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sábado, 31 de março de 2012
- Folhetim - Sonho de sorte - 73 -
- Diz, diz tu, conseguesr definir? Eu não consigo.
Fernando manteve-se silencioso por alguns segundos, dizendo depois:
- É isso , chego à conclusão que falha qualquer coisa, que a distribuição, tal como se faz, está incompleta. Deixa-me pôr uma certoa ordem nas ideias, analisar o que já temos.
- Fernndo, a FAP contempolou até hoje umas dezenas de milhares de famílias, demos emprego a quase dezentas pessoas. Para mim, o problema de tdos, antes de colaborarem connosco, era o mesmo, situação de desemprebgo ou de carências que sofriam. O proablema de todos era a falta de dinheiro para uma vida decente.
. - Justamente! É essa a razão do meu descontorto. Reolvemos-lhes o problema do desemprego mas não me parece ter-lhes resolvido o problema do desemprego, mas não me parece ter-lhes resolvido o problema do dinheiro. Por agora sim. E no futuro, se a FAP não se aguenta?
- Marido, também a mim me invadem por vezes algumas ondas de pessimismo. Porém o que penso é que esta acção da fundação deverá ser o primeiro passo de muitos que têem de ser dados. Muitos que têem de ser dados para que o grande objectivo desta fundação se cumpra.
- E o segundo passo...
- O segundo passo, pela lógica parece, ser o de descobrirmos qual a maneira de solucionarmos o outro problema, o da falta de dinheiro. Olha, parece-me que falálmos disso com os nossos filhos. Em casa, continuuaremos , agora não há rwmpo para mais.
Júlia confuzia e Fernando, apesar de que havia umacordo de njão discutirem problemas da fundaç~jao qquando saíam, nessa tarde não se conteve:
- Não resisto a falar-te do ploblema, do problema do dineiro, da sua falta, Pedi ou antes, emprebueri muito tempo ça pensar nisso, à noite. antes de adormecer estou sempre a desviar a imaginação, especulabndoi com o projecto duma nova ideoligia, uma nova ideoligia baseada nos mértos de cada um. Não sei se agbum filósogo dos antigos ou dos modernos especulou sobre o jmperito, sobre a meritocracoa, palavra ainda poco ou quase nada usada. Uma ideoligia baseada naquilo quee cada indivíduo sqbe fazer e faz, no que revela de inteligência e de esforço, quando o faz...
A relação com o mariso na especulação dilisófica de qualquer assunto, era bem aceite por ambos.l No sentri de que, fosse qual fosse o tema, apreciavam discuti-lo, nunca desprezavam a oportunidade de conversare, terocando ideias, redcordano factos.
(continua)
Fernando manteve-se silencioso por alguns segundos, dizendo depois:
- É isso , chego à conclusão que falha qualquer coisa, que a distribuição, tal como se faz, está incompleta. Deixa-me pôr uma certoa ordem nas ideias, analisar o que já temos.
- Fernndo, a FAP contempolou até hoje umas dezenas de milhares de famílias, demos emprego a quase dezentas pessoas. Para mim, o problema de tdos, antes de colaborarem connosco, era o mesmo, situação de desemprebgo ou de carências que sofriam. O proablema de todos era a falta de dinheiro para uma vida decente.
. - Justamente! É essa a razão do meu descontorto. Reolvemos-lhes o problema do desemprego mas não me parece ter-lhes resolvido o problema do desemprego, mas não me parece ter-lhes resolvido o problema do dinheiro. Por agora sim. E no futuro, se a FAP não se aguenta?
- Marido, também a mim me invadem por vezes algumas ondas de pessimismo. Porém o que penso é que esta acção da fundação deverá ser o primeiro passo de muitos que têem de ser dados. Muitos que têem de ser dados para que o grande objectivo desta fundação se cumpra.
- E o segundo passo...
- O segundo passo, pela lógica parece, ser o de descobrirmos qual a maneira de solucionarmos o outro problema, o da falta de dinheiro. Olha, parece-me que falálmos disso com os nossos filhos. Em casa, continuuaremos , agora não há rwmpo para mais.
Júlia confuzia e Fernando, apesar de que havia umacordo de njão discutirem problemas da fundaç~jao qquando saíam, nessa tarde não se conteve:
- Não resisto a falar-te do ploblema, do problema do dineiro, da sua falta, Pedi ou antes, emprebueri muito tempo ça pensar nisso, à noite. antes de adormecer estou sempre a desviar a imaginação, especulabndoi com o projecto duma nova ideoligia, uma nova ideoligia baseada nos mértos de cada um. Não sei se agbum filósogo dos antigos ou dos modernos especulou sobre o jmperito, sobre a meritocracoa, palavra ainda poco ou quase nada usada. Uma ideoligia baseada naquilo quee cada indivíduo sqbe fazer e faz, no que revela de inteligência e de esforço, quando o faz...
A relação com o mariso na especulação dilisófica de qualquer assunto, era bem aceite por ambos.l No sentri de que, fosse qual fosse o tema, apreciavam discuti-lo, nunca desprezavam a oportunidade de conversare, terocando ideias, redcordano factos.
(continua)
sexta-feira, 30 de março de 2012
Folhetim - Sonho de sorte - 72 -
XXIX
A direcção da FAP foi iinundada com pedidos vindos de todo o país. Sacos e sacos de correspondência afluiam todos os dias à sede quase sem excepção requerendo simples ajudas de auxílio monetário ou exprimindo pretensões de diversas entidades, desde as de modestas aldeias no interior do país até às de hosopitais, de corporações de bombeiros, de conventos, de igrejas, etc.. A todos, sem excepção, a FAP respondia com uma carta tipo, informando que as ofertas atingiriam em breve outras zonas da o país.
O reforço financeiro não diminuira, aumentara no último mês com três grandes prémios em duas semanas. O saldo à ordem e a prazo no banco, foi o ponto principal da ordem do dia na primeira reunião de Setembrol. Júlia, nesse dia a moderadora, abriu a sessão:
- Já falamos uns com os outros sobre os saldos das nossas contas bancárias. Antes de ouvir as vossas propostas apresento uma: começarmos a pensar noutra indústria, com a mesma intenção que norteou o primeiro investimento: produzir artigos que estamos importando, que sejam muito vendáveis, produzi-los intensamente, com o máximo de qualidade e preço competitivo. Como sabeis, temos dois colaboradores trabalhando nesta prospecção e até êste momento as ideias naão têem faltado. Na nossa próxima reunião conto trazer propostas mais concretas. Fernando?
- Partindo desta prospecção, teremos algumas ideias para os produtos que poderemos fabricar. Pensamos, atendendo ao mercado em perspectiva, que se justifica de imediato o investimento em curso na fábrica de pão e farinhas alimentícias. A proposta que vos apresento é a de adquirirmosa ao município de Almada o terreno que está ao lado do que foi adquirido. Oiçamos aagora o que nos diz a doutora Laura.
- Bem, tenho duas propostas: a primeira é que, dado que vamos fabricar diversos artigos que na actualidade são importados do estrangeiro, poderíamos investir em pontos de venda para êsses artigos. Há um supermercado médio à venda, o preço que pedem não me parece muito elevado e o estudo económico que fizemos demonstra que a amortização desse investimento se poderá fazer em dois ou ainda menos, se ampliarmos bastante a gama de produtos em produção nas nossas fábricas. A segundo proposta: que cativemos dois milhões de contos para realizar a zona comercial a implantar no lugar do supermercado a adquirir. Miguel?
- De acordo convosco, fiz o inquérito exaustivo da actividade dos distribuidores. Conclusões principais: onze revelaram-se habilitados para trabalhar nas fábricas, catorze pretendem ingressar em cursos técnicos, dois pedem serviço menos pesado e dois vão abandonar a FAP no fim deste mês. Dos novos admitidos, vinte e quatro, apenas um não satisfez e foi dispensado.
- Bem - continuou Júlia - dentro de meia hora temos a visita dos homens do ministério da indústria e comércio.
Como era normal, no final das reuniões de direcção, Júlia ficava mais uns minutos na sala, com o marido, comentando a reunião finda. Dessa vez perguntou-lhe:
- Pensaste naquilo que falámos hoje quando viemos para cá?
- Sim...Até estive para abordar o assunto nesta reunião mas nem tínhamos tempo nem estava na ordem do dia.
- Fernando, diz o que pensas.
- Olha Júlia, cada dia que passa me convenço mais que há alguma coisa que me quer ocupar a atenção, o espírito e a razão, algo que quer transbordar de mim, duma forma que é um imperativo para mim encontrar as palavras e ideias que o difinam.
- Tenho igual sensação querido! Pela reacção que sinto quando vejo o trabalho dos distribuidores e mais ainda quando participo nesse trabalho.
- Podemos fazer muito mais, não o sentes?
- É isso! É isso mesmo! Podemos fazer muito mais!
Nesse momento, Fernando e Júlia deram as mãos, sorrindo, mergulaando pelos olhos um no outro, ambos recomeçando a falar quase ao mesmo tempo.
quinta-feira, 29 de março de 2012
Folhetim - Sonho de sorte - 71 -
XXVIII
Cada um dosdirectores e dos colaboradores da FAP que exerciam a sua missão na sede, participavam pelo menos uma vez por mês, na distribuição, por acordo aceite desde que a fundação existia, acordo que Júlia e Fernando haviam difinido no fim do ano anterior e que constava dos regulamentos, Desde os directores até ao colaborador menos qualificado, cada um , pelo menos uma manhã por mês, acompanhava um distribuidor.
À saída da reunião e depoisde se despedirem do assessor da presidência da república, Fernando comentou:
- Êste senhor ficou bem impressionado. Temos que aproveitar a embalagem e saber através do nosso amigo Morgado, se o presidente aparecerá na inauguração.
Júlia e Fernando trocavam sempre opiniões após as reuniões. Nunca guardavam segredos, jamais haviam tido discussões sem finalidade ou apresentavam críticas sem fundamentos. Durante os meses de namoro, enquano aumentava a intimidade entre ambos, aumentava também o prazer de Fernando pela forma direecta, incisiva e enérgica de argumentação de Júlia a favor de certezas que trivesse sobre o que quer que discutissem. Na mesma proporção, ela tinha sempre suportado e compreendido os desentendimentos, desinteligências e fraquezas manifestadas pelo namorado, contrabalançadas e bem compensadas pelo carácter, pelos sinais indeléveis e positivos da sua personalidade e pela integridade profissional. Jamais terminavam uma discussão com um "depois se verá" ou um "logo se vê" ou outras expressões que é frequente vermos empregues para adiar, protelar uma conversa ou como forma airosa de mudar de assunto.
Pelo que Júlia lhe respondeu:
- Querido, não nos devemos servir da amizade do Morgado para espiarmos seja o que for na presidência da república. Aproveitemos bem a embalagem, como disseste, mas apenas para intensificar a nossa correspondência com aquela instituição e em partucular enviando para o assessor do presidente, cópia da acta da reunião que tivemos e todos os elementos de estatística que possamos reunir sobre a acção da FAP, sem esquecer os convites referidos.
Fernando, que há muito se habituara a ser directo e incisivo, continuou:
- Júlia, de acordo. Essa missão caberá aos servips administrativos, espero que tal correspondência comece a sair dentro em breve. Por hoje termos a nossa missão cumprida, é tempo de regressaumos a casa, se não estou errado tens uma consulta marcada para as seis da tarde, vais no teu carro ou queres que eu te leve?
- Sim, leva-me deixo aqui o meu, amanhã virei contigo. Queres assistir à consulta? Talvez possamos saber se será uma rosa ou um jasmim, o que vai crescendo nesta barriga.
- Se fôr uma rosa proponho-te o nome de Carolina, se é um jasmim, proponho o nome de Jorge. Mas não te precipites mamã, temos em casa o borda d'água para escolhermos e resolver esta discussão.
- Que engraçadinho que é o meu maridinho...Olha, olha, não atropeles êsse polícia!
- Quando é que um polícia me fez desviar os olhos de ti?
quarta-feira, 28 de março de 2012
Folhetim - Sonho de sorte - 70 -
- Fiquei muito bem impressionado com o que vi e em particular porque não me pareceu que os vossos colaboradores, a quem julgo que designam por distribuidores, tivessam sido avisados da nossa visita. Explicaram-me a proveniência das vossas receitas e o projecto do primeiro investimento para o futuro. Tenho mais duas perguntas: se a curto prazo os prémios e os ganhos cessarem como poderão continuar? Como suportarão as despesas mensais actuais?
Júlia, sem hesitar, respondeu:
- Senhor assessor, será pouco provável que a curto prazo cessem todas as nossas receitas. Mesmo nesse caso, pouco provável, mesmo nesse caso, as nossas reservas actuais permitirão a manutenção da nossa actividade durante mais treze ou catorze meses.
- E depois? - insistiu o assessor.
- Depois, o investimento que temos em curso e os que iremos lançar dentro em breve, trar-nos-ão ainda mais tranquilidade. O que pedimos e pediremos sempre, é a vossa influência, o vosso auxílio no combate à burocracia que nos está dificultando o cumprimento dos nossos objectivos.
E Júlia acrescentou:
- No "ecran" à vossa frente têem um gráfico que representa a evolução das receitas até ao presente e das despesas, com provisões até daqui a dois anos, Tem cópias na pasta que lhe demos. A doutora Laura está apresentando noutro gráfico, a evolução que prevemos para as receitas mas só as receitas provenientes dos lucros que estimamos para os nossos investimentos.
O assessor, observando os gráficos, disse:
- Contem-me agora dessa vossa fábrica de produtos alimentares, têem aparecido tantas notícias contraditórias!
Fernando tomou a palavra e respondeu:
- Senhor assessor José Queiroz, temos previsto o investiimento de um milhão de contos até ao dim deste ano, na fábrica e na investigação ligada ao fabrico de produtos alumentares. Esperamos que se inicie a laboração no dia 2 de Janeiro do próximo ano e que as primeiras vendas se efectuem de imediato. Para o que estão contratados dois investigadores e três técnicos.
