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sexta-feira, 30 de março de 2012
Folhetim - Sonho de sorte - 72 -
XXIX
A direcção da FAP foi iinundada com pedidos vindos de todo o país. Sacos e sacos de correspondência afluiam todos os dias à sede quase sem excepção requerendo simples ajudas de auxílio monetário ou exprimindo pretensões de diversas entidades, desde as de modestas aldeias no interior do país até às de hosopitais, de corporações de bombeiros, de conventos, de igrejas, etc.. A todos, sem excepção, a FAP respondia com uma carta tipo, informando que as ofertas atingiriam em breve outras zonas da o país.
O reforço financeiro não diminuira, aumentara no último mês com três grandes prémios em duas semanas. O saldo à ordem e a prazo no banco, foi o ponto principal da ordem do dia na primeira reunião de Setembrol. Júlia, nesse dia a moderadora, abriu a sessão:
- Já falamos uns com os outros sobre os saldos das nossas contas bancárias. Antes de ouvir as vossas propostas apresento uma: começarmos a pensar noutra indústria, com a mesma intenção que norteou o primeiro investimento: produzir artigos que estamos importando, que sejam muito vendáveis, produzi-los intensamente, com o máximo de qualidade e preço competitivo. Como sabeis, temos dois colaboradores trabalhando nesta prospecção e até êste momento as ideias naão têem faltado. Na nossa próxima reunião conto trazer propostas mais concretas. Fernando?
- Partindo desta prospecção, teremos algumas ideias para os produtos que poderemos fabricar. Pensamos, atendendo ao mercado em perspectiva, que se justifica de imediato o investimento em curso na fábrica de pão e farinhas alimentícias. A proposta que vos apresento é a de adquirirmosa ao município de Almada o terreno que está ao lado do que foi adquirido. Oiçamos aagora o que nos diz a doutora Laura.
- Bem, tenho duas propostas: a primeira é que, dado que vamos fabricar diversos artigos que na actualidade são importados do estrangeiro, poderíamos investir em pontos de venda para êsses artigos. Há um supermercado médio à venda, o preço que pedem não me parece muito elevado e o estudo económico que fizemos demonstra que a amortização desse investimento se poderá fazer em dois ou ainda menos, se ampliarmos bastante a gama de produtos em produção nas nossas fábricas. A segundo proposta: que cativemos dois milhões de contos para realizar a zona comercial a implantar no lugar do supermercado a adquirir. Miguel?
- De acordo convosco, fiz o inquérito exaustivo da actividade dos distribuidores. Conclusões principais: onze revelaram-se habilitados para trabalhar nas fábricas, catorze pretendem ingressar em cursos técnicos, dois pedem serviço menos pesado e dois vão abandonar a FAP no fim deste mês. Dos novos admitidos, vinte e quatro, apenas um não satisfez e foi dispensado.
- Bem - continuou Júlia - dentro de meia hora temos a visita dos homens do ministério da indústria e comércio.
Como era normal, no final das reuniões de direcção, Júlia ficava mais uns minutos na sala, com o marido, comentando a reunião finda. Dessa vez perguntou-lhe:
- Pensaste naquilo que falámos hoje quando viemos para cá?
- Sim...Até estive para abordar o assunto nesta reunião mas nem tínhamos tempo nem estava na ordem do dia.
- Fernando, diz o que pensas.
- Olha Júlia, cada dia que passa me convenço mais que há alguma coisa que me quer ocupar a atenção, o espírito e a razão, algo que quer transbordar de mim, duma forma que é um imperativo para mim encontrar as palavras e ideias que o difinam.
- Tenho igual sensação querido! Pela reacção que sinto quando vejo o trabalho dos distribuidores e mais ainda quando participo nesse trabalho.
- Podemos fazer muito mais, não o sentes?
- É isso! É isso mesmo! Podemos fazer muito mais!
Nesse momento, Fernando e Júlia deram as mãos, sorrindo, mergulaando pelos olhos um no outro, ambos recomeçando a falar quase ao mesmo tempo.
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