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domingo, 11 de março de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 57 - autor Alberto Quadros

                                                                     XXI

                Outro problema começava a avolumar-se na FAP, ligado à comunicação social.
                Quase simultaneamente a rádio, a imprensa e as empresas que exploravam os canais de televisão, começaram a solicitar entrevistas  à FAP, a seguir os distribuidores, interrompendo com perguntas a sua acção e a referir nos noticiários as actividades da fundação.
                No princípio do quarto mês de actividade, a direcção foi intimada a comparecer na polícia judiciáris. Júlia e Fernando para ali se dirigiram , sendo recebidos por dois inspectores. Feitas as apresentações da praxe, o mais velho, pondo um gravador a funcionar, iniciou as perguntas:
                            - Os senhores são os directores da fundação. Não há mais ninguém a comandar a fundação em cargo superior ao vossso?
                            - Não senhor, somos  os únicos dirigentes da FAP - respondeu Júlia.
                            - Qual é a origem do capital que permite à vossa fundação distribuir tanto dinheiro?
                            - Todo o dinheiro qaue distribuimos bem como o que necessitamos para pagar todas as outras despesas, provem de prémios  de sorteios diversos e também dos ganhos em diversos jogos.
                            - Podem fornecer-nos uma lista desses ganhos e prémios e onde foram obtidos?
                            - Só com uma ordem judicial , senhor inspector. No entanto podemos fornecer-lhe agora o montante aproximado entregue nos cofres da FAP. Aliás as nossas receitas serão mencionadas no balanço anual da fundação.
                            - Quais são as pessoas que obtêem a as receitas da fundação?
                            - Nós os dois, nós, os directores.
                            - Senhora doutora Júlia e senhor engenheiro Garcia, os senhores depositam todos os prémios ganhos na conta da fundação?
                            - Até ao último centavo!
                            - Nada retiram para vós? - perguntou o inspector com voz aparentando incredulidade.
                            - Apenas retiramos as despesas que efectuamos em serviço da fundação e que justificamos com recibos, como justificativos de todos os ganhos e prémios conseguidos. Todas as ofertas são contabilizadas e documentadas.
                  Sem mais perguntas, os inspectores despediram-se cordialmente.

                  No caminho de regresso à fundação, Júlia disse:
                           - Fernando, entendeste bem o que êles queriam?
                           - Não sei se entendi tudo, não percebi  onde queriam chegar, fiquei  com um pedregulho no sapato...
                           - Também eu, querido, também eu. Fiquei com a ideia que êles suspeitam de "off-shores", paraísos fiscais, lavagens de dinheiros.                           - Desconfio que um dia próximo lá os teremos com uma ordem judicial...Mas irão de mãos a abanar.
                            
                -

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