- Mas,senhores directores, a indústria alimentar - disse o assessor relaceando um olhar sobre todos os presentes - está altamente deseenvolvida nos países mais industrializados do mundo, pertencendo a empresas com enormes possibilidades de recursos financeiros aplicadas na investigação, como será possível que uma fábrica no nosso país consiga competir?
- O que nós importamos fabricado pormuitas dessa empresas contrbui para o "deficit" dabalança comercial do nosso país - e Júlia fez um sinal a Laura, que mudou o "slide" - veja como têem evoluido as importações dalguns desses produtos, referimos alguns dos mais conhecidos, alguns dos mais importados. São indústrias que, nas próximas crises financeiras é provável que terão dificuldades, falências. Os governos desses países decerto que as auxiliarão, não quererão suportar o aumento enorme do desemprego que tais falências provocarão. Não pretendo entrar na futurologia. Mas êsses auxílos, que poderão ser mais ditados pelos interesses políticosque pelos interesses reais do país, terão um limite. Se a crise fôr muito grande êsse limite será ultrapassado, as finanças desses países entrarão em crise de efeitos ainda mais devastadores. As causass principais dessa falências são o proteccionismo e a fraca evolução dessas indústrias.
- Êste novo vosso investimentorepresenta uma evolução? - inquiriu o assessor.
Júlia olhou para Fernando e êste respondeu:
- O que a indústria alimentar tem avançado no domínio de alguns produtos foi, em nossa opinião, muito pouco.Ainda não apareceu em Portugal uma indústria que competisse, por exemplo,com a Nestlé. Os produtos fundamentais para a alimentação pouco têem evoluido em cem anos. Sabemos que a investigação de alguns desses produtos e as aplicações das suas descobertas estão travadas, suspensas e escondidas. É aí que iremos entrar. Os japoneses, dantes eram conhecidos porque só exportavam carros de brinquedo, de lata e hoje são dos maiores e melhores produtores de muitos outros artigos. Nós, em Portugal, também poderemos inovar, produzir, até exportar, se diminuir a burocracia e desaparecerem os condicionamentos a que a nossa indústria tem estado submetida. Se os chineses vão produzindo cada dia mais e melhores produtos, diversificando mais e maisa as suas indústrias e ampliando mais e mais as suas exportações, nós, em Portugal também teremos de ampliar a nossa indústria, de nos tornarmoscompetitivos para que a nossa idústria não continue a sofrer maiores perdas como as sofridas na indústria textil. Não nos podemos resignar, temos capacidade, temos gente que se quer formar, que pretende inovar e criar.
- Ainda outro ponto, desculpe insistir nas minhas dúvidas,. Que mercado irão conseguir para os vossos produtos, vencerão a concorrência?
- Foi uma das nossas primeiras preocupações. Para nossa grande surpresa uma sondagem na semana passada, revelou-nos que noventa e seis por cento dos inquiridos tempreferência pela compra de produtos portugueses, se os produtos tiverem a mesma ou melhor qualidade que os importados, se forem mais baratos. Penso que o mercado está garantido, em particular se conseguirmos vender esses produtos com preços competitivos. Aproveito para lhe pedir que transmita ao senhor presidente o nosso convite para a inauguração desta fábrica, convite que igualmente lhe fazemos a si e a todos os assessores da presidência da república , convites que em tempo oportuno enviaremos.
Júlia, sem hesitar, respondeu:
- Senhor assessor, será pouco provável que a curto prazo cessem todas as nossas receitas. Mesmo nesse caso, pouco provável, mesmo nesse caso, as nossas reservas actuais permitirão a manutenção da nossa actividade durante mais treze ou catorze meses.
- E depois? - insistiu o assessor.
- Depois, o investimento que temos em curso e os que iremos lançar dentro em breve, trar-nos-ão ainda mais tranquilidade. O que pedimos e pediremos sempre, é a vossa influência, o vosso auxílio no combate à burocracia que nos está dificultando o cumprimento dos nossos objectivos.
E Júlia acrescentou:
- No "ecran" à vossa frente têem um gráfico que representa a evolução das receitas até ao presente e das despesas, com provisões até daqui a dois anos, Tem cópias na pasta que lhe demos. A doutora Laura está apresentando noutro gráfico, a evolução que prevemos para as receitas mas só as receitas provenientes dos lucros que estimamos para os nossos investimentos.
O assessor, observando os gráficos, disse:
- Contem-me agora dessa vossa fábrica de produtos alimentares, têem aparecido tantas notícias contraditórias!
Fernando tomou a palavra e respondeu:
- Senhor assessor José Queiroz, temos previsto o investiimento de um milhão de contos até ao dim deste ano, na fábrica e na investigação ligada ao fabrico de produtos alumentares. Esperamos que se inicie a laboração no dia 2 de Janeiro do próximo ano e que as primeiras vendas se efectuem de imediato. Para o que estão contratados dois investigadores e três técnicos.
- Mas,senhores directores, a indústria alimentar - disse o assessor relaceando um olhar sobre todos os presentes - está altamente deseenvolvida nos países mais industrializados do mundo, pertencendo a empresas com enormes possibilidades de recursos financeiros aplicadas na investigação, como será possível que uma fábrica no nosso país consiga competir?
- O que nós importamos fabricado pormuitas dessa empresas contrbui para o "deficit" dabalança comercial do nosso país - e Júlia fez um sinal a Laura, que mudou o "slide" - veja como têem evoluido as importações dalguns desses produtos, referimos alguns dos mais conhecidos, alguns dos mais importados. São indústrias que, nas próximas crises financeiras é provável que terão dificuldades, falências. Os governos desses países decerto que as auxiliarão, não quererão suportar o aumento enorme do desemprego que tais falências provocarão. Não pretendo entrar na futurologia. Mas êsses auxílos, que poderão ser mais ditados pelos interesses políticosque pelos interesses reais do país, terão um limite. Se a crise fôr muito grande êsse limite será ultrapassado, as finanças desses países entrarão em crise de efeitos ainda mais devastadores. As causass principais dessa falências são o proteccionismo e a fraca evolução dessas indústrias.
- Êste novo vosso investimentorepresenta uma evolução? - inquiriu o assessor.
Júlia olhou para Fernando e êste respondeu:
- O que a indústria alimentar tem avançado no domínio de alguns produtos foi, em nossa opinião, muito pouco.Ainda não apareceu em Portugal uma indústria que competisse, por exemplo,com a Nestlé. Os produtos fundamentais para a alimentação pouco têem evoluido em cem anos. Sabemos que a investigação de alguns desses produtos e as aplicações das suas descobertas estão travadas, suspensas e escondidas. É aí que iremos entrar. Os japoneses, dantes eram conhecidos porque só exportavam carros de brinquedo, de lata e hoje são dos maiores e melhores produtores de muitos outros artigos. Nós, em Portugal, também poderemos inovar, produzir, até exportar, se diminuir a burocracia e desaparecerem os condicionamentos a que a nossa indústria tem estado submetida. Se os chineses vão produzindo cada dia mais e melhores produtos, diversificando mais e maisa as suas indústrias e ampliando mais e mais as suas exportações, nós, em Portugal também teremos de ampliar a nossa indústria, de nos tornarmoscompetitivos para que a nossa idústria não continue a sofrer maiores perdas como as sofridas na indústria textil. Não nos podemos resignar, temos capacidade, temos gente que se quer formar, que pretende inovar e criar.
- Ainda outro ponto, desculpe insistir nas minhas dúvidas,. Que mercado irão conseguir para os vossos produtos, vencerão a concorrência?
- Foi uma das nossas primeiras preocupações. Para nossa grande surpresa uma sondagem na semana passada, revelou-nos que noventa e seis por cento dos inquiridos tempreferência pela compra de produtos portugueses, se os produtos tiverem a mesma ou melhor qualidade que os importados, se forem mais baratos. Penso que o mercado está garantido, em particular se conseguirmos vender esses produtos com preços competitivos. Aproveito para lhe pedir que transmita ao senhor presidente o nosso convite para a inauguração desta fábrica, convite que igualmente lhe fazemos a si e a todos os assessores da presidência da república , convites que em tempo oportuno enviaremos.
terça-feira, 27 de março de 2012
Folhetim - Sonho de sorte - 69 -
O artigo de fundo do jornal do Porto despertou invejas,reticências suspeitas, alusões vagas, referências veladas, nos "media". Toda a direcção de FAP entendeu o movimento de suspeição que alguns jornalistas intentavam criar, assunto que foi o primeiro ponto a tratar na reunião da direcção, em princípios de Junho desse ano de 1997.
Fernando iniciou a reunião:
- Entendemos perfeitamente os comentários indirectos qu temos escutado na imprensa e na televisão. Quando não sobra noticiário sensacional, há jornalistas que se encarregam de baixar panos de suspeita e de intriga. Não nos admiremos, em toda a parte há bom e mau. Iremos pensar na forma de os combater e minimizar as consequências perniciosas que possam advir para a FAP, antecipando-nos quanto possível. O Manuel Guedes tem algo as dizer sobre o assunto.
E o Guedes, sempre criterioso:
- Julgo que, como referiu o engenheiro GARCIA, nos devemos precaver antes que êste problema se amplie, Proponho que desencadeemos uma acçao junto dos media, tirando paritdo de tudo o que, de forma gratuita, lhes temos fornecido. Das entrevistas, das estatísticas, na nossa actividade e de outras informações que dia-a-dia lhes estamos concedendo.
Júlia era na direcção, a pessoa mais directa nas perguntas, comentárrios e críticas, pelo que perguntou:
- Diga-nos doutor Guedes, que ideias tem para essa acção?
- Primeiro proponho que enviemos uma carta-convite a todos esses medias que nos vêem azucrinando com comentários e artigos pouco correctos sobre a actividade da fundação. Segundo, que contactemos pelo telefone, os redactores e directores de jormais que nos visitaram e que publicaram artigos sobre a FAP. Por fim,proponho visitas à presidência da república, aos ministros e aos chefes de todos os partidos políticos e aos presidentes de todas as autarquias onde temos actuado.
Fernando concordou. Fechando a pasta, em jeito de terminar o assunto, disse:
- Proponho que o Miguel programe todos os contactos.Qual o ponto segimte da nossa agenda?
XXVII
Nada impede ou atrasa mais o trabalho ou a nossa ocupação do que comentários unúteis sem justificação ou fora do contexto do que se está realizando. quer se trate de atrasos ou observações inoportunas, pedir pressa na obra, contar anedotas ou discursos sobre histórias antigas, o efeito, regra geral, está contido na sentença de Salazar, "nada mais prejudicial a quem trabalha do que aqueles que nada fazem". Por isso as instruçãoes para todas as reuniões que se efectuavam na FAP estavam bem definidas, escritas e divulgadas por todos os colaboradores desde que a fundação existia. Quando participavam nas reuniões pessoas estranhas, vcisitantes ou convidadas, um dos directores ou subdirectores da FAP, no primeiro minuto frisava sempre que apenas se ocupariam da ordem do dia - mesmo que estivessem presentes, ministros, secretários ou administradores.
Houve uma avalanche de respostas às cartas propondo visitas ou sugerindo novas entrevistas. Uma série de gráficos foi elaborada e desenhada. Diversos elementos estatísticos, reunidos em conjuntos, distribuiam-se aos visistantes. As reuniões e as visitas no exterior eram organizadas de forma que a actividade da fundação não sofresse interruções prejudiciais.
Um dos assessores da presidencia da república, doutor José Queirosz, que se ocupava dos assuntos sociais, foi o primeiro a responder ao convite da fundação, acompanhado por outro fundionário da presidência. Foi recebido por Fernando. Depois duma breve visita à sededa fundação, seguiram para Almada, onde acompanharam o trabalho dalguns distribuidores. Regressaram reunindo.se então com júlia, Laura e Manuel Guedes.
Júlia não perdeu tempo:
- Senhor assessor José Queiroz peço-lhe que nos exponha a sua opinião e as suas dúvidas sobre tudo o que observou e tudo o que expusemos na visita que efectuou connosco à zona de acção da FAP na margem sul do Tejo.
E José Queiroz respondeu:
(continua)
Fernando iniciou a reunião:
- Entendemos perfeitamente os comentários indirectos qu temos escutado na imprensa e na televisão. Quando não sobra noticiário sensacional, há jornalistas que se encarregam de baixar panos de suspeita e de intriga. Não nos admiremos, em toda a parte há bom e mau. Iremos pensar na forma de os combater e minimizar as consequências perniciosas que possam advir para a FAP, antecipando-nos quanto possível. O Manuel Guedes tem algo as dizer sobre o assunto.
E o Guedes, sempre criterioso:
- Julgo que, como referiu o engenheiro GARCIA, nos devemos precaver antes que êste problema se amplie, Proponho que desencadeemos uma acçao junto dos media, tirando paritdo de tudo o que, de forma gratuita, lhes temos fornecido. Das entrevistas, das estatísticas, na nossa actividade e de outras informações que dia-a-dia lhes estamos concedendo.
Júlia era na direcção, a pessoa mais directa nas perguntas, comentárrios e críticas, pelo que perguntou:
- Diga-nos doutor Guedes, que ideias tem para essa acção?
- Primeiro proponho que enviemos uma carta-convite a todos esses medias que nos vêem azucrinando com comentários e artigos pouco correctos sobre a actividade da fundação. Segundo, que contactemos pelo telefone, os redactores e directores de jormais que nos visitaram e que publicaram artigos sobre a FAP. Por fim,proponho visitas à presidência da república, aos ministros e aos chefes de todos os partidos políticos e aos presidentes de todas as autarquias onde temos actuado.
Fernando concordou. Fechando a pasta, em jeito de terminar o assunto, disse:
- Proponho que o Miguel programe todos os contactos.Qual o ponto segimte da nossa agenda?
XXVII
Nada impede ou atrasa mais o trabalho ou a nossa ocupação do que comentários unúteis sem justificação ou fora do contexto do que se está realizando. quer se trate de atrasos ou observações inoportunas, pedir pressa na obra, contar anedotas ou discursos sobre histórias antigas, o efeito, regra geral, está contido na sentença de Salazar, "nada mais prejudicial a quem trabalha do que aqueles que nada fazem". Por isso as instruçãoes para todas as reuniões que se efectuavam na FAP estavam bem definidas, escritas e divulgadas por todos os colaboradores desde que a fundação existia. Quando participavam nas reuniões pessoas estranhas, vcisitantes ou convidadas, um dos directores ou subdirectores da FAP, no primeiro minuto frisava sempre que apenas se ocupariam da ordem do dia - mesmo que estivessem presentes, ministros, secretários ou administradores.
