem os males que nos afligem, quando a mulher e o homem se sintam merecedores do que necessitam, sem reservas, possuindo o mérito suficiente para obter tudo o que lhes preencha a vida, talvez então não haja necessidade de controle do mérito que possuem. A evolução deu-lhes outro sentido, outro sentido que entre outras virtudes, lhes instale o sentimento profundo e inviolável da justiça e da equidadel. E que os impeça de exigir mais do que merecem.
Os exemplos de mulheres e homens que já possuem ou possuiram parte dessa maior capacidsde, são numerosos e creio que têm aumentado em proporção geométrica, ao longo da história.
sábado, 2 de julho de 2011
Sardinhas assadas comidas no pão
Se gostam de sardinhas assadas mais gostarão se cortarem uma fatia da pão caseiro, colocarem a sardinha em cima da fatia e começarem a come-la. Com os dedos, claro. Logo de início saberão se as sardinhas foram pescadas na noite anterior: a pele, com um brilho inconfiundivel de prata recem limpa, destaca-se em grandes pedaços e descobre-se a carne relulzente do lombo da sardinha. Se não se destaca bem ou as sardinhas não são frescas ou foram assadas há muito tempo ou reassadas. O pão também o vamos comendo pouco a pouco, delicioso pelo môlho que escorre do peixe.
Não é um método aconselhavel para comer sardinhas em almoço de gala. Mas, creiam que sabem muito melhor que se as comerem empunhando faca e garfo.
Experimentem. Nem que seja à socapa.
Não é um método aconselhavel para comer sardinhas em almoço de gala. Mas, creiam que sabem muito melhor que se as comerem empunhando faca e garfo.
Experimentem. Nem que seja à socapa.
A mulher vestia-se à pressa, envergoou a camisa amarrotada e que não conseguia alisar desde que aquela velhaca do terceiro direito lh'a pedira emprestada para o casamento do afilhado e que lh'a devolvera naquele estado e com imenso descaramento lhe dissera que trazia a camisa assim porque a tábua engomar se partira e o parvo daquele marido, minha amiga, não arranjara, minha amiga os maridos agora já não são o que eram os maridos de antigamente, o marido da minha avó esse sim é q'era um marido como deve de ser, a minha avó contava-me q'êle volta e meia dáva-lhe uma grande ccça mas até concertava o jarro do leite q'ela tinha partido quando eu era garota, imagine, minha amiga, q'até me levava à escola e no caminho depois de pasarmos a chapelaria, aquela amiga dele na rua da república estava sempre à janela e chamava-o sempre, dizia-lhe sempre oh Carlos toma aqui um cafezinho comigo, o Januário hoje embarcou para a pesca, eu nunca percebi porq´é q'o meu avô depois de falar com ela continuava cheio de muita pressa a ir comigo, largava-me na escola e voltava para casa ainda mais cheio de pressa. Mas os velhotes do tempoo deles dizem-me sempre q'ele era um homem honrado, era um homem honrado sim, minha senhora, ele até pagou uma dívida que tinha com aquele preto, auele q' éra o único preto cá da terra e que, não desfazendo, era um preto que parecia um branco , era um benemérito num verão até ofereceu uma cama à inquilina dele que o esmifrava sempre que podia e ele aos domingo aempre lhe levava peixe fresco e ela, a velhaca, uma vez, quando ele não pagou a renda até foi fazer queixa à polícia.
Há muitos modos de responder a uma pergunta. O que depende da natureza da pergunta, as circinstâncias em que a pergunta é feita, a agressividade de quem pergunta, a reação de quem ouve, a experiencia, a sensatez e a sabedoria de quem responde.
A resposta poderá ser de poucas palavras. por vezes de uma só; deverá conter a acutilância apropriada e a complexidade adaptada aos conhecimentos de quem interroga.
E não deve desenvolver-se numa retórica que sempre será inútil, como disse Platão.
Por tudo isto, pelo menos, foram muito boas as respostas do actual ministro das finanças, ontem, na apresentação do programa do governo.
Foi uma lição de sabedoria, ouvi-lo.
A resposta poderá ser de poucas palavras. por vezes de uma só; deverá conter a acutilância apropriada e a complexidade adaptada aos conhecimentos de quem interroga.
E não deve desenvolver-se numa retórica que sempre será inútil, como disse Platão.
