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sábado, 17 de março de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 62 -

                   Qualquer acção, qualquer acontecimento pode ser analisado e classificado de múltiplas formas. De acordo, por exemplo, com a situação de quem assiste ou interfere. Os habitantes de um país avaliam os actos e as decisões dos seus governantes de acordo com as consequências sofridas na própria pele e na dos seus conterrâneos. Estes actos e decisões são por vezes estimados, noutro país, de acordo com outros factores, tais como a influência dos "media", das relações entre os povos e por vezes até das diferenças de clima. Pelo que uma fantasia sem esperança aqui, poderá ser considerada possível ali, ou vice-versa. É uma das razões porque se inventaram tantas fábulas. Uma fábula será sempre uma fantasia, animais a falarem, etc. Encerram boas e exemplares verdades e são contadas às crianças (e aos grandes que ainda gostam de se sentir crianças) para ajudá-las a compreender melhor o que podem deparar na vida real, através quase sempre do recurso a fantasias maravilhosas.
                   O sonho, por outro lado, tem sempre um significado, produto do nosso subconsciente, como um artifício da memória e através duma fantasia mais ou menos evocativa. Está com frequência ligado a uma realidade do passado. E o segredo que julgo ainda não descoberto é o de conhecermos qual a ponte entre o sonho que temos (ou que tivemos) e essa realidade do passado, como se faz ou do que é feita essa ligação que estabelece a interpretação do sonho.

                     Mas voltemos ao nosso relato. Qualquer governo em qualquer parte do mundo poderá imiitar a acçao da FAP, poderá desenvolver uma espiral de auxílio, necessitando apenas duma pequena parte do orçamento anual do seu país e com uma retribuição importante, o que neste llivro adiante se demonstrará.

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                    Tenta sempre o impossível. Por vezes está ali à mão, faz-te cócegas, procura acabar com elas ainda que percas algum sangue!



                                                               XXIV


                     Júlia estava a sentir muito o seu envolvimento nos assuntos da fundação. A administração da FAP afigurava-se-lhe, com os negócios em perspectiva, cada vez mais intensa. A colega e amiga Laura, dedicara-se a tempo inteiro e com imensa competência, às entrevistas e aos serviços administratrivos que atingiam uma dimensão parecida à de um ministério. Júlia, nas relações com o exterior, em particular as que se avolumavam e relacionavam com os assuntos políticos, com os "media" , com os negócios bancários, quase não lhe sobrava tempo para a família.
                      Fernando sentia a mesma preocupação: o acompanhamento e organização do trabalho dos distibuidores, as reuniões respeitantes à distribuição e ao lançamento de novas iniciativas também lhe linitava o tempo  fora da fundação. Após um dia de actividade muito intensa na FAP - atendera jornalistas, solucionara dois casos de policia relacionados com alguns distribuidores e resolvera problemas da frota de de carros de serviço - quando regressava com Júlia a casa, disse-lhe:
                                - Júlia, quase não temos tempo de para falar com os nossos filhos, para vermos os nossos pais, os nossos amigos, Deixámos os empregos na fábrica para nos dedicarmos a tempo inteiro à fundação, as horas da semana que devem ser só nossas  vão desaparecendo, temos de falar sobre isto e procurar uma alternativa.
                                 - Tens razão - disse Júlia cenquanto conduzia o carro por ente o emaranhado do transito intenso - não tenho dúvida, felizmente nós continuamos em sintonia. Hoje de manhã tinha decidido falar contigo sobre êsse assunto.
                                 - Ainda bem - disse Fernando, reticente.
                                 - Pensaste nalguma solução?
                                 - Pensei - respondeu Fernando - parece-me que a solução começa pela decisão lógica de delegarmos noutra gente uma parte do que estamos fazendo.
                                 . Concordo, não deverá ser difícil encontrar uma alternativa - disse Júlia..

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