Houve uma avalanche de respostas às cartas propondo visitas ou sugerindo novas entrevistas. Uma série de gráficos foi elaborada e desenhada. Diversos elementos estatísticos, reunidos em conjuntos, distribuiam-se aos visistantes. As reuniões e as visitas no exterior eram organizadas de forma que a actividade da fundação não sofresse interruções prejudiciais.
Um dos assessores da presidencia da república, doutor José Queirosz, que se ocupava dos assuntos sociais, foi o primeiro a responder ao convite da fundação, acompanhado por outro fundionário da presidência. Foi recebido por Fernando. Depois duma breve visita à sededa fundação, seguiram para Almada, onde acompanharam o trabalho dalguns distribuidores. Regressaram reunindo.se então com júlia, Laura e Manuel Guedes.
Júlia não perdeu tempo:
- Senhor assessor José Queiroz peço-lhe que nos exponha a sua opinião e as suas dúvidas sobre tudo o que observou e tudo o que expusemos na visita que efectuou connosco à zona de acção da FAP na margem sul do Tejo.
E José Queiroz respondeu:
(continua)
sábado, 24 de março de 2012
Folhetim - Sonhos com sorte - 68 -
+ Larta folheou um volumoso "dossier" e respondeu:
- O saldo bancário em depósitos à ordem nas contas da FAP em Portugal, é suficiente para as despesas do ano corrente. O total das nossas despesas
efectuadas até finais deste mês de Maio, não atinge os dois milhões e meio de contos , verba que tínhamos previsto. As receitas da FAP depositadas perfazem cerca de nove milhões de contos e o saldo actual está a ser aplicado em investirmentos financeiros seguros, de acordo com as normas estabelecidas. Apenas cêrca de dez por cento desses saldos estão depositados a prazo em bancos estrangeiros. Estamos a ultimar a compra do terreno para o novo investimento, cinquenta mil metros quadrados de terreno adquiridos a uma câmara por duzentos mil contos, câmara da zona onde se faz a distribuição. Está marada a data da escritura.
Fernando que, com grande atenção ouvira Laura e tomava algumas notas, esclareceu:
- Conseguimos que a câmara aprovasse o projecto para o primeiro edifício da fábrica e para o edifício anexo para a investigação. Consultamos a Construtex, a construtora especializada em edilficações de construção rápida, que se comprometeu por contrato para a construção dos dois edifícios em quinze dias. Dois técnicos de investigação de produtos alimentares, estão contratados para iniciar os seus trabalhos, em Junho. Peço ao doutor Manuel Guedes que inicie entrevistaas com interessados em colaborar neste investimento, não esquecendo que há diversos distribuidores que revelaram interesse em colaborar na fábrica. E, se não há dúvidas, sigamos a ordem de trabalhos.
Manuel Guedes, entre outras tarefas também lhe cabia a missão de co ordenar o trabalho dos oito distribuidores principais que ao princípio das tardes das sextas-feiras se encontravam sempre numa reunião, por êle moderada e orientada. Finda esta, participava poucco depois na renião semanal da direcção, com marcação usual paara as dezasseis horas. Ocupava-se igualmente das informações dos resultados da actividade dos distribuidores através de amostragens sobre os ficheiros. Manuel Guedes, homem escorreito, aprumado, desembaraçado, ao fim de pouco tempo revelara muito boas qualidades que Fernando, o seu chefe directo, soube apreciar, não lhe regateando elogios que o referia nas suas conversas com Júlia e nele delegando e confiando tarefas delicadas. Com resultados que justificaram de sobejo a sua promoção recente a subdirector.
E Manuel Guedes, tomando a palavra:
- Na reunião com os chefes dos distribuidores comunicaram êsre a presença da polícia.
- Mas interferiram na acção dos distibuidores?
- Só em dois casos fizeram perguntas aos beneficiados e em poucos mais interrogaram alguns distribuidores depois que êstes entregavam os envelopes e se despediam.
- Que género de perguntas faziam?
- Salvo raras e pouco importantes excepções, as perguntas que os inspectores fizeram incidiram sobre a identidade, morada e número do telefone dos distribuidores e dos beneficiados. Por vezes pediram a estes os envelopes, lendo as mensegens contidas. Pelo menos dez polícias da judiciária estavam nesta acçáo, atrasando por vezes os nossos colaboradores e em diversos casos conforme verifiqei, provocando nos contemplados receios de vária ordem. Pelo que me parece que talvez se deva expor o caso à procuradoria distrital pedindo-lhes uma audiência para relatarmos a acçáo da FAP.
- Doutor Manue Guedes, concordo com a proposta. Julgo que devemos visitar a PSP com o mesmo fim. Os nossos colaboradores não podem continuar sendo perturbados com coisas dêste género que, ou nos enganamos muito ou anda por aí a mãozinha da política.
Todos concordaram. Coube a Laura abordar o último ponto da ordem do dia:
- Teremos de decidir sobre a empreitada da construção dos dois edifícios da nova fábrica. Penso que todos conhecem o projeto e as proposta apresentadas, a melhor das quais é a da Construtex limitada. Segundo informações e análise do engenheiro Garcia,chegaram as propostas para os primeiros equipamentos. O total destes dois investimentos, nesta fase, é de cêrca de quinhentos mil contos, que cativámos para o efeito.
As grandes iniciativas, em particular as que derivam de ideias inovadoras, de grande criatividade, de impacto social marcante, são por vezes alvo de críticas superficiais, boatos infundados, apreciações malévolas. Como pouco as apreciam em profundidade e as analisam com competência, obtêem quase sempre o apoio dos noticiários apressados e dos jornalistas ansiosos por caixas sensacionais.
(continua)
- O saldo bancário em depósitos à ordem nas contas da FAP em Portugal, é suficiente para as despesas do ano corrente. O total das nossas despesas
efectuadas até finais deste mês de Maio, não atinge os dois milhões e meio de contos , verba que tínhamos previsto. As receitas da FAP depositadas perfazem cerca de nove milhões de contos e o saldo actual está a ser aplicado em investirmentos financeiros seguros, de acordo com as normas estabelecidas. Apenas cêrca de dez por cento desses saldos estão depositados a prazo em bancos estrangeiros. Estamos a ultimar a compra do terreno para o novo investimento, cinquenta mil metros quadrados de terreno adquiridos a uma câmara por duzentos mil contos, câmara da zona onde se faz a distribuição. Está marada a data da escritura.
Fernando que, com grande atenção ouvira Laura e tomava algumas notas, esclareceu:
- Conseguimos que a câmara aprovasse o projecto para o primeiro edifício da fábrica e para o edifício anexo para a investigação. Consultamos a Construtex, a construtora especializada em edilficações de construção rápida, que se comprometeu por contrato para a construção dos dois edifícios em quinze dias. Dois técnicos de investigação de produtos alimentares, estão contratados para iniciar os seus trabalhos, em Junho. Peço ao doutor Manuel Guedes que inicie entrevistaas com interessados em colaborar neste investimento, não esquecendo que há diversos distribuidores que revelaram interesse em colaborar na fábrica. E, se não há dúvidas, sigamos a ordem de trabalhos.
Manuel Guedes, entre outras tarefas também lhe cabia a missão de co ordenar o trabalho dos oito distribuidores principais que ao princípio das tardes das sextas-feiras se encontravam sempre numa reunião, por êle moderada e orientada. Finda esta, participava poucco depois na renião semanal da direcção, com marcação usual paara as dezasseis horas. Ocupava-se igualmente das informações dos resultados da actividade dos distribuidores através de amostragens sobre os ficheiros. Manuel Guedes, homem escorreito, aprumado, desembaraçado, ao fim de pouco tempo revelara muito boas qualidades que Fernando, o seu chefe directo, soube apreciar, não lhe regateando elogios que o referia nas suas conversas com Júlia e nele delegando e confiando tarefas delicadas. Com resultados que justificaram de sobejo a sua promoção recente a subdirector.
E Manuel Guedes, tomando a palavra:
- Na reunião com os chefes dos distribuidores comunicaram êsre a presença da polícia.
- Mas interferiram na acção dos distibuidores?
- Só em dois casos fizeram perguntas aos beneficiados e em poucos mais interrogaram alguns distribuidores depois que êstes entregavam os envelopes e se despediam.
- Que género de perguntas faziam?
- Salvo raras e pouco importantes excepções, as perguntas que os inspectores fizeram incidiram sobre a identidade, morada e número do telefone dos distribuidores e dos beneficiados. Por vezes pediram a estes os envelopes, lendo as mensegens contidas. Pelo menos dez polícias da judiciária estavam nesta acçáo, atrasando por vezes os nossos colaboradores e em diversos casos conforme verifiqei, provocando nos contemplados receios de vária ordem. Pelo que me parece que talvez se deva expor o caso à procuradoria distrital pedindo-lhes uma audiência para relatarmos a acçáo da FAP.
- Doutor Manue Guedes, concordo com a proposta. Julgo que devemos visitar a PSP com o mesmo fim. Os nossos colaboradores não podem continuar sendo perturbados com coisas dêste género que, ou nos enganamos muito ou anda por aí a mãozinha da política.
Todos concordaram. Coube a Laura abordar o último ponto da ordem do dia:
- Teremos de decidir sobre a empreitada da construção dos dois edifícios da nova fábrica. Penso que todos conhecem o projeto e as proposta apresentadas, a melhor das quais é a da Construtex limitada. Segundo informações e análise do engenheiro Garcia,chegaram as propostas para os primeiros equipamentos. O total destes dois investimentos, nesta fase, é de cêrca de quinhentos mil contos, que cativámos para o efeito.
As grandes iniciativas, em particular as que derivam de ideias inovadoras, de grande criatividade, de impacto social marcante, são por vezes alvo de críticas superficiais, boatos infundados, apreciações malévolas. Como pouco as apreciam em profundidade e as analisam com competência, obtêem quase sempre o apoio dos noticiários apressados e dos jornalistas ansiosos por caixas sensacionais.
(continua)
sexta-feira, 23 de março de 2012
Folhetim - Sonho de sorte - 67 -
- O grande objectivo da FAP é e continuará a ser o do auxílio aos necessitados, através da distribuição de ofertas. Veja bem, senhor director, as nossas fontes de financiamento poderão esgotar-se um dia, é o mais natural que suceda. Um pôço de petróleo tem uma reserva que os geólogos calculam hoje com grande segurança. Mas nós não temos meios de conhecerquando secará esta fonte que tem suprido todo o financiamento que a nossa fundação necessita. Este investimento e os que se lhe seguirão, destinar-se-ão a conseguirmos outras fontes de financiamento.
- Engenheiro Garcia, têem-me dado informações muito variadas, algumas contraditórias, outras inverosímeis, sobre a distibuição das vossas ofertas. Poderá informar-me de forma resumida,como actuam, como escolhem os contemplados, que pessoal contratam? - interpelou José Marques.
- Desde o primeiro dia, no Novembro passado, contamos com colaboradores e colaboradoras que contratámos após entrevistas rigorosas seguindo um padrão que vamos aperfeiçoando. Exigimos no mínimo o nono ano de escolaridade, idade sem limite, carta decondução que, em casos particulars poderá não ser exigida. Pretendemos também um mínimo de sensibilidade em relação a certas condições da vida da população. Desta forma contratámos, além do pessoal que trabalha aqui na sede, cinquenta e seis homens e mulheres.
Fernando continuou a responder a perguntas do jornalista, perguntas que incidiram quase atéao final da entevista, em pormenores sobre a acção dos distribuidores, episódios ocorridos e reacções mais frequentes dos beneficiados. No final o director do jornal, abandonou o seu lugare despediu.-se:
_ Senhores diretores, em nome do meu jornal, atradeço.-vos muito esta entrevista. Dentro em breve servirá debase para um dos artigos de fundo no jornal quedirijo -e desligando o seu gravador, acrescentou - confesso que me sensibilizou muito a acção que esta fundação exerce e oxalá
possam concretizar no futuro todos os vossos projectos.
XXVI
Na sexta-feira seguinte, dia da usual reunião onde compareciam o chefe da distribuição e os quatro directores e sub-directores, Julia foi a primeira a tomar a palavra:
- Decerto leram o artigo defundo de há dois dias e que o jornal do Porto publicou, artigo escrito pelo senhor José Marques, nossa visita na segunda-feira passada. Êsse artigo, muito elogioso para a FAP, resultou do que o director do jornal viu e do que escutou nesse dia. Fica como exemplo de como devemos receber e informar quem nos visita, como devemos preparar com digbnidade a recepção e a visita dos que se interessam por conhecer a obra desta fundação. Ñão sei se concordarão, o artigo do jornal pareceu-me escrito de forma exemplas, relatando na verdade o que o director do jornal viu e ouviu, de forma singela, desafectada, sem o recurso ao elogio barato e hipócrita ou a frases de apoio levantando fumos de suspeições. Pelo que propoho que convidemos êsse jornal, numconvite endereçado ao seu director, para uma outra reportagem, desta vez no exterior, para conhecer e acompanhar a acção dos nossos distribuidores. Concordam?
- Todos concordaram. E Fernando acrescentou:
- A doutora Júlia, com a isenção a que me acostumou durante quinze anos - disse, sorrindo para a espôsa - definiu com justeza , a bondade, sem exgero, daquele artigo de fundo dum dos jornais mais prestigiados do país. Aproveito para fazer-.vos um apelo no sentido de aproveirarmos todos os apoios que a imprensa, as rádios e as televisões nos possam conceder, nunca recusando entrevistas ou visitas e sempre dentrodas normas já dfinidas e acordadas.
E, após consultar a sua agenda:
- Mudando para outro ponto da nossa reunião, doutora Laura, podemremos conhecer o estado das nossas finanças?