Por tudo isto, pelo menos, foram muito boas as respostas do actual ministro das finanças, ontem, na apresentação do programa do governo.
Foi uma lição de sabedoria, ouvi-lo.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Sou perfeito como sou. Que querem, é estultícia ? Paciência e, pelo menos sorriam ! Hoje um meu conterrâneo( que palavra esquisita, mas, no entanto, delicada) e quase meu amigo, digo quase porque ainda não o convenci a mostrar sempre um semblante risonho, esse meu amigo inscreveu-me na Associação dos Antigos Combatentes, disse-lhe que nunca fui combatente, fui tropa no colégio, aspirante seis meses e alferes sem nunca ter envergado esse galão. Mas, combatente, felizmente, não. Fui sócio de alguns clubes, cartões que rasguei quando passaram a profissionais, fui sócio dos Rotários, que abandonei porque as jantaradas demoradas não contribuiam para a minha saude e não apreciava os treinos de oratória dos sócios. Embora reconhecendo que todas as associações são benéficas para os cidadãos, faltou-me paciência e boa disposição. Como sei que tudo o que me acontece contribui para o meu resumo final, procuro conservar o amor e a amizade de quem me ama e me aprecia.
E não me distrair com o futuro e esquecer o passado para melhor apreciar o presente.
Sabem. pex., que a China mais a India têm cêrca de um terço da população do planeta ?
E não me distrair com o futuro e esquecer o passado para melhor apreciar o presente.
Sabem. pex., que a China mais a India têm cêrca de um terço da população do planeta ?
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Sou perfeito como sou. Como tu és, como é a mulher que todos os dias passa às oito e quarenta e sete, na rua, por debaixo da minha janela, a caminho do notário. Pelo trajar, pelo andar, pelo sorriso e bons modos nos bons dias que dá ao polícia de serviço na esquina, pelas mãos finas, elegância no vestir, no andar, no sorrir deduzo que é pessoa importante naquele escritório, que é pessoa muito útil e imprescindível. Se passa às oito e quarenta e oito ou às oito e quarenta e seis, acerto o meu relógio, que reage ao tempo mais agreste ou mais calmo. E tudo o que me acontece sei que me acontece porque faz parte do meu bem final. Acredito na incerteza, creio com firmeza que a minha dose de compaixão, de amor, de amizade, de creatividade abre-me duma maneira constante a janela para outra dimensão. Saio de cá para lá sem sentir que estou lá e só entendendo o que lá me rodeia, porque estou cá.
A vida agarrou-me desta forma: nem plana, nem redonda, nem quadrada.
Caleidoscópica.
A vida agarrou-me desta forma: nem plana, nem redonda, nem quadrada.
Caleidoscópica.
domingo, 26 de junho de 2011
No Diário de Lisboa de 19/6/1970
Guardamos um jornal por um motivo sentimental e, passados 41 anos, relemo-lo e encontramos artigos dum bom jornalista, a tal notícia sentimental e anúncios curiosos. Como o que a seguir transcrevo na íntegra, inserido no Diário de Lisboa de 19 de Junho de 1970:
HOSPITAIS CIVIS DE LISBOA
Serviço de aquisições
Concurso nº 44- Material para estudio e sala de operações.
Concurso nº 45- Material de laboratório
Concurso nº 46- Material para sala de projecções
Concurso nº 51- Material cinematográfico para sala de operações
Recebem-se propostas até às 9,3o horas do dia 9 de Julho próximo
para os mencionados concursos.
Os concorrentes poderão pedir no Serviço de Aquisições dos Hospitais Civis
de Lisboa, todos os dias úteis das 9 às 11,3o e das 14 às 16 horas e aos sábados das
9 às 12 horas, as respectivas condições.
Serviço de Aquisições dos Hospitais Civis de Lisboa, em 15 de Junho de 1970
O Chefe de Serviço
a) Alexandre Pinheiro
O actual e nosso Serviço Nacional de Saude poderia seguir este modelo.
Talvez se eliminassem muitas perdas.
HOSPITAIS CIVIS DE LISBOA
Serviço de aquisições
Concurso nº 44- Material para estudio e sala de operações.
Concurso nº 45- Material de laboratório
Concurso nº 46- Material para sala de projecções
Concurso nº 51- Material cinematográfico para sala de operações
Recebem-se propostas até às 9,3o horas do dia 9 de Julho próximo
para os mencionados concursos.
