- O grande objectivo da FAP é e continuará a ser o do auxílio aos necessitados, através da distribuição de ofertas. Veja bem, senhor director, as nossas fontes de financiamento poderão esgotar-se um dia, é o mais natural que suceda. Um pôço de petróleo tem uma reserva que os geólogos calculam hoje com grande segurança. Mas nós não temos meios de conhecerquando secará esta fonte que tem suprido todo o financiamento que a nossa fundação necessita. Este investimento e os que se lhe seguirão, destinar-se-ão a conseguirmos outras fontes de financiamento.
- Engenheiro Garcia, têem-me dado informações muito variadas, algumas contraditórias, outras inverosímeis, sobre a distibuição das vossas ofertas. Poderá informar-me de forma resumida,como actuam, como escolhem os contemplados, que pessoal contratam? - interpelou José Marques.
- Desde o primeiro dia, no Novembro passado, contamos com colaboradores e colaboradoras que contratámos após entrevistas rigorosas seguindo um padrão que vamos aperfeiçoando. Exigimos no mínimo o nono ano de escolaridade, idade sem limite, carta decondução que, em casos particulars poderá não ser exigida. Pretendemos também um mínimo de sensibilidade em relação a certas condições da vida da população. Desta forma contratámos, além do pessoal que trabalha aqui na sede, cinquenta e seis homens e mulheres.
Fernando continuou a responder a perguntas do jornalista, perguntas que incidiram quase atéao final da entevista, em pormenores sobre a acção dos distribuidores, episódios ocorridos e reacções mais frequentes dos beneficiados. No final o director do jornal, abandonou o seu lugare despediu.-se:
_ Senhores diretores, em nome do meu jornal, atradeço.-vos muito esta entrevista. Dentro em breve servirá debase para um dos artigos de fundo no jornal quedirijo -e desligando o seu gravador, acrescentou - confesso que me sensibilizou muito a acção que esta fundação exerce e oxalá
possam concretizar no futuro todos os vossos projectos.
XXVI
Na sexta-feira seguinte, dia da usual reunião onde compareciam o chefe da distribuição e os quatro directores e sub-directores, Julia foi a primeira a tomar a palavra:
- Decerto leram o artigo defundo de há dois dias e que o jornal do Porto publicou, artigo escrito pelo senhor José Marques, nossa visita na segunda-feira passada. Êsse artigo, muito elogioso para a FAP, resultou do que o director do jornal viu e do que escutou nesse dia. Fica como exemplo de como devemos receber e informar quem nos visita, como devemos preparar com digbnidade a recepção e a visita dos que se interessam por conhecer a obra desta fundação. Ñão sei se concordarão, o artigo do jornal pareceu-me escrito de forma exemplas, relatando na verdade o que o director do jornal viu e ouviu, de forma singela, desafectada, sem o recurso ao elogio barato e hipócrita ou a frases de apoio levantando fumos de suspeições. Pelo que propoho que convidemos êsse jornal, numconvite endereçado ao seu director, para uma outra reportagem, desta vez no exterior, para conhecer e acompanhar a acção dos nossos distribuidores. Concordam?
- Todos concordaram. E Fernando acrescentou:
- A doutora Júlia, com a isenção a que me acostumou durante quinze anos - disse, sorrindo para a espôsa - definiu com justeza , a bondade, sem exgero, daquele artigo de fundo dum dos jornais mais prestigiados do país. Aproveito para fazer-.vos um apelo no sentido de aproveirarmos todos os apoios que a imprensa, as rádios e as televisões nos possam conceder, nunca recusando entrevistas ou visitas e sempre dentrodas normas já dfinidas e acordadas.
E, após consultar a sua agenda:
- Mudando para outro ponto da nossa reunião, doutora Laura, podemremos conhecer o estado das nossas finanças?
(continua)
Sem comentários:
Enviar um comentário