(continua)
- Engenheiro Garcia, têem-me dado informações muito variadas, algumas contraditórias, outras inverosímeis, sobre a distibuição das vossas ofertas. Poderá informar-me de forma resumida,como actuam, como escolhem os contemplados, que pessoal contratam? - interpelou José Marques.
- Desde o primeiro dia, no Novembro passado, contamos com colaboradores e colaboradoras que contratámos após entrevistas rigorosas seguindo um padrão que vamos aperfeiçoando. Exigimos no mínimo o nono ano de escolaridade, idade sem limite, carta decondução que, em casos particulars poderá não ser exigida. Pretendemos também um mínimo de sensibilidade em relação a certas condições da vida da população. Desta forma contratámos, além do pessoal que trabalha aqui na sede, cinquenta e seis homens e mulheres.
Fernando continuou a responder a perguntas do jornalista, perguntas que incidiram quase atéao final da entevista, em pormenores sobre a acção dos distribuidores, episódios ocorridos e reacções mais frequentes dos beneficiados. No final o director do jornal, abandonou o seu lugare despediu.-se:
_ Senhores diretores, em nome do meu jornal, atradeço.-vos muito esta entrevista. Dentro em breve servirá debase para um dos artigos de fundo no jornal quedirijo -e desligando o seu gravador, acrescentou - confesso que me sensibilizou muito a acção que esta fundação exerce e oxalá
possam concretizar no futuro todos os vossos projectos.
XXVI
Na sexta-feira seguinte, dia da usual reunião onde compareciam o chefe da distribuição e os quatro directores e sub-directores, Julia foi a primeira a tomar a palavra:
- Decerto leram o artigo defundo de há dois dias e que o jornal do Porto publicou, artigo escrito pelo senhor José Marques, nossa visita na segunda-feira passada. Êsse artigo, muito elogioso para a FAP, resultou do que o director do jornal viu e do que escutou nesse dia. Fica como exemplo de como devemos receber e informar quem nos visita, como devemos preparar com digbnidade a recepção e a visita dos que se interessam por conhecer a obra desta fundação. Ñão sei se concordarão, o artigo do jornal pareceu-me escrito de forma exemplas, relatando na verdade o que o director do jornal viu e ouviu, de forma singela, desafectada, sem o recurso ao elogio barato e hipócrita ou a frases de apoio levantando fumos de suspeições. Pelo que propoho que convidemos êsse jornal, numconvite endereçado ao seu director, para uma outra reportagem, desta vez no exterior, para conhecer e acompanhar a acção dos nossos distribuidores. Concordam?
- Todos concordaram. E Fernando acrescentou:
- A doutora Júlia, com a isenção a que me acostumou durante quinze anos - disse, sorrindo para a espôsa - definiu com justeza , a bondade, sem exgero, daquele artigo de fundo dum dos jornais mais prestigiados do país. Aproveito para fazer-.vos um apelo no sentido de aproveirarmos todos os apoios que a imprensa, as rádios e as televisões nos possam conceder, nunca recusando entrevistas ou visitas e sempre dentrodas normas já dfinidas e acordadas.
E, após consultar a sua agenda:
- Mudando para outro ponto da nossa reunião, doutora Laura, podemremos conhecer o estado das nossas finanças?
(continua)
quinta-feira, 22 de março de 2012
Folhetim - Sonho de sorte - 66
Ao fim de cinco meses de actividade a fndação tinha contribuido para reduzir muitos dos problemas sociais dosconcelhos da mergem sul do Tejo. Cerca de 15000 habitantes tinham recebido ofertas, mais de 12500 desses continuavam a receber nos meses seguintes e raríssimos eram os casos de sedonestidade entre os beneficiados.
Poucos dias depois dum jornal diario publicar uma pequena entrevista com dois dos beneficiários em Cacilhas, o director desse jornal pediu para ser recbido pela diecção da FAP, qpresentando-se à hora marcada, na sexta-feira seguinte. Foi receabido pela recepcionista que avisou de inediato o Manuel Guedes.
- Senhor doutor Manuel Guedes chegou agora o director fo jornal com quem está marceda uma entrevista para esta hora.
Maria dos Anjos, diga-lhe que nou aí recebê-lo, não demoro nada.
O director do jornal, um diário do Porto, era conecido como bom jornalista, pelos artigos de fundo que publicava e pelas entrevistas que realizava. Com uma prosa escorreita e bem humorada, por vezes at´´e sarcástica, era dos mais preferidos nas rádios, televisões, como crítico, pela independ~encia, isenção e imparciaidade dos seus comentãrios. Apresentou-se:
- Mqanuel Guedes, subdirector de relações públicas da fundação. Suponho que é o senhor director do jornals José Marques com quem falei na quarta-feira?
- Sim, sim . Tenho muito prazer - disse o jornalista.
- Senhordirector, podemos passar ao meu gabinete, se faz favor.
Acomodaram-se na pequena sala.
- Antes de mais, como vorma desta fundação, gravamos semopre as nossas conversas e entrevistas - esclareceu Manuel Guedes depositando dois gravadores sobre a pequena mesa - quando nos despedirmos o senhor director José Marques levaá consigo uma das fitas gtavadas. Poldemos iniciar?
- É uma boa norma a gravação , procedo de forma igual no jornal, eu nunca me esqueço de trazer um, no meu trabalho - e apresentou o pequeno gravador que levava no bolso..
- Óptiimo, ainda bem.
- Senhor Manuel Guedes, já conheço o objectivo principal desta fundaão, a distribuição de ofertas as gentye com fracos meios de subsistência. A fundação existe só para êsse fim?
- Senhor director temos um outro objectivo, contratar desempregados, dando-lhes, se necessário, a formação adequada para os nossos investimentos.
- Que são em que ramo, se não é segredo?
- O primeiro será o fabirico dum produto alimentar e o segundo um anexo dedicdo à investigação.
- Investigação dum produto alimentar?
- O nosso director engenheiro Fernando Garcia um dos fundadores desta casa , disse-me que estará aqui - disse Manuel Guedes olhando para o relógio - dentro de dois ou três minutos, teve uma consulta de urgência pelo que se demorou. Êle o informará sobre todos os pormenores desses investimentos.
Neste momento Fernando entrou na sala e apresentou-se, cumprimentando o jornalista.
- Fernando Garcia. suponho que é o director do jornal que nos pediu uma entrevista?
- Que vão fabricar?
Fernando escrevceu algumas palavras num a folha que destacara dum bloco-notas, entregando-a ao jornalista. E disse :
- Em princípio é essa a nossa ideia para o primeiro investimento, peço-lhe segredo até à inauguração da fábrica, será o primeiro convidado.
- Esta fábrica não sai fora dos objctivos da fundação? Vão ser industriais? Não conheço em Portugal uma fundação que se dedique à indústria!.
Fernando foi mais explícito:
(continua)
Poucos dias depois dum jornal diario publicar uma pequena entrevista com dois dos beneficiários em Cacilhas, o director desse jornal pediu para ser recbido pela diecção da FAP, qpresentando-se à hora marcada, na sexta-feira seguinte. Foi receabido pela recepcionista que avisou de inediato o Manuel Guedes.
- Senhor doutor Manuel Guedes chegou agora o director fo jornal com quem está marceda uma entrevista para esta hora.
Maria dos Anjos, diga-lhe que nou aí recebê-lo, não demoro nada.
O director do jornal, um diário do Porto, era conecido como bom jornalista, pelos artigos de fundo que publicava e pelas entrevistas que realizava. Com uma prosa escorreita e bem humorada, por vezes at´´e sarcástica, era dos mais preferidos nas rádios, televisões, como crítico, pela independ~encia, isenção e imparciaidade dos seus comentãrios. Apresentou-se:
- Mqanuel Guedes, subdirector de relações públicas da fundação. Suponho que é o senhor director do jornals José Marques com quem falei na quarta-feira?
- Sim, sim . Tenho muito prazer - disse o jornalista.
- Senhordirector, podemos passar ao meu gabinete, se faz favor.
Acomodaram-se na pequena sala.
- Antes de mais, como vorma desta fundação, gravamos semopre as nossas conversas e entrevistas - esclareceu Manuel Guedes depositando dois gravadores sobre a pequena mesa - quando nos despedirmos o senhor director José Marques levaá consigo uma das fitas gtavadas. Poldemos iniciar?
- É uma boa norma a gravação , procedo de forma igual no jornal, eu nunca me esqueço de trazer um, no meu trabalho - e apresentou o pequeno gravador que levava no bolso..
- Óptiimo, ainda bem.
- Senhor Manuel Guedes, já conheço o objectivo principal desta fundaão, a distribuição de ofertas as gentye com fracos meios de subsistência. A fundação existe só para êsse fim?
- Senhor director temos um outro objectivo, contratar desempregados, dando-lhes, se necessário, a formação adequada para os nossos investimentos.
- Que são em que ramo, se não é segredo?
- O primeiro será o fabirico dum produto alimentar e o segundo um anexo dedicdo à investigação.
- Investigação dum produto alimentar?
- O nosso director engenheiro Fernando Garcia um dos fundadores desta casa , disse-me que estará aqui - disse Manuel Guedes olhando para o relógio - dentro de dois ou três minutos, teve uma consulta de urgência pelo que se demorou. Êle o informará sobre todos os pormenores desses investimentos.
Neste momento Fernando entrou na sala e apresentou-se, cumprimentando o jornalista.
- Fernando Garcia. suponho que é o director do jornal que nos pediu uma entrevista?
- Que vão fabricar?
Fernando escrevceu algumas palavras num a folha que destacara dum bloco-notas, entregando-a ao jornalista. E disse :
- Em princípio é essa a nossa ideia para o primeiro investimento, peço-lhe segredo até à inauguração da fábrica, será o primeiro convidado.
- Esta fábrica não sai fora dos objctivos da fundação? Vão ser industriais? Não conheço em Portugal uma fundação que se dedique à indústria!.
Fernando foi mais explícito:
(continua)
Folhetim
Tentarei recomeçar amanhã o folhetim. A reparação do meu computador poderá durar alguns dias.
quarta-feira, 21 de março de 2012
Sobre o folhetim que venho publicando
Tenho o computador avariado, não sei quando o terei de novo em casa, Tentarei enviar mais algumas páginas do folhetim noutro computador, não sei como sairá.
terça-feira, 20 de março de 2012
Prossegue a busca
Continuo sem atinar com o esqueleto, que raio de nome para o sumário ou resumo do livro, mas enfim muita gente gosta de esqueletos, a mim não, basta-me lembrar o meu e lembrar-me onde estará o meu esqueleto daqui a mil anos, talvez repousando, talvez contribuindo para outro esqueleto, talvez metido num frasquinho de sais milagrosos ou dentro dum saquinho de brincadeiras de carnaval. Mas nada, o esqueleto ou resumo ou sumário não aparece não deixa de andar metido nos neuróneos e às voltas dos neuróneos da minha paciência, até que o interruptor da criatividade que me resta, o ligue aos meus dedos e transmita ao computador, raio de nome também, vou passar a chamar-lhe um nome menos feio, menos próprio para conversas de salão, talvez, que acham, um nome que signifique um auxiliar da memória, um auxiliar das notícias, um auxiliar dos correios, um auxiliar da criatividade, um album de fotos, etc. , mas isto, convenhamos, é um nome muito comprido, terei de encontrar outro.
Outros pretenderão que os seus esqueletos repousarão nos Jerónimos ou num panteão, eu não, nada de tais exigéncias. A modéstia deverá também abranger o futuro do destino do nosso esqueleto.
Outros pretenderão que os seus esqueletos repousarão nos Jerónimos ou num panteão, eu não, nada de tais exigéncias. A modéstia deverá também abranger o futuro do destino do nosso esqueleto.
Folhetim - Sonho de sorte - 65 -
Em meados de Maio, num dia muito quente, foram recebidos na sala de reuniões, o director de serviços do ninistério e o seu secretário. Júlia fez as apresentações de Fernando e dos subdirectores da fundação.
Sentaram-se, ocupando metade da grande mesa da sala. Júlia, sentada em frente do director de serviços José Antunes, iniciou a reunião:
- Muito bom dia. É com grande prazer que recebemos nesta fundação representantes do governo e estamos à vossa disposião. Proponho, senhor director de serviços, se não vê qualquer inconveniente, que na agenda para esta nossa reunião conste uma ida a Cacilhas depois de respondermos aqui à vosssas perguntas e de conhecerem o que fazemos nesta fundaçao - e o José Antunes disse:
- Senhora directora não está nos nossos planos irmos a Cacilhas.
-. Podemos deixar a ida a Cacilhas para outra ocasião. No entanto juilgámos ser de grande interesse para que pudessem avaliar bem a nossa acção.
José Antunes dão deixou escapr a oportunidade par impor a sua vontade e disse, de forma determinada:
- Sim, fica para outra ocasião - e, dcidido a mudar de assunto, continuou - a fundação tem umas belas instalações. Ocupam todo êste andar? - e Fernando, entrando no jogo e conhecendo os antecedentes, disse:
- Não só êste andar como todos os do prédio que, se lhe interessar, teremos o prazer de lhe mostrar. Antes de mais informo-o de que que a mim me cabe a missão de cicerone, quando atendemos quem nos visita.
- Mas doutora Júlia - disse o José Antunes manifestando indiferença pela resposta de Fernando - intrigou-me ver no parque muitas dezenas de automóneis da mesma marca, diga-me, esta fundação tem uma frota assim tão grande?
- O meu colega director Fernando Garcia é que poderá responder a essa pergunta, passo-lhe a palavra - disse Júlia, sorrndo para o marido, que respondeu:
- Senhor director de serviços José Antunes, dispomnos de cerca de sessenta viaturas desde Dezembro do ano passado. São utilizadas na distribuição e só na distribuição, pelos nosssos colaboradores. A entrega das ofertas é sempre efectuada directamente aos contemplados, o que gostaríamos que observassem "in loco". As reacções sáo por vezes muito curiosas.
- Mas essas ofertas, segundo sei, são sempre feitas em dinheiro e no valor de cinquenta mil escudos. À mesma pessoa só fazem uma oferta dessa importância?
- Todos os meses, se possível no mesmo dia de cada mês, a oferta é repetida.