Os concorrentes poderão pedir no Serviço de Aquisições dos Hospitais Civis
de Lisboa, todos os dias úteis das 9 às 11,3o e das 14 às 16 horas e aos sábados das
9 às 12 horas, as respectivas condições.
Serviço de Aquisições dos Hospitais Civis de Lisboa, em 15 de Junho de 1970
O Chefe de Serviço
a) Alexandre Pinheiro
O actual e nosso Serviço Nacional de Saude poderia seguir este modelo.
Talvez se eliminassem muitas perdas.
sábado, 25 de junho de 2011
Incerteza
Aceitar a incerteza é saudável. Recusá-la ou contrariá-la, encaminha-nos para a velhice.
Acelera-a.
Acelera-a.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
DUAS CITAÇÕES
Hoje não resisto a estas duas citações, cujos autores ignoro:
- "Procura ser uma pessoa de valor e não uma de sucesso"
- "Amadores construiram a Arca de Noé. Profissionais construiram o Titanic"
Se alguém conhecer os autores, agradeço que m'os comunique.
- "Procura ser uma pessoa de valor e não uma de sucesso"
- "Amadores construiram a Arca de Noé. Profissionais construiram o Titanic"
Se alguém conhecer os autores, agradeço que m'os comunique.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Senhores jornalistas
Aos que têm a paciência de ler este blog: julgo que serão artigo de sucesso os que visarem a publicação das poupanças anunciadas pelo novo governo. Para começar: se os governantes e suas comitivas passarem a usufruir de viagens em classe turística, como de forma exemplar o primeiro ministro o fez na sua deslocação de ontem a Bruxelas, de quanto será, num ano, a poupança? Qual será a poupança com a eliminação dos governos civis? Mas estas serão pequenas poupanças, se comparadas com muitas outras.
P. ex.: aposto singelo contra dobrado que o actual ministro da saude irá descobrir e começar a descascar a imensa fraude (de muitos, muitos milhões) revelada nestes dias, na venda dos medicamentos.
Êsse, sim, merece ser acompanhado por bons guarda-costas.
P. ex.: aposto singelo contra dobrado que o actual ministro da saude irá descobrir e começar a descascar a imensa fraude (de muitos, muitos milhões) revelada nestes dias, na venda dos medicamentos.
Êsse, sim, merece ser acompanhado por bons guarda-costas.
Tenho mastigado e vou engolindo este bolo que é a vida, que me foi oferecido sem nada pagar. Depois de nascer apenas me inpuseram uma condição: viver. E começando a viver, ofereceram-me sustento, a proteção do frio, doutros elementos agressores e a aprendisagem do essencial. Deram-me um corpo que aprendeu a crescer,a andar, a ver, a ouvir, a falar e a experimentar. Também me deram um cérebro que foi usando o corpo da melhor forma, e onde instalaram um espírito que criou uma inteligência racional.
Para nãp participar numa monstruosidade, contemplaram-me com a incerteza.E, para ser útil, deram-me uma alma.
Ficando com a obrigação de ser responsável.
Julgo que nalgum momento, talvez fora do tempo, terei de prestar contas.
É uma incerteza agradável, não saber para onde irei.
Se soubesse, hão de concordar, seria uma gaita.
Para nãp participar numa monstruosidade, contemplaram-me com a incerteza.E, para ser útil, deram-me uma alma.
Ficando com a obrigação de ser responsável.
Julgo que nalgum momento, talvez fora do tempo, terei de prestar contas.
É uma incerteza agradável, não saber para onde irei.
Se soubesse, hão de concordar, seria uma gaita.
Perde-se uma amizade:
- Se não temos domínio sobre a nossa língua.
- Se somos vaidosos
- Se alardeamos cultura
- Se oferecemos o que pouco nos custa dar, esperamos retribuição
- Se interpretamos que o que nos dizem é o que queremos que nos digam
- Se não respeitamos as condições que nos pôem ou as reservas que nos sugerem
- Se, logo que nos oferecem a mão, pretendemos tomar todo o corpo
- Se logo que nos concedem um sorriso, queremos que nos entreguem a alma
- Se, concordando com tudo isso, insistimos.
- Se não temos domínio sobre a nossa língua.
