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terça-feira, 13 de março de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 59 -

                                      - Bem, Júlia, importas-te de escrever as condições eu também o irei fazer e daqui a duas horas reunimo-las num único memorando, vale? Parece-me que definimos o essencial.
                                      - Quanto achas que deveremos exigir?
                                      - Muito, vamos pedir cem mil contos pelas duas reportagens, nem menos um tostão.
                                      - Se não aceitarem aguardaremos a proposta da concorrência.
                   No dia seguinte e pontualmente às nove da manhã, o director de serviços da TV fez-se anunciar na FAP. Júlia e Fernando receberam-no na ampla sala de reuniões.
                                      - Muito bom dia senhor director António Mamede. Apresento-lhe a minha colega directora da fundação, doutora Júlia Garcia. Podemos ouvir a sua proposta.
                   António Mamede setirou um "dossier" da  pasta de cabedal que trazia e, abrindo-o, respondeu:
                                      - A nossa televisão vem propor-vos uma reportagem sobre a vossa fundação.- e Júlia perguntou:
                                      - De que constará essa reportagem?
                   Mamede respondeu, retirando do "dossier" algumas folhas dactilografadas:
                                      - Já fizemos reportagens noutras fundações, trago um modelo que penso servirá para esta fundação. Apresento-o neste resumo - disse Mamede, entregando a Júlia as duas folhas que separara do "dossier".
                   Júlia leu rapidamente as folhas e passou-as ao marido, comentando:
                                      - A reportagem parece-me bem. Mas, antes de discutirmos os pormenores, assentemos primeiro na quantia que a vossa empresa irá pagar a esta fundação.
                   Surpreso, o Mamede tentou argumentar:
                                      - Na minha empresa pensaram que...
                   Júlia impediu-.o de continuar:
                                      - O que pensaram, senhor director? Pensaram que a vossa empresa de televisão viria fazer entrevistas e filmagens baratas aqui na FAP? Não, senhor director de serviços, para não perdermos mais tempo e antes de discutirmos os pomenores referidos nas folhas que nos entregou, apresento-lhe a nossa proposta, que é de cento e cinquenta mil contos, mais IVA.
                                      - Senhora directora, é muito dinheiro, é muito dinheiro, não sei se a administração concordatá.
                                      - A nossa fundação necessita de muito dinheiro, de muitíssimo dinheiro, o que avaliará quando conhecer a nossa actividade, souber quandtas pessoas colaboram connosco, quantas pessoas auxiliamos todos os dias. Também recebemos donativos...Repare, sabemos que estas reportagens irão proporcionar audiências "record" à vossa televisão.
                    Fernando, interrompendo Júlia, acrescentou:
3                                     - Para começar a comprovar o que lhe acaba de dizer a directora, convidamo-lo a dar uma pequena volta pelas instalações desta fundação e a almoçar no nosso refeitório onde, avisamos, só encontrará pratos típicos da cozinha portuguesa.
                                       - Senhora directora da fundação, a sua proposta foi muito dura mas aceito o vosso convite, esperando que o cardápio esteja de acordo com o preço que nos pedem pelas reportagens - concordou o Mamede. 

                                                                

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