- Todos os meses, entendi bem, oferecem todos os meses às mesmas pessoas essa mesma quantia?
- Sim, senhor director José Antunes. Inrerrompemo-las em diterminadas circunstâcias. Funciona como um subsídio de desemprego, sem alguns dos inconvenientes deste - disse Fernando.
- Então a fundação possui fontes de financiamento enormes. Quais são, podem-nos dizer?
- Entrando em assuntos de economia, passo a pergunta à minha colega Júlia - disse Fernando, sorrindo êle, desta vez, para Júlia, que respondeu:
- A fundação além de subsídios de diversa origaem, do Estado ou de outra entidades, pode receber ofertas e prémios ganhos em jogos ou lotarias e, num futuro não muito distante, receitas provenientes dos seus investimentos - e, contundente, prosseguiu - entretanto, até esta data, apesar de que a nossa actividade é bem conhecida, do Estado ainda não recebemos nenhum apoio. Esperamos que esta vossa visita possa contribuir para que o governo avalie bem o que faz esta fundação. Vamos apoiando de forma permanente, com as ofertas, mais de dez mil pessoas, das quais cêrca de vinte e cinco por cento são desempregaddas e as restantes vivem em níveis muito precários de subsistência, pessoas que recebiam cada mês,menos que o salário mínimo.
- Não creio que o nosso governo possa apoiar esta fundação - disse o director de serviços.
- Talvez sim, não vejo porque não, os governos anteriores apoiaram diversas fundações com muitas centenas de milhares de contos - disse Júlia.
Êste director geral, nomeado sem concurso (a dedo, como dizem os brasileiros), procedia e desempenhava as suas funcões obedecendo cegamente ao seu ministro, cumprindo sem imaginação a burocracia existente, com uma constante e notável permeabilidade às amabilidades subservientes de alguns dos subordinados e usando duma exigência implacável para com outros.
Na direcção da FAP era seguida a norma de que ao marcar alguma entrevista, intentavam conhecer o carácter, a ocupação e, se possível, o currículo dosparticipantes. Razão pela qual a abordagem e prosseguimento das reuniões com visitas, raramente não se efectuava da forma mais proveitosa para a fundação.
- O meu ministério - respondeu de forma algo desdenhosa o director José Antunes - subsidia quem deve subsidiar, a imprensa não cessa de elogiar a acção do senhor ministro nesta como noutras matérias.
- Óptimo, senhor director de serviços - proferiu Júlia - esperamos que incluam esta fundaçâo na lista para o próximo orçamento.
- Só mais dias perguntas, meus senhores - e José Antunes consultava uma folha que retirara da pasta - esta fundaão pojecta outras actividades?
- Projectamos iniciar uma indústria e um servico de investigação tecnológica ligado a essa indústria.- respondeu Fernando.
- Podemos saber o que vão investigar e fabricar?
- Estamos na fase de prospecção do mercado e ante-projecto. Será uma indústria provavelmente ligada ao ramo da alimentação, dentro duma semana dcidiremos.
- Disseram-me há pouco que as vossas receitas dependem muito de ofertas de prémios e de ganhos em jogos ou lotarias. Não tendo, segundo penso, grandes subsídios, como conseguem reunir dessa forma os milhões de contos para as vossas despesas? - e Júlia respondeu com a mesma resposta que com frequência lhe dirigiam:
- São prémios e ganhos obtidos pelas pessoas que os conseguem e que os oferecem, debaixo do anonimato, a esta fundação e que depositam nos bancos onde temos contas.
- Bem, a nossa visita passou do tempo previsto, agradecemos muito a vossa atenção.
- Senhor director de serviços, não quer visitar as nossas instalações e almoçar connosco?
- Agradeço-vos muito mas temos a nossa agenda muito sobrecarregada, tenho um almoço de trabalho combinado para daqui auma hora.
Acompanhados até à porta pelos directores da FAP, despediram-se. No regresso aos seus gabinetes, Fernando comentou para os outros:
- Repararam com certezaa no pequeno gravador que o secretário do director de serviços colocou sobre a mesa, ligando-ço mal se sentou, nem sequer usou de um pouco de delicadeza avisando-nos que iria gravar a conversa. Fizeste tu muito bem, Júlia, trazendo outro gravador para o nosso lado.
- Olha, fizeram-nos até um favor, assum também nós gravámos a conversa sem ter de pedir desculpas.
Sentaram-se, ocupando metade da grande mesa da sala. Júlia, sentada em frente do director de serviços José Antunes, iniciou a reunião:
- Muito bom dia. É com grande prazer que recebemos nesta fundação representantes do governo e estamos à vossa disposião. Proponho, senhor director de serviços, se não vê qualquer inconveniente, que na agenda para esta nossa reunião conste uma ida a Cacilhas depois de respondermos aqui à vosssas perguntas e de conhecerem o que fazemos nesta fundaçao - e o José Antunes disse:
- Senhora directora não está nos nossos planos irmos a Cacilhas.
-. Podemos deixar a ida a Cacilhas para outra ocasião. No entanto juilgámos ser de grande interesse para que pudessem avaliar bem a nossa acção.
José Antunes dão deixou escapr a oportunidade par impor a sua vontade e disse, de forma determinada:
- Sim, fica para outra ocasião - e, dcidido a mudar de assunto, continuou - a fundação tem umas belas instalações. Ocupam todo êste andar? - e Fernando, entrando no jogo e conhecendo os antecedentes, disse:
- Não só êste andar como todos os do prédio que, se lhe interessar, teremos o prazer de lhe mostrar. Antes de mais informo-o de que que a mim me cabe a missão de cicerone, quando atendemos quem nos visita.
- Mas doutora Júlia - disse o José Antunes manifestando indiferença pela resposta de Fernando - intrigou-me ver no parque muitas dezenas de automóneis da mesma marca, diga-me, esta fundação tem uma frota assim tão grande?
- O meu colega director Fernando Garcia é que poderá responder a essa pergunta, passo-lhe a palavra - disse Júlia, sorrndo para o marido, que respondeu:
- Senhor director de serviços José Antunes, dispomnos de cerca de sessenta viaturas desde Dezembro do ano passado. São utilizadas na distribuição e só na distribuição, pelos nosssos colaboradores. A entrega das ofertas é sempre efectuada directamente aos contemplados, o que gostaríamos que observassem "in loco". As reacções sáo por vezes muito curiosas.
- Mas essas ofertas, segundo sei, são sempre feitas em dinheiro e no valor de cinquenta mil escudos. À mesma pessoa só fazem uma oferta dessa importância?
- Todos os meses, se possível no mesmo dia de cada mês, a oferta é repetida.
- Todos os meses, entendi bem, oferecem todos os meses às mesmas pessoas essa mesma quantia?
- Sim, senhor director José Antunes. Inrerrompemo-las em diterminadas circunstâcias. Funciona como um subsídio de desemprego, sem alguns dos inconvenientes deste - disse Fernando.
- Então a fundação possui fontes de financiamento enormes. Quais são, podem-nos dizer?
- Entrando em assuntos de economia, passo a pergunta à minha colega Júlia - disse Fernando, sorrindo êle, desta vez, para Júlia, que respondeu:
- A fundação além de subsídios de diversa origaem, do Estado ou de outra entidades, pode receber ofertas e prémios ganhos em jogos ou lotarias e, num futuro não muito distante, receitas provenientes dos seus investimentos - e, contundente, prosseguiu - entretanto, até esta data, apesar de que a nossa actividade é bem conhecida, do Estado ainda não recebemos nenhum apoio. Esperamos que esta vossa visita possa contribuir para que o governo avalie bem o que faz esta fundação. Vamos apoiando de forma permanente, com as ofertas, mais de dez mil pessoas, das quais cêrca de vinte e cinco por cento são desempregaddas e as restantes vivem em níveis muito precários de subsistência, pessoas que recebiam cada mês,menos que o salário mínimo.
- Não creio que o nosso governo possa apoiar esta fundação - disse o director de serviços.
- Talvez sim, não vejo porque não, os governos anteriores apoiaram diversas fundações com muitas centenas de milhares de contos - disse Júlia.
Êste director geral, nomeado sem concurso (a dedo, como dizem os brasileiros), procedia e desempenhava as suas funcões obedecendo cegamente ao seu ministro, cumprindo sem imaginação a burocracia existente, com uma constante e notável permeabilidade às amabilidades subservientes de alguns dos subordinados e usando duma exigência implacável para com outros.
Na direcção da FAP era seguida a norma de que ao marcar alguma entrevista, intentavam conhecer o carácter, a ocupação e, se possível, o currículo dosparticipantes. Razão pela qual a abordagem e prosseguimento das reuniões com visitas, raramente não se efectuava da forma mais proveitosa para a fundação.
- O meu ministério - respondeu de forma algo desdenhosa o director José Antunes - subsidia quem deve subsidiar, a imprensa não cessa de elogiar a acção do senhor ministro nesta como noutras matérias.
- Óptimo, senhor director de serviços - proferiu Júlia - esperamos que incluam esta fundaçâo na lista para o próximo orçamento.
- Só mais dias perguntas, meus senhores - e José Antunes consultava uma folha que retirara da pasta - esta fundaão pojecta outras actividades?
- Projectamos iniciar uma indústria e um servico de investigação tecnológica ligado a essa indústria.- respondeu Fernando.
- Podemos saber o que vão investigar e fabricar?
- Estamos na fase de prospecção do mercado e ante-projecto. Será uma indústria provavelmente ligada ao ramo da alimentação, dentro duma semana dcidiremos.
- Disseram-me há pouco que as vossas receitas dependem muito de ofertas de prémios e de ganhos em jogos ou lotarias. Não tendo, segundo penso, grandes subsídios, como conseguem reunir dessa forma os milhões de contos para as vossas despesas? - e Júlia respondeu com a mesma resposta que com frequência lhe dirigiam:
- São prémios e ganhos obtidos pelas pessoas que os conseguem e que os oferecem, debaixo do anonimato, a esta fundação e que depositam nos bancos onde temos contas.
- Bem, a nossa visita passou do tempo previsto, agradecemos muito a vossa atenção.
- Senhor director de serviços, não quer visitar as nossas instalações e almoçar connosco?
- Agradeço-vos muito mas temos a nossa agenda muito sobrecarregada, tenho um almoço de trabalho combinado para daqui auma hora.
Acompanhados até à porta pelos directores da FAP, despediram-se. No regresso aos seus gabinetes, Fernando comentou para os outros:
- Repararam com certezaa no pequeno gravador que o secretário do director de serviços colocou sobre a mesa, ligando-ço mal se sentou, nem sequer usou de um pouco de delicadeza avisando-nos que iria gravar a conversa. Fizeste tu muito bem, Júlia, trazendo outro gravador para o nosso lado.
- Olha, fizeram-nos até um favor, assum também nós gravámos a conversa sem ter de pedir desculpas.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Folhetim - Sonho de sorte - 64 -
- Qual é a tua ideia? - perguntou Júlia.
- Tenho pensado em duas novas actividades. Uma indústria e investigação ligada à indústria - e Fernando tirando da pasta algumas folhas dactilografadas, continuou - uma indústria que gostaria de lançar e me parece de interesse, é a do fabrico de pão e derivados. Sabemos que, além dos combustíveis, o nosso país importa uma gama enorme de produtos alimentares, de artigos de vestuário e calçado, produtos dietéticos, etc.. Ora bem, alguns industriais e diversos ministros e diversos governos pensaram nisto, ficaram-se por boas intenções e poucas iniciativas, como muito sucede às propostas a médio ou longo prazo, inseridas nos progranas dos governos. Todavia, todos continuam a apregoar projectos no sentido de incentivar e auxiliar novas empresas, em particular as que contribuam para diminuir o desemprego, as que possam produzir bens exportáveis ou possam diminuir as importações. Os resultados têem sido muito ténues, A minha proposta é de projectarmos e iniciarmos uma fábrica de um ou alguns dêsses produtos que importanos e estabelecer um centro de investigação. Peço que todos me dêem a vossa opinião.
A direcção da fundação contava com dois subdirectors, a Laura Gonçalves Azeveddo, esposa de Carlos e Manuel Guedes, um especialista em relações públicas que assessorava Fernando há um mês.
Júlia apoiou, com uma proposta complementar:
- Acho uma boa ideia propormos à câmara que nos venda um terreno na zona industrial. Entretanto, Fernando, devemos discutir o teu ante-projecto. Laura, que dizes?
- Concordo, mas temos que analisar as finanças. Fernando tens alguma ideia dos custos?
- Ainda não, Laura. Dentro dum mês poderei dar-te alguns números. Gostaria de ouvir a opinião do Manuel Guedes.
- Engenheiro Garcia, parece-me uma proposta que se insere dentro dos objectivos da fundação.l Penso que poderemos aproveitar alguns distribuidores pelas qualidades e conhecimentos que vêem revelando.
Laura conhecera Manuel Guedes na universidade, eram colegas do curso de econmomia, curso que êle finalizara com uma tese sobre relações públicas, após a qual frequentou um curso de mestrado, em Londres, na mesma especialidade.
Quando Fernando lhe disse que necessitava de um adjunto espcialista nêsse ramo, Laura indicou-lhe o Manuel Guedes como sendo a pessoa indicada para o lugar. Não tendo amizade especial com êle, pouco antes soubera que estava disponível.. Após uma entrevista com Júlia, Manuel Gredes foi contratado, revelando desde o primeiro dias um interesse excepcional pelo trabalho, no acompanhamento da distribuição, nas reuniões e na solução de conflitos ou mal entendidos que sempre surgem quando há muita gente envolvida. E a FAP, na distribuição e na sede, já contava com um quadro de mais de cem colaboradores.
No dia seguinte, Maria dos Anjos, a secretária da direcção, comuicou a Júlia que tinha uma chamada dum director de serviços do ministério da administração interna. Júlia atendeu:
- Sim, sou a directora Júlia Silvestre, com quem falo?
- José Antunes, director de serviços. Senhora directora o assunto é o seguinte: os nossos serviços estão interessados em conhecer as actividades da vossa fundação, seria possível a senhora vir a uma reunião nesta direcção de serviços?