- Se somos vaidosos
- Se alardeamos cultura
- Se oferecemos o que pouco nos custa dar, esperamos retribuição
- Se interpretamos que o que nos dizem é o que queremos que nos digam
- Se não respeitamos as condições que nos pôem ou as reservas que nos sugerem
- Se, logo que nos oferecem a mão, pretendemos tomar todo o corpo
- Se logo que nos concedem um sorriso, queremos que nos entreguem a alma
- Se, concordando com tudo isso, insistimos.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Se me debruço à janela das minhas ilusões fico abismado perante as surpresas vindas
de cima, na expectativa desconfiada da realidade que me surge por baixo e das alegrias que me sufocam pela esquerda e pela direita.
A vida que eu percorro vai continuar assim. Nem eu gostaria doutro programa diferente do que me foi traçado.
Contento-me, sou feliz, com este.
de cima, na expectativa desconfiada da realidade que me surge por baixo e das alegrias que me sufocam pela esquerda e pela direita.
A vida que eu percorro vai continuar assim. Nem eu gostaria doutro programa diferente do que me foi traçado.
Contento-me, sou feliz, com este.
domingo, 19 de junho de 2011
Para os que gostam de números
Como o tempo é infinito e a Terra, a Lua, o Sol, todos viveremos tempo finito, resulta que a probabilidade de encontrarmos outro planeta habitado, no nosso tempo, é zero.
Se querem explicação dou-a e nada cobro - um vício que eu tenho, uma das razões porque ainda não enriqueci, dizem-no os meus melhores amigos.
Mas há outras riquezas melhores, maiores.
E infinitas.
Se querem explicação dou-a e nada cobro - um vício que eu tenho, uma das razões porque ainda não enriqueci, dizem-no os meus melhores amigos.
Mas há outras riquezas melhores, maiores.
E infinitas.
Para os que não gostam de números
Faça o favor de perceber que o infinito não é um número e que o zero é um algarismo que serve para anular ou multiplicar. Se somares ou deminuires zero, ficarás irritado, porque fica tudo na mesma. Se muitiplicas por zero ainda mais danado ficarás porque desaparece tudo. Mas se divides por zero, aí a coisa é mais fina, não podes dividir por zero uma laranja, obterias um laranjal infinito, nem todos os laranjais do nosso mundo chegariam para te dar o resultado. Porque dizem os matemáticos que, com os números, qualquer um deles dividido por zero obtem-se infinito. Aqui para nós, eles dizem que não se sabe que número é o infinito, só se sabe que talvez só no fim da eternidade, se somarmos eternamente mais um ao número anterior, é que talvez se atinja o infinito ( que se simboliza como um oito a dormir assim oo, com os dois ós ainda mais ligados. O "talvez" é de minha vontade, digo talvez, porque se dizem que o infinito nunca se atinje, com os números ou com os passos que dermos numa caminhada infinita, então isso de atingir o infinito somando mais e mais um, é uma grandessíssima balela, além de que eu não teria fortuna que chegasse para pagar as meias solas gastas nessa tremenda caminhada - e quem me acompanharia? Detesto caminhar sem companhia, a não ser por obrigação, para deminuir o estômago proeminente e avantajado.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Meditando
Peguei na lata da marmelada que teima não abrir, reparei com fita cola a varinha mágica, reguei a sterlitzia, o ficus e a outra que batizaram sabe-se lá porquê com o nome aristocrático e catita de sacapifhylus, (o sr Lineu ainda não percebi como tinha tempo para tanto baptizado de plantas) é verdade, com y e ph, como dantes a lingua usava e os miudos entonteciam com os ditados na instrução primária(como é que esta agora se chama?), limpei os retratos de famíia abondonados numa sala de visitas, visitas poucas tenho e quando aparecem levo-as para outra divisão, aquela sala tem lá algumas pinturas valiosas, a melhor delas a da maior pintora do mundo,a minha Mãe, a pintora mais célebre para mim, nunca ninguem pintou e desenhou como ela, malmequeres e papoilas, barcos no mar e carinhas de crianças sorridentes . Só talvez Picasso, quando pintava em criança ou quando, como ele dizia, no fim da sua vida, aprendeu a pintar como criança.
Meditando, passam-nos destas coisas pela cabeça.
Meditando, passam-nos destas coisas pela cabeça.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
2º quarto de hora
É muito fácil encarar a pobreza, dos outros.
E muito dificil aceitar o encanto, dos outros.
Mais dificil ainda sentir o sofrimento, dos outros.
