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domingo, 18 de março de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 63 - autor Alberto Quadros

            Dois ou três minutos depois, Fernando continuou:
                    - Sempre que estamos metidos em coisas importantes (e por vezes em coisas sem importância alguma), pensamos que somo imprescindíveis, insubstituíveis. Que, se faltarmos, cai tudo por água abaixo, que ninguém é capaz de fazer o mesmo que nós. No entanto, se por qualquer motivo mais ou menos essencial tens de sair da cena e ser substituido, chegas à conclusão que o outro, afinal, faz êsse trabalho de forma equivalente e meritória.
                     - Também estou convencida do mesmo, Fernando.Aliás tu frisas muito êsse ponto nas reuniões com os nossos coolaboradores, eu também concordo, não há ninguém insubstituível, nem o presidente da república, a não ser em regime de ditadura.
                     - Bem, fica combinado, podemos nesta semana delegar algumas funções aqui na FAP. Os jogos em que entraremos, enquanto a sorte não nos abandonar, não nos ocuparão mais os fins de semanas ou dias de férias. Nos outros dias da semana, a fundação fechará para nós às dezasete horas. Se queremos continuar gostando do que nos ocupa na fundação, teremos de ser implacáveis com o nosso horário, porque não gostamos menos do tempo que ocupamos com a família, êsse é insubstituível.
                      - Nem podemos outrossim perder o gosto pela nossa ocupação na fundação Não sei se sucede o mesmo contigo, a ocupação na FAP cada dia me dá maior prazer - referiu Júlia.
                      - Sabes bem que sinto o mesmo.
                      - Acima da fundação só tenho e sempre terei a nossa família, os nossos filhos, os nossos pais. Ah! Tenho ums segredo para te contar.
                      - Conta, conta - disse Fernando-                  
                      - Depois deata balbúrdia do trânsito em que meteste...
                      - Vá lá, conta, não faças chantagem com êsse segredo.
                      - Não, não - disse Júlia - não te conto agora, um acidente pode estragar a surpresa. Não insistas, senão castigo-te e deixo a surpresa para amanhã.
              Chegaram pouco depois ao parque de estacionamento da casa onde viviam e, ao entrar, tiveram a recepção calorosa e habitual dos filhos. E  Fernando disse:
                      - Meninos aqui a vossa mãe tem uma surpresa para nós, parece-me adivinhar que comprou bilhetes para irmos todos ao cinema, esta noite.
                      - Frio, frio! - disse Júlia que escutara no quarto as últimas palavras de Fernando - dou um chocolate ao que adivinhar!
                      - Compraste por fim um carro novo - disse o António.
                      - Vamos todos fazer uma viagem na Páscoa - gritou o Francisco.
                      - Frio, frio! - disse Júla regressando à sala e começando a arranjar a mesa para o jantar - vamos sentar-nos à mesa, isto é um assunto muito importante - e acrescentou - bem, a surpresa está comigo sentada à mesa mas dentro da minha barriga, tem dois meses de vida!

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              O homem sorri quando a mulher lhe fala da barriga a crescer. A mulher começa a sorrir, pelo mesmo motivo, muito mais cedo.



                                                                XXV

               A distribuição enbrara na normalidade, uma ideia foi concretizada com o apoio e colaboração do banco. Para a entrega das ofertas e para evitar roubos e assaltos encontrou-se uma solução simples. Os envelopes passaram a não conter dinheiro, levando dentro apenas uma comunicação escrita, informando o banco que o portador, cujo nome ali se mencionava, poderia receber o valor da oferta, identificando-se e assinando o recibo respectivo. O banco recebia todos os dias uma lista dos contemplados.
                Ainda apareceu o alvitre para que a distribuição fosse efectuada pelos correios, ideia que foi abandonada pelo inconveniente de que, dessa forma, os contemplados não responderiam às perguntas importantes, nem sequer os distribuidores as conheceriam. O contacto directo dêstes com os beneficiados era considerado essencial pela importância que tinham para o trabalho futuro. O  que sempre foi depois confirmado.
                Fernando e Júlia desde então, na Páscoa de 1997, começaram a poder dedicar-se mais à evolução da FAP, aos novos investimentos a definir e a lançar.
                Os prémios não haviam cessado de aparecer, sendo a roleta e o "bacarat" dos casinos os principais forneedores dos capitais que quase todas as semanas reforçavam a conta bancária da FAP, inaugurad há seis meses.
                Depois da Páscoa, Fernando aproveirtando o tempo disponível ao terminar uma reunião de sexta-feira com os distribuidores chefes, ficou na sala com Júlia, Laura e Manoel Guedes, o relações públiicas, recentemente contratado.
                           - Chegou o momento de ampliarmos a acção da fundação - e Fernando acrescentou - tivemos tempo de sobra que aproveitei para assentar ideias. Seempre pensámos, quando a FAP nasceu, que um dia a torneira do caudal de prémios e ganhos poderia fechar-se. Pelo que , na minha opinião, como não se fechou, a actividade da fundação deverá estender-se a outro ou outros campos, embora continuando com a distribuição de donativos como objectivo principal
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