Júlia foi peremptória:
- Senhor director de serviços, se não se importasse, essa reunião pode realizar-se aqui na fundação, desta forma o senhor director poderá conhecer de imediato o que fazemos, no que estamos mais empenhados, os nossos projectos. Numa próxima segunda-feira seria o ideal, pode ser já na próxima, o senhor dirá a hora que mais lhe convir.
O director de serviços, em tom de enfado, respondeu:
- Senhora directora eu prefiro que a reunião seja aqui porque...- E Júlia atalhou:
- Senhor director de serviços, eu não posso deixar de pedir-lhe que a reunião consigo se faça na FAP, porque o senhor e eu, dessa forma, não perdemos mais do nosso tempo - e o homem, depois de mais alguns argumentos e contra argumentos, cedeu e disse:
- Bem, senhora directora, em dia oportuno lhe comunicarei a data e a hora a que lá iremos.
- A hora pode ser a que escolher, mas terá de ser numa segunda-feira.- respondeu Júlia.
- Com certeza, senhora doutora, com certeza. Muito boa tarde.
- Muito boa tarde , senhor director de serviços José Antunes - e êste, após desligar o telefone, disse, desdenhoso, para o seu secretário:
- O que vale a esta menina é que o ministro me disse que com a máxima urgência tenho dee a ver e conhecer o que fazem naquela fundação. Por minha vontade só lá irias tu. Olha, marca amanhã a nossa visita para segunda-feira. Tu também vais, quero a conversa com ela, toda gravada. Marca a nossa chegada para os onze horas.
Júlia comunicou a Fernando e aos subdireectores a data e hora da visita do José Antunes, pedindo-lhes que estivessem presentes nessa reunião.
(continua)
- Tenho pensado em duas novas actividades. Uma indústria e investigação ligada à indústria - e Fernando tirando da pasta algumas folhas dactilografadas, continuou - uma indústria que gostaria de lançar e me parece de interesse, é a do fabrico de pão e derivados. Sabemos que, além dos combustíveis, o nosso país importa uma gama enorme de produtos alimentares, de artigos de vestuário e calçado, produtos dietéticos, etc.. Ora bem, alguns industriais e diversos ministros e diversos governos pensaram nisto, ficaram-se por boas intenções e poucas iniciativas, como muito sucede às propostas a médio ou longo prazo, inseridas nos progranas dos governos. Todavia, todos continuam a apregoar projectos no sentido de incentivar e auxiliar novas empresas, em particular as que contribuam para diminuir o desemprego, as que possam produzir bens exportáveis ou possam diminuir as importações. Os resultados têem sido muito ténues, A minha proposta é de projectarmos e iniciarmos uma fábrica de um ou alguns dêsses produtos que importanos e estabelecer um centro de investigação. Peço que todos me dêem a vossa opinião.
A direcção da fundação contava com dois subdirectors, a Laura Gonçalves Azeveddo, esposa de Carlos e Manuel Guedes, um especialista em relações públicas que assessorava Fernando há um mês.
Júlia apoiou, com uma proposta complementar:
- Acho uma boa ideia propormos à câmara que nos venda um terreno na zona industrial. Entretanto, Fernando, devemos discutir o teu ante-projecto. Laura, que dizes?
- Concordo, mas temos que analisar as finanças. Fernando tens alguma ideia dos custos?
- Ainda não, Laura. Dentro dum mês poderei dar-te alguns números. Gostaria de ouvir a opinião do Manuel Guedes.
- Engenheiro Garcia, parece-me uma proposta que se insere dentro dos objectivos da fundação.l Penso que poderemos aproveitar alguns distribuidores pelas qualidades e conhecimentos que vêem revelando.
Laura conhecera Manuel Guedes na universidade, eram colegas do curso de econmomia, curso que êle finalizara com uma tese sobre relações públicas, após a qual frequentou um curso de mestrado, em Londres, na mesma especialidade.
Quando Fernando lhe disse que necessitava de um adjunto espcialista nêsse ramo, Laura indicou-lhe o Manuel Guedes como sendo a pessoa indicada para o lugar. Não tendo amizade especial com êle, pouco antes soubera que estava disponível.. Após uma entrevista com Júlia, Manuel Gredes foi contratado, revelando desde o primeiro dias um interesse excepcional pelo trabalho, no acompanhamento da distribuição, nas reuniões e na solução de conflitos ou mal entendidos que sempre surgem quando há muita gente envolvida. E a FAP, na distribuição e na sede, já contava com um quadro de mais de cem colaboradores.
No dia seguinte, Maria dos Anjos, a secretária da direcção, comuicou a Júlia que tinha uma chamada dum director de serviços do ministério da administração interna. Júlia atendeu:
- Sim, sou a directora Júlia Silvestre, com quem falo?
- José Antunes, director de serviços. Senhora directora o assunto é o seguinte: os nossos serviços estão interessados em conhecer as actividades da vossa fundação, seria possível a senhora vir a uma reunião nesta direcção de serviços?
Júlia foi peremptória:
- Senhor director de serviços, se não se importasse, essa reunião pode realizar-se aqui na fundação, desta forma o senhor director poderá conhecer de imediato o que fazemos, no que estamos mais empenhados, os nossos projectos. Numa próxima segunda-feira seria o ideal, pode ser já na próxima, o senhor dirá a hora que mais lhe convir.
O director de serviços, em tom de enfado, respondeu:
- Senhora directora eu prefiro que a reunião seja aqui porque...- E Júlia atalhou:
- Senhor director de serviços, eu não posso deixar de pedir-lhe que a reunião consigo se faça na FAP, porque o senhor e eu, dessa forma, não perdemos mais do nosso tempo - e o homem, depois de mais alguns argumentos e contra argumentos, cedeu e disse:
- Bem, senhora directora, em dia oportuno lhe comunicarei a data e a hora a que lá iremos.
- A hora pode ser a que escolher, mas terá de ser numa segunda-feira.- respondeu Júlia.
- Com certeza, senhora doutora, com certeza. Muito boa tarde.
- Muito boa tarde , senhor director de serviços José Antunes - e êste, após desligar o telefone, disse, desdenhoso, para o seu secretário:
- O que vale a esta menina é que o ministro me disse que com a máxima urgência tenho dee a ver e conhecer o que fazem naquela fundação. Por minha vontade só lá irias tu. Olha, marca amanhã a nossa visita para segunda-feira. Tu também vais, quero a conversa com ela, toda gravada. Marca a nossa chegada para os onze horas.
Júlia comunicou a Fernando e aos subdireectores a data e hora da visita do José Antunes, pedindo-lhes que estivessem presentes nessa reunião.
(continua)
O meu contrato
Nisto estamos, andamos explorando estas ideiazinhas de trazer por casa, armado em escritor de nomeada, ( enganei-.me e escrevi "escretor de nomeada", fugiu-me a bôca para a verdade) desconhecido, mas com o demérito sim, demérito) de saber escrever de maneira pouco esplícita, pouco concisa, arrevezada nas metáforas, delicada nos plágios, submissa na semântica, pretensiosa no estilo. Não consigo começar o segundo romance, dum contrato que fiz para escrever vinte. Não atino com a ideia, com o esqueleto para a ideia que tenho , hesito e transfiro a insatisfação e fico relapso e contumaz, como ficou o outro que perseguia um colega meu, abrigado pela manto dourado pela democraia. E tanta gente jovem agarrada ao verbo e ao substantivo, só na terceira classe trabalhando com os adjectivos e na quarta com as metáforas, e na quinta pouco necessitando estudar porque sabe que lhe dão a nona no fim do ano se souber escrever, mais ou menos de forma correcta o nome próprio e algum dos seus apelidos simples.
domingo, 18 de março de 2012
Folhetim - Sonho de sorte - 63 - autor Alberto Quadros
Dois ou três minutos depois, Fernando continuou:
- Sempre que estamos metidos em coisas importantes (e por vezes em coisas sem importância alguma), pensamos que somo imprescindíveis, insubstituíveis. Que, se faltarmos, cai tudo por água abaixo, que ninguém é capaz de fazer o mesmo que nós. No entanto, se por qualquer motivo mais ou menos essencial tens de sair da cena e ser substituido, chegas à conclusão que o outro, afinal, faz êsse trabalho de forma equivalente e meritória.
- Também estou convencida do mesmo, Fernando.Aliás tu frisas muito êsse ponto nas reuniões com os nossos coolaboradores, eu também concordo, não há ninguém insubstituível, nem o presidente da república, a não ser em regime de ditadura.
- Bem, fica combinado, podemos nesta semana delegar algumas funções aqui na FAP. Os jogos em que entraremos, enquanto a sorte não nos abandonar, não nos ocuparão mais os fins de semanas ou dias de férias. Nos outros dias da semana, a fundação fechará para nós às dezasete horas. Se queremos continuar gostando do que nos ocupa na fundação, teremos de ser implacáveis com o nosso horário, porque não gostamos menos do tempo que ocupamos com a família, êsse é insubstituível.
- Nem podemos outrossim perder o gosto pela nossa ocupação na fundação Não sei se sucede o mesmo contigo, a ocupação na FAP cada dia me dá maior prazer - referiu Júlia.
- Sabes bem que sinto o mesmo.
- Acima da fundação só tenho e sempre terei a nossa família, os nossos filhos, os nossos pais. Ah! Tenho ums segredo para te contar.
- Conta, conta - disse Fernando-
- Depois deata balbúrdia do trânsito em que meteste...
- Vá lá, conta, não faças chantagem com êsse segredo.
- Não, não - disse Júlia - não te conto agora, um acidente pode estragar a surpresa. Não insistas, senão castigo-te e deixo a surpresa para amanhã.
Chegaram pouco depois ao parque de estacionamento da casa onde viviam e, ao entrar, tiveram a recepção calorosa e habitual dos filhos. E Fernando disse:
- Meninos aqui a vossa mãe tem uma surpresa para nós, parece-me adivinhar que comprou bilhetes para irmos todos ao cinema, esta noite.
- Frio, frio! - disse Júlia que escutara no quarto as últimas palavras de Fernando - dou um chocolate ao que adivinhar!
- Compraste por fim um carro novo - disse o António.
- Vamos todos fazer uma viagem na Páscoa - gritou o Francisco.
- Frio, frio! - disse Júla regressando à sala e começando a arranjar a mesa para o jantar - vamos sentar-nos à mesa, isto é um assunto muito importante - e acrescentou - bem, a surpresa está comigo sentada à mesa mas dentro da minha barriga, tem dois meses de vida!
#####
O homem sorri quando a mulher lhe fala da barriga a crescer. A mulher começa a sorrir, pelo mesmo motivo, muito mais cedo.
XXV
A distribuição enbrara na normalidade, uma ideia foi concretizada com o apoio e colaboração do banco. Para a entrega das ofertas e para evitar roubos e assaltos encontrou-se uma solução simples. Os envelopes passaram a não conter dinheiro, levando dentro apenas uma comunicação escrita, informando o banco que o portador, cujo nome ali se mencionava, poderia receber o valor da oferta, identificando-se e assinando o recibo respectivo. O banco recebia todos os dias uma lista dos contemplados.
Ainda apareceu o alvitre para que a distribuição fosse efectuada pelos correios, ideia que foi abandonada pelo inconveniente de que, dessa forma, os contemplados não responderiam às perguntas importantes, nem sequer os distribuidores as conheceriam. O contacto directo dêstes com os beneficiados era considerado essencial pela importância que tinham para o trabalho futuro. O que sempre foi depois confirmado.
Fernando e Júlia desde então, na Páscoa de 1997, começaram a poder dedicar-se mais à evolução da FAP, aos novos investimentos a definir e a lançar.
Os prémios não haviam cessado de aparecer, sendo a roleta e o "bacarat" dos casinos os principais forneedores dos capitais que quase todas as semanas reforçavam a conta bancária da FAP, inaugurad há seis meses.
Depois da Páscoa, Fernando aproveirtando o tempo disponível ao terminar uma reunião de sexta-feira com os distribuidores chefes, ficou na sala com Júlia, Laura e Manoel Guedes, o relações públiicas, recentemente contratado.
- Chegou o momento de ampliarmos a acção da fundação - e Fernando acrescentou - tivemos tempo de sobra que aproveitei para assentar ideias. Seempre pensámos, quando a FAP nasceu, que um dia a torneira do caudal de prémios e ganhos poderia fechar-se. Pelo que , na minha opinião, como não se fechou, a actividade da fundação deverá estender-se a outro ou outros campos, embora continuando com a distribuição de donativos como objectivo principal
.
- Sempre que estamos metidos em coisas importantes (e por vezes em coisas sem importância alguma), pensamos que somo imprescindíveis, insubstituíveis. Que, se faltarmos, cai tudo por água abaixo, que ninguém é capaz de fazer o mesmo que nós. No entanto, se por qualquer motivo mais ou menos essencial tens de sair da cena e ser substituido, chegas à conclusão que o outro, afinal, faz êsse trabalho de forma equivalente e meritória.
- Também estou convencida do mesmo, Fernando.Aliás tu frisas muito êsse ponto nas reuniões com os nossos coolaboradores, eu também concordo, não há ninguém insubstituível, nem o presidente da república, a não ser em regime de ditadura.
- Bem, fica combinado, podemos nesta semana delegar algumas funções aqui na FAP. Os jogos em que entraremos, enquanto a sorte não nos abandonar, não nos ocuparão mais os fins de semanas ou dias de férias. Nos outros dias da semana, a fundação fechará para nós às dezasete horas. Se queremos continuar gostando do que nos ocupa na fundação, teremos de ser implacáveis com o nosso horário, porque não gostamos menos do tempo que ocupamos com a família, êsse é insubstituível.
- Nem podemos outrossim perder o gosto pela nossa ocupação na fundação Não sei se sucede o mesmo contigo, a ocupação na FAP cada dia me dá maior prazer - referiu Júlia.
- Sabes bem que sinto o mesmo.
- Acima da fundação só tenho e sempre terei a nossa família, os nossos filhos, os nossos pais. Ah! Tenho ums segredo para te contar.
- Conta, conta - disse Fernando-
- Depois deata balbúrdia do trânsito em que meteste...