E muito mais facil, não nos importarmos com os outros.
É muito facil correr pela vida, sem olhar para trás.
E muito dificil sentir a chuva fria, sem gabardina, nos outros.
Mais dificil ainda sentir a fome irremediavel, nos outros.
E muito mais facil nos rirmos da pouca sorte, dos outros .
A quem voltaste as costas
A quem negaste um olhar
Diz-me cá de qem tu gostas
Com quem aprecias falar
(aos meus descendentes)
E muito dificil aceitar o encanto, dos outros.
Mais dificil ainda sentir o sofrimento, dos outros.
E muito mais facil, não nos importarmos com os outros.
É muito facil correr pela vida, sem olhar para trás.
E muito dificil sentir a chuva fria, sem gabardina, nos outros.
Mais dificil ainda sentir a fome irremediavel, nos outros.
E muito mais facil nos rirmos da pouca sorte, dos outros .
A quem voltaste as costas
A quem negaste um olhar
Diz-me cá de qem tu gostas
Com quem aprecias falar
(aos meus descendentes)
O meu minuto diário de poesia
Recolhi farrapos da memória
Entrei pelas brenhas sinuosas do passado
Desprezei preconceitos, vícios, costumes e tentações
Fiquei como uma lapa, agarrado à saudade
Sujeito e escravo dalgumas ilusões
Perdido num sonho, de ventura mal sonhada
Escondido, tremendo, vibrando,
Por entre todos os medos da minha infancia
Ao longo das costuras duma vida remendada
Entrei pelas brenhas sinuosas do passado
Desprezei preconceitos, vícios, costumes e tentações
Fiquei como uma lapa, agarrado à saudade
Sujeito e escravo dalgumas ilusões
Perdido num sonho, de ventura mal sonhada
Escondido, tremendo, vibrando,
Por entre todos os medos da minha infancia
Ao longo das costuras duma vida remendada
Sr. futuro primero ministro do governo de Portugal:
Julgo que terá ouvido hoje o dr.Medina Carreira, numa entrevista da SIC. Com a precisão de análise a que nos habituou, traçou o quadro realista da situação financeira em que se encontra o nosso pais.
Uma das medidas que referiu como das mais importantes a ser tomadas foi a modificação da situação actual da justiça, da sua morosidade na resolução dos processos, um dos grandes impedimentos para o investimento de empresários nacionais e estrangeiros.
Sem investimentos e iniciativas empresariais, a nossa economia pouco passará do estado em que se encontra. E nenhum investidor ou empresário nacional ou estrangeiro se arrisca, porque não se submete a que um processo judicial em que se envolva, demore anos aguardando a resolução dos tribunais.
A reforma da justiça não pode ser rápida, feita em dois ou três meses. Antes que ela seja iniciada, porque o novo governo não apresenta na Assembleia Legislativa uma proposta de lei que imponha que qualquer processo apresentado por um empresário ou empresa nacional ou estrangeira, tenha prioridade e seja resolvido em curto espaço de tempo, digamos não mais de dois meses?
Não sei se tal medida é anticonstitucional. O que sei é que Portugal está e deve ser considerado mais importante que a nossa constituição.
Julgo que terá ouvido hoje o dr.Medina Carreira, numa entrevista da SIC. Com a precisão de análise a que nos habituou, traçou o quadro realista da situação financeira em que se encontra o nosso pais.
Uma das medidas que referiu como das mais importantes a ser tomadas foi a modificação da situação actual da justiça, da sua morosidade na resolução dos processos, um dos grandes impedimentos para o investimento de empresários nacionais e estrangeiros.
Sem investimentos e iniciativas empresariais, a nossa economia pouco passará do estado em que se encontra. E nenhum investidor ou empresário nacional ou estrangeiro se arrisca, porque não se submete a que um processo judicial em que se envolva, demore anos aguardando a resolução dos tribunais.
A reforma da justiça não pode ser rápida, feita em dois ou três meses. Antes que ela seja iniciada, porque o novo governo não apresenta na Assembleia Legislativa uma proposta de lei que imponha que qualquer processo apresentado por um empresário ou empresa nacional ou estrangeira, tenha prioridade e seja resolvido em curto espaço de tempo, digamos não mais de dois meses?
Não sei se tal medida é anticonstitucional. O que sei é que Portugal está e deve ser considerado mais importante que a nossa constituição.
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