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sexta-feira, 9 de março de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 55

            Aqui Laura interrompeu:
                      - E tu, Fernando, também pretendes ser santificado?
            Fernando sorria. parecendo alheado e indiferente.  Obervava o ambiente do restaurante, àquela hora ainda pouco concorrido. Um empregado de mesa aproximou-.se e, enquanto dispunha alguns aperitivos sobre a toalha, disse, cortando a conversa:
                       - Engenheiro Garcia, desculpe a interrupção não posso deixar de lhes contar o que me aconteceu.
                       - Olha o senhor Duarte, como está? Então...Diga o que lhe aconteceu - e o Duarte, sem hesitar.
                       - O meu filho foi operad há duas semanas, já está fino, até já joga à bola com os amigos!... Venho agradecer-lhe.
                       - Senhor Duarte, parabéns, já tem o seu filho bom! - Disse Júlia-
                       - Senhora doutora, ainda sobrou algum dinheiro da vossa oferta porque afinal a caixa pagou quase toda a conta do hospital, foi muito mais barata do que eu pensava. E os vinte e tal contos que me sobraram ainda me deram a satisfação de poder ajudar um vizinho que está com um grandee problema na vida dêle!
                        - Esplendido senhor Duarte. Agora passe para cá  a lista que estamos todos cheios de fome!
              Depois de todos consultarem o cardápio, o empregado de mesa, após tomar nota das escolhas feitas, afastou-se. Laura recomeçou, meio irónica, meio divertida:
                        - Não há dúvida, Fernando, estás a tirocinar para santo.
                        - Olha Laura, se queres um bom emprego, posso contratar-te, a Júlia precisa da ajuda duma colega, o salário é bom e podes começar amanhã, isto se a directora Júlia não exigir que vás a uma entrevista.
              Carlos, de modo sarcástico, disse:
                        - Olha lá, o homem dos sonhos não te impediu de poder ajudar os amigos?
                        - Sim Carlos, mas não se trata de ajudar, trata-se de contratar outro colaborador competente e que a FAP necessita muito. No entanto, se a Laura não quiser...
                        - Quero! Quero! - e Laura acrescentou - Trabalhar com com a chefe Júlia irá ser um prazer. Amanhã apresento-me na fundação.
               Referidos alguns pormenores sobre o trabalho futuro de Laura na FAP, Fernando perguntou:
                        - Outro assunto: digam com slinceridade, foi ou não foi com grande agrado que ouviram  o que o Duarte contou?
                        - Foi a primeira oferta, ainda não existia a FAP - frisou Júlia, reforçando a pergunta.
                        - Sesibilizou-me , sensibilizou-me muito, não o posso negar como não nego que me tocou bastante a atitude do empregado de mesa. Confesso que começo a acreditar  em vocês quando falam do prazer crescente que têem em dar . disse Carlos, acrescentando - contudo o que continuo a manter é a incredulidade , a desconfiança, talvez apenas uma suspeita sobre a origem de todos êsses milhões que a vossa sorte despeja nos cofres da fundação, sorte que ainda não vos falhou uma única vez!
(continua)                                        

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