- Vá lá, conta, não faças chantagem com êsse segredo.
- Não, não - disse Júlia - não te conto agora, um acidente pode estragar a surpresa. Não insistas, senão castigo-te e deixo a surpresa para amanhã.
Chegaram pouco depois ao parque de estacionamento da casa onde viviam e, ao entrar, tiveram a recepção calorosa e habitual dos filhos. E Fernando disse:
- Meninos aqui a vossa mãe tem uma surpresa para nós, parece-me adivinhar que comprou bilhetes para irmos todos ao cinema, esta noite.
- Frio, frio! - disse Júlia que escutara no quarto as últimas palavras de Fernando - dou um chocolate ao que adivinhar!
- Compraste por fim um carro novo - disse o António.
- Vamos todos fazer uma viagem na Páscoa - gritou o Francisco.
- Frio, frio! - disse Júla regressando à sala e começando a arranjar a mesa para o jantar - vamos sentar-nos à mesa, isto é um assunto muito importante - e acrescentou - bem, a surpresa está comigo sentada à mesa mas dentro da minha barriga, tem dois meses de vida!
#####
O homem sorri quando a mulher lhe fala da barriga a crescer. A mulher começa a sorrir, pelo mesmo motivo, muito mais cedo.
XXV
A distribuição enbrara na normalidade, uma ideia foi concretizada com o apoio e colaboração do banco. Para a entrega das ofertas e para evitar roubos e assaltos encontrou-se uma solução simples. Os envelopes passaram a não conter dinheiro, levando dentro apenas uma comunicação escrita, informando o banco que o portador, cujo nome ali se mencionava, poderia receber o valor da oferta, identificando-se e assinando o recibo respectivo. O banco recebia todos os dias uma lista dos contemplados.
Ainda apareceu o alvitre para que a distribuição fosse efectuada pelos correios, ideia que foi abandonada pelo inconveniente de que, dessa forma, os contemplados não responderiam às perguntas importantes, nem sequer os distribuidores as conheceriam. O contacto directo dêstes com os beneficiados era considerado essencial pela importância que tinham para o trabalho futuro. O que sempre foi depois confirmado.
Fernando e Júlia desde então, na Páscoa de 1997, começaram a poder dedicar-se mais à evolução da FAP, aos novos investimentos a definir e a lançar.
Os prémios não haviam cessado de aparecer, sendo a roleta e o "bacarat" dos casinos os principais forneedores dos capitais que quase todas as semanas reforçavam a conta bancária da FAP, inaugurad há seis meses.
Depois da Páscoa, Fernando aproveirtando o tempo disponível ao terminar uma reunião de sexta-feira com os distribuidores chefes, ficou na sala com Júlia, Laura e Manoel Guedes, o relações públiicas, recentemente contratado.
- Chegou o momento de ampliarmos a acção da fundação - e Fernando acrescentou - tivemos tempo de sobra que aproveitei para assentar ideias. Seempre pensámos, quando a FAP nasceu, que um dia a torneira do caudal de prémios e ganhos poderia fechar-se. Pelo que , na minha opinião, como não se fechou, a actividade da fundação deverá estender-se a outro ou outros campos, embora continuando com a distribuição de donativos como objectivo principal
.
sábado, 17 de março de 2012
Folhetim - Sonho de sorte - 62 -
Qualquer acção, qualquer acontecimento pode ser analisado e classificado de múltiplas formas. De acordo, por exemplo, com a situação de quem assiste ou interfere. Os habitantes de um país avaliam os actos e as decisões dos seus governantes de acordo com as consequências sofridas na própria pele e na dos seus conterrâneos. Estes actos e decisões são por vezes estimados, noutro país, de acordo com outros factores, tais como a influência dos "media", das relações entre os povos e por vezes até das diferenças de clima. Pelo que uma fantasia sem esperança aqui, poderá ser considerada possível ali, ou vice-versa. É uma das razões porque se inventaram tantas fábulas. Uma fábula será sempre uma fantasia, animais a falarem, etc. Encerram boas e exemplares verdades e são contadas às crianças (e aos grandes que ainda gostam de se sentir crianças) para ajudá-las a compreender melhor o que podem deparar na vida real, através quase sempre do recurso a fantasias maravilhosas.
O sonho, por outro lado, tem sempre um significado, produto do nosso subconsciente, como um artifício da memória e através duma fantasia mais ou menos evocativa. Está com frequência ligado a uma realidade do passado. E o segredo que julgo ainda não descoberto é o de conhecermos qual a ponte entre o sonho que temos (ou que tivemos) e essa realidade do passado, como se faz ou do que é feita essa ligação que estabelece a interpretação do sonho.
Mas voltemos ao nosso relato. Qualquer governo em qualquer parte do mundo poderá imiitar a acçao da FAP, poderá desenvolver uma espiral de auxílio, necessitando apenas duma pequena parte do orçamento anual do seu país e com uma retribuição importante, o que neste llivro adiante se demonstrará.
#######
Tenta sempre o impossível. Por vezes está ali à mão, faz-te cócegas, procura acabar com elas ainda que percas algum sangue!
XXIV
Júlia estava a sentir muito o seu envolvimento nos assuntos da fundação. A administração da FAP afigurava-se-lhe, com os negócios em perspectiva, cada vez mais intensa. A colega e amiga Laura, dedicara-se a tempo inteiro e com imensa competência, às entrevistas e aos serviços administratrivos que atingiam uma dimensão parecida à de um ministério. Júlia, nas relações com o exterior, em particular as que se avolumavam e relacionavam com os assuntos políticos, com os "media" , com os negócios bancários, quase não lhe sobrava tempo para a família.
Fernando sentia a mesma preocupação: o acompanhamento e organização do trabalho dos distibuidores, as reuniões respeitantes à distribuição e ao lançamento de novas iniciativas também lhe linitava o tempo fora da fundação. Após um dia de actividade muito intensa na FAP - atendera jornalistas, solucionara dois casos de policia relacionados com alguns distribuidores e resolvera problemas da frota de de carros de serviço - quando regressava com Júlia a casa, disse-lhe:
- Júlia, quase não temos tempo de para falar com os nossos filhos, para vermos os nossos pais, os nossos amigos, Deixámos os empregos na fábrica para nos dedicarmos a tempo inteiro à fundação, as horas da semana que devem ser só nossas vão desaparecendo, temos de falar sobre isto e procurar uma alternativa.
- Tens razão - disse Júlia cenquanto conduzia o carro por ente o emaranhado do transito intenso - não tenho dúvida, felizmente nós continuamos em sintonia. Hoje de manhã tinha decidido falar contigo sobre êsse assunto.
- Ainda bem - disse Fernando, reticente.
- Pensaste nalguma solução?
- Pensei - respondeu Fernando - parece-me que a solução começa pela decisão lógica de delegarmos noutra gente uma parte do que estamos fazendo.
. Concordo, não deverá ser difícil encontrar uma alternativa - disse Júlia..
O sonho, por outro lado, tem sempre um significado, produto do nosso subconsciente, como um artifício da memória e através duma fantasia mais ou menos evocativa. Está com frequência ligado a uma realidade do passado. E o segredo que julgo ainda não descoberto é o de conhecermos qual a ponte entre o sonho que temos (ou que tivemos) e essa realidade do passado, como se faz ou do que é feita essa ligação que estabelece a interpretação do sonho.
Mas voltemos ao nosso relato. Qualquer governo em qualquer parte do mundo poderá imiitar a acçao da FAP, poderá desenvolver uma espiral de auxílio, necessitando apenas duma pequena parte do orçamento anual do seu país e com uma retribuição importante, o que neste llivro adiante se demonstrará.
#######
Tenta sempre o impossível. Por vezes está ali à mão, faz-te cócegas, procura acabar com elas ainda que percas algum sangue!
XXIV
Júlia estava a sentir muito o seu envolvimento nos assuntos da fundação. A administração da FAP afigurava-se-lhe, com os negócios em perspectiva, cada vez mais intensa. A colega e amiga Laura, dedicara-se a tempo inteiro e com imensa competência, às entrevistas e aos serviços administratrivos que atingiam uma dimensão parecida à de um ministério. Júlia, nas relações com o exterior, em particular as que se avolumavam e relacionavam com os assuntos políticos, com os "media" , com os negócios bancários, quase não lhe sobrava tempo para a família.
Fernando sentia a mesma preocupação: o acompanhamento e organização do trabalho dos distibuidores, as reuniões respeitantes à distribuição e ao lançamento de novas iniciativas também lhe linitava o tempo fora da fundação. Após um dia de actividade muito intensa na FAP - atendera jornalistas, solucionara dois casos de policia relacionados com alguns distribuidores e resolvera problemas da frota de de carros de serviço - quando regressava com Júlia a casa, disse-lhe:
- Júlia, quase não temos tempo de para falar com os nossos filhos, para vermos os nossos pais, os nossos amigos, Deixámos os empregos na fábrica para nos dedicarmos a tempo inteiro à fundação, as horas da semana que devem ser só nossas vão desaparecendo, temos de falar sobre isto e procurar uma alternativa.
- Tens razão - disse Júlia cenquanto conduzia o carro por ente o emaranhado do transito intenso - não tenho dúvida, felizmente nós continuamos em sintonia. Hoje de manhã tinha decidido falar contigo sobre êsse assunto.
- Ainda bem - disse Fernando, reticente.
- Pensaste nalguma solução?
- Pensei - respondeu Fernando - parece-me que a solução começa pela decisão lógica de delegarmos noutra gente uma parte do que estamos fazendo.
. Concordo, não deverá ser difícil encontrar uma alternativa - disse Júlia..
sexta-feira, 16 de março de 2012
O folhetim
O folhetim, que publico neste blog, do meu livro "Sonho de sorte" ainda terá 120 ou mais episódios. Transcrevi até hoje, cêrca de um terço do livro.
Espero que tenham ainda algum interesse nos dois terços que faltam e que contêem, para mim, a maior valia do livro, de acordo com o que escrevi no prefácio: a eliminação da necessidade do dinheiro e da pobreza.
Não me cansarei de perguntar: não interessa eliminar a pobreza? não interessa eliminar o dinheiro?
Espero que tenham ainda algum interesse nos dois terços que faltam e que contêem, para mim, a maior valia do livro, de acordo com o que escrevi no prefácio: a eliminação da necessidade do dinheiro e da pobreza.
Não me cansarei de perguntar: não interessa eliminar a pobreza? não interessa eliminar o dinheiro?
Folhetim - Sonho de sorte - 61 -
- Como poderá um governo conceder à FAP milhões de contos? Há promessas nesse sentido?
- Ainda não. Porém talvez não passe um ano para que se concretizem.
- A senhotra directora pode explicar um pouco mais aos teleespectadores como conseguirá convencer um governo a entregar milhões de contos à FAP? - e Júlia respoondeu:
- Vou apenas referir um facto que talvez leve o governo a conceder fortes sobsídios a esta fundação: a deininnuição de desemprego para níveis baixíssimos , nas zonas onda a FAP actua e actuará.
- Já conseguiram baixar o desemprego onde têem actuado?
- De certeza. Peça à vossa empresa que faça um inquérito ao desemprego e à diminuição do subsídio de desemprego em Cacilhas, Almada e Caparica, após estes meses de acção da FAP. Entretanto, no futuro, mercê dos nossos investimentos, as surpresas neste domínio irão ser mais, muito mais.
- Que investimentos serão êsses?
- Começaremos pela investigação, por uma pequena indústria e - continuou Júlia - estamos estudando diversas alternativas.
- Quantas pessoas já trabalham nesta fundação?
- No primeiro mês contratámos cinquenta distribuidores além de três pessoas para a administração. Neste momentos êsse número mais que duplicou.
-. É notável o que me diz senhora directora. Projectam contratar mais trabalhadores nesse retmo de admissóes? - perguntou Clara Renato.
- Êste grupo que agora reunimos é, digamos, a base do grupo que colaborará no que ambiciomámos que a FAP faça no futuro. Todos formam já um grupo exemplar.
- Senhora directora, poderá explicar aos nossos telespectadpres porque chama grupo exemplar?
- Com tanto dinheiro na mão de tanta gente, tlivemos apenas três casos de desvio de fundos no primeiro mês, dois no segundo mês e somente mais um em cada mês. Êsses cinco primeiros casos estão todos resolvidos sem haver necessidade de despedimentos nem de recurso aos tribunais.
- Quer dizer, não há roubos nem corrupção dentro da fundação?
Sem se perturbar, Júlia respondeu:
- Posso mostrar-lhe as fichas de todo o pessoal, para o comprovar.
- Qual o segredo a que atribui êsse sucesso?
. È um pouco complicado para quem não conhece a FAP mas simples e eficiente para todos nós. Agora apenas vos posso dizer que o nosso sistema se baseia em dois pontos: estebelecer uma comunicação quase permanente com todos os nossos colaboradores e não desprezar qualquer ideia ou opinião.
- Pode-nos explicar êsse milagre de conseguir comunicar con tanta gente?
- Não é milagre nem fomos njós que o inventámos, embora talvez o tenhamos melhorado. É o sistema de consulta e discussão em pirãmide, deve conhecer o processo. Cada grupo de oito colaboradores reune-se todas as semanas, durante uma hora , com o respectivo orientador ou mederador, o qual apresenta sempre um relato simples e resumido do que se passou na reunião, propostas, etc..
Clara Renato disse algumas palavras de agradecimento a Júlia, e deu por finda a primeira entrevista e filmagem. A reportagem ficou completa com uma visita às instalações da sede da FAP, visita intercalada com pequenas entrevistas nos gabinetes e salas por onde passavam, terminando no refeitório da fundação, a essa hora quase repleto.
XXIII
Se o leitor chegou até aqui por capricho, paciência ou simples interesse pela história, terá curiosidade na abordagem e esclarecimento de alguns pontos.
Pensando e relendo o que relatei, sonho e fantasia parecem ser as bases de tudo o que está escrito. Pareço-vos cada vez mais dcidido a convencer-vos de que o sonho e a fantasia podem e irão converter-se em realidade económica perfeita, politicamente inatacável e ideal para a sociedade.
