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segunda-feira, 5 de março de 2012
O fôgo
Gosto de olhar para o fôgo. Sinto-me criador dessas nebulosas amarelas, sinuosas e fugazes que duram uma fracção de segundo e desaparecem sem deixar mais que uma mancha fugaz e amarela. Da mesma forma que as estrêlas da Via Láctea desaparecerão um dia, tendo durado uma fracção infinitésima do tempo. Cem mil milhões de anos é uma fracção infinitésima do tempo e a estrela que nos ilumina pode da mesma forma ser parte da chama que outro ser, de outra dimensão, ateou na sua lareira. Talvez aí esteja a razão porque desde há muito, desde as épocas mais remotas e desconhecidas, a mulher e o homem dêsses tempos e dos actuais, encaravam e olham para o fôgo com respeito e vcneração, hipnotizados durante horas e horas pelo crepitar, pelo encanto, pelas cores vivas e amarelas do fôgo. Nas cavernas do homem pré-hostórico, nos intervalos das longas batalhas de idade média, nas lareiras dos palácios da realeza ou da burguesia endinheirada, o fógo continua sendo atractivo bastante para que as mulheres e os homens que o contemplam, fiauem em paz, contemplando-o.
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