Porém, qual o sonho que não se pode converter em realidade ? Dir-me-ão que poderáo existir muitos. Se entretanto me derem um exemplo, farei sempre a mesma pergunta: tem a certeza? E as respostas a esta pergunta repetem-se, é naural que se baseiem em probabilidades. No entanto, se há pobabilidade, por ínfima qaue seja, o acontecimento é possível. Ou que as respostas se baseiem nos argumentos "isso não pode acontecer" ou "nunca se viu nada disso". Porém a história universal está cheia de de efemérides fantásticas, que um dia antes muita gente dizia que não poderiam acontecer. Ou, se escasseiam outros argumentos, invoca-se a alienação do contador da história, com gracejos ou mofas mais ou menos pesadas.
Passemos à fantasia e à sua transformação em realidade.
(continua)
- Ainda não. Porém talvez não passe um ano para que se concretizem.
- A senhotra directora pode explicar um pouco mais aos teleespectadores como conseguirá convencer um governo a entregar milhões de contos à FAP? - e Júlia respoondeu:
- Vou apenas referir um facto que talvez leve o governo a conceder fortes sobsídios a esta fundação: a deininnuição de desemprego para níveis baixíssimos , nas zonas onda a FAP actua e actuará.
- Já conseguiram baixar o desemprego onde têem actuado?
- De certeza. Peça à vossa empresa que faça um inquérito ao desemprego e à diminuição do subsídio de desemprego em Cacilhas, Almada e Caparica, após estes meses de acção da FAP. Entretanto, no futuro, mercê dos nossos investimentos, as surpresas neste domínio irão ser mais, muito mais.
- Que investimentos serão êsses?
- Começaremos pela investigação, por uma pequena indústria e - continuou Júlia - estamos estudando diversas alternativas.
- Quantas pessoas já trabalham nesta fundação?
- No primeiro mês contratámos cinquenta distribuidores além de três pessoas para a administração. Neste momentos êsse número mais que duplicou.
-. É notável o que me diz senhora directora. Projectam contratar mais trabalhadores nesse retmo de admissóes? - perguntou Clara Renato.
- Êste grupo que agora reunimos é, digamos, a base do grupo que colaborará no que ambiciomámos que a FAP faça no futuro. Todos formam já um grupo exemplar.
- Senhora directora, poderá explicar aos nossos telespectadpres porque chama grupo exemplar?
- Com tanto dinheiro na mão de tanta gente, tlivemos apenas três casos de desvio de fundos no primeiro mês, dois no segundo mês e somente mais um em cada mês. Êsses cinco primeiros casos estão todos resolvidos sem haver necessidade de despedimentos nem de recurso aos tribunais.
- Quer dizer, não há roubos nem corrupção dentro da fundação?
Sem se perturbar, Júlia respondeu:
- Posso mostrar-lhe as fichas de todo o pessoal, para o comprovar.
- Qual o segredo a que atribui êsse sucesso?
. È um pouco complicado para quem não conhece a FAP mas simples e eficiente para todos nós. Agora apenas vos posso dizer que o nosso sistema se baseia em dois pontos: estebelecer uma comunicação quase permanente com todos os nossos colaboradores e não desprezar qualquer ideia ou opinião.
- Pode-nos explicar êsse milagre de conseguir comunicar con tanta gente?
- Não é milagre nem fomos njós que o inventámos, embora talvez o tenhamos melhorado. É o sistema de consulta e discussão em pirãmide, deve conhecer o processo. Cada grupo de oito colaboradores reune-se todas as semanas, durante uma hora , com o respectivo orientador ou mederador, o qual apresenta sempre um relato simples e resumido do que se passou na reunião, propostas, etc..
Clara Renato disse algumas palavras de agradecimento a Júlia, e deu por finda a primeira entrevista e filmagem. A reportagem ficou completa com uma visita às instalações da sede da FAP, visita intercalada com pequenas entrevistas nos gabinetes e salas por onde passavam, terminando no refeitório da fundação, a essa hora quase repleto.
XXIII
Se o leitor chegou até aqui por capricho, paciência ou simples interesse pela história, terá curiosidade na abordagem e esclarecimento de alguns pontos.
Pensando e relendo o que relatei, sonho e fantasia parecem ser as bases de tudo o que está escrito. Pareço-vos cada vez mais dcidido a convencer-vos de que o sonho e a fantasia podem e irão converter-se em realidade económica perfeita, politicamente inatacável e ideal para a sociedade.
Porém, qual o sonho que não se pode converter em realidade ? Dir-me-ão que poderáo existir muitos. Se entretanto me derem um exemplo, farei sempre a mesma pergunta: tem a certeza? E as respostas a esta pergunta repetem-se, é naural que se baseiem em probabilidades. No entanto, se há pobabilidade, por ínfima qaue seja, o acontecimento é possível. Ou que as respostas se baseiem nos argumentos "isso não pode acontecer" ou "nunca se viu nada disso". Porém a história universal está cheia de de efemérides fantásticas, que um dia antes muita gente dizia que não poderiam acontecer. Ou, se escasseiam outros argumentos, invoca-se a alienação do contador da história, com gracejos ou mofas mais ou menos pesadas.
Passemos à fantasia e à sua transformação em realidade.
(continua)
quinta-feira, 15 de março de 2012
o nada
Uma escritora que eu aprecio, Pátrícia Reis, escreveu, no seu blog, umas linhas sobre o nada. No seu estilo elegante, recheado de humor subtil e de humanidade, referiu o nada como tema que analisou na sua mensagem de ontem, 14 de março . Essa senhora, ora senhora, ora menina, faz-nos sorrir e portanto viver, até com nada, até com o nada. Consegue pegar no nada e compor uma história, faz como o aladino, deita um fumo e saiem uma, duas, três personagens, mais uma fumarada com humor e definem-se os contornos duma vida ou de duas, umas pitadas de sal e de pimenta e, sem querermos, ficámos presos, absorvidos, entretidos na leitura, desta vez, do nada.
Flolhetim - Sonho de sorte - 60
XXII
Uma semana depois Júlia, Fernando e um administrador da TV assinaram o contrato para duas reportagens no exteriot e uma terceira na sede da fundação. Esta última iniciou-se por algumas imnagens do exterior do edifício a que se sguiu um pequeno comentário da locutora.:
- Senhores teleespectadores estamos à porta da side da fundação de auxílio ao povo, fundação conhecida por FAP e cuja acção beneficiou e continua a beneficiar algumas dezenas de milhares de pessoas que vivem em concelhos na margem sul do Tejo.
A locutora, seguida pelo "cameraman", dirigiu-se a um dos distribuidores que saía da sede e se encaminhava para o parque de estacionamento:
- O senhor trabalha nesta fundação?
- Sim, sim.
- Pode dizer para os nossos teleespectadores o que faz, em que se ocupa no seu trabalho dirante o dia?
- A minha ocupação dirante as manãs consiste em entregar envelopes como êste que aqui trago - e abriu a pasta de cabedal extraindo um envelope fechado que apresentou à câmara de filmar.
- Pode-nos mostrar o que contem esse envelope? - perguntou a entrevistadora.
A norma que todos os distribuidores seguiam era de que os envelopes só poderiam ser abertos pelos beneficiados, cujo nome estava sempre escrito na frente dos sobreescritos. Pelo que o entrevistado respondeu:
- Não posso, é uma norma da distribuição, êste envelope, como todos os que entregamos, só poderá ser aberto pelo contemplado, cujo nome figura aqui . e mostrou a face do envelope com um nome e apelido escritos.
- Mas pode dizer-nos o que contêem èsses envelopes?
- Podem conter dinheiro ou podem conter cheques.
- Dinheiro ou cheques de quanto?
- Cinquenta contos! - disse o distribuidor.
- Cinquenta contos, assim tanto? Todas as ofertas que fazem são de cinquenta contos?
- Sim, julgo que sim, todos os jornais que falam da nossa distribuição
já o referiram. Desculpe-me eu não posso demorar mais, tenho uns colegas esperando-me e despediu-se.
A entrevistadora Clara Renato possuía larga experiência na TV, experiência a que aliava os seus bons atributos físicos, alga bagagem cultural e simpatia natural. Era considerada como a número um e, o que é mais de realçar, a melhor classificada entre os colegas da profissão. Detentora de "curriculum" invejável que a impunha para as reportagens mais delicadas, mais complexas e mais importantes na realização do objectivo mais valioso duma empresa de televisão, o "top" das audiências. Quando surgiam grandes problemas, grandes mistérios ou grandes complicações que poderiam enriqueeer os noticiários, Clara Renato era a escolhida para realizas as reportagens, sendo esta uma das mais melindrosas que lhe haviam sido confiadas.
Depois da pequena entrevista á porta da FAP, a equipa de televisão foi acompanhada por um segurança até ao gabinete de Júlia que, avisada pela secretária, já os esperava. Clara Renato apresentou a sua equipa, fixou a câmara e reiniciou a reportagem:
- Estamos no interior das instalações da fundação de auxílio ao povo, temos nunto a nós a directora, doutora Júlia Silvestre que iniciou, com o marido, engenheiro Fernando Garcia esta obra - e dirigindo-se a Júlia - diga-nos, senhora directora, quais são os objectivos principais desta fundação?
- Esta fundação, a FAP - respondeu Júlia dirigindo o olhar para a câmara - teve como primeiro objectivo a disribuição de ofertas a pessoas necessitadas. Não tem qualquer objectivo político ou qualquer interesse de ordem pessoal, espero que não restem dúvidas.
- As receitas da fundação que origem têem?
- As receitas desta fundação, na actualidade e de acordo com seus estatutos, provêem de donativos, prémios e ganhos diversos provenientes de investimentos da fundação.
- Posso perguntar que prémios são êsses? - e Clara continuou em tom incisivo - segundo consta, a FAP nestes quatro meses de actividade viu a conta bancária aumentar muitos milhôes de contos!
Júlia replicou de forma concisa:
- São prémios, actualmente, de jogos como a lotaria, totoloto, etc.. Mas no futuro talvez os maiores prémios provenham dos cofres do Estado.
(continua)
Uma semana depois Júlia, Fernando e um administrador da TV assinaram o contrato para duas reportagens no exteriot e uma terceira na sede da fundação. Esta última iniciou-se por algumas imnagens do exterior do edifício a que se sguiu um pequeno comentário da locutora.:
- Senhores teleespectadores estamos à porta da side da fundação de auxílio ao povo, fundação conhecida por FAP e cuja acção beneficiou e continua a beneficiar algumas dezenas de milhares de pessoas que vivem em concelhos na margem sul do Tejo.
A locutora, seguida pelo "cameraman", dirigiu-se a um dos distribuidores que saía da sede e se encaminhava para o parque de estacionamento:
- O senhor trabalha nesta fundação?
- Sim, sim.
- Pode dizer para os nossos teleespectadores o que faz, em que se ocupa no seu trabalho dirante o dia?
- A minha ocupação dirante as manãs consiste em entregar envelopes como êste que aqui trago - e abriu a pasta de cabedal extraindo um envelope fechado que apresentou à câmara de filmar.
- Pode-nos mostrar o que contem esse envelope? - perguntou a entrevistadora.
A norma que todos os distribuidores seguiam era de que os envelopes só poderiam ser abertos pelos beneficiados, cujo nome estava sempre escrito na frente dos sobreescritos. Pelo que o entrevistado respondeu:
- Não posso, é uma norma da distribuição, êste envelope, como todos os que entregamos, só poderá ser aberto pelo contemplado, cujo nome figura aqui . e mostrou a face do envelope com um nome e apelido escritos.
- Mas pode dizer-nos o que contêem èsses envelopes?
- Podem conter dinheiro ou podem conter cheques.
- Dinheiro ou cheques de quanto?
- Cinquenta contos! - disse o distribuidor.
- Cinquenta contos, assim tanto? Todas as ofertas que fazem são de cinquenta contos?
- Sim, julgo que sim, todos os jornais que falam da nossa distribuição
já o referiram. Desculpe-me eu não posso demorar mais, tenho uns colegas esperando-me e despediu-se.
A entrevistadora Clara Renato possuía larga experiência na TV, experiência a que aliava os seus bons atributos físicos, alga bagagem cultural e simpatia natural. Era considerada como a número um e, o que é mais de realçar, a melhor classificada entre os colegas da profissão. Detentora de "curriculum" invejável que a impunha para as reportagens mais delicadas, mais complexas e mais importantes na realização do objectivo mais valioso duma empresa de televisão, o "top" das audiências. Quando surgiam grandes problemas, grandes mistérios ou grandes complicações que poderiam enriqueeer os noticiários, Clara Renato era a escolhida para realizas as reportagens, sendo esta uma das mais melindrosas que lhe haviam sido confiadas.
Depois da pequena entrevista á porta da FAP, a equipa de televisão foi acompanhada por um segurança até ao gabinete de Júlia que, avisada pela secretária, já os esperava. Clara Renato apresentou a sua equipa, fixou a câmara e reiniciou a reportagem:
- Estamos no interior das instalações da fundação de auxílio ao povo, temos nunto a nós a directora, doutora Júlia Silvestre que iniciou, com o marido, engenheiro Fernando Garcia esta obra - e dirigindo-se a Júlia - diga-nos, senhora directora, quais são os objectivos principais desta fundação?
- Esta fundação, a FAP - respondeu Júlia dirigindo o olhar para a câmara - teve como primeiro objectivo a disribuição de ofertas a pessoas necessitadas. Não tem qualquer objectivo político ou qualquer interesse de ordem pessoal, espero que não restem dúvidas.
- As receitas da fundação que origem têem?
- As receitas desta fundação, na actualidade e de acordo com seus estatutos, provêem de donativos, prémios e ganhos diversos provenientes de investimentos da fundação.
- Posso perguntar que prémios são êsses? - e Clara continuou em tom incisivo - segundo consta, a FAP nestes quatro meses de actividade viu a conta bancária aumentar muitos milhôes de contos!
Júlia replicou de forma concisa:
- São prémios, actualmente, de jogos como a lotaria, totoloto, etc.. Mas no futuro talvez os maiores prémios provenham dos cofres do Estado.
(continua)
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