- Como poderá um governo conceder à FAP milhões de contos? Há promessas nesse sentido?
- Ainda não. Porém talvez não passe um ano para que se concretizem.
- A senhotra directora pode explicar um pouco mais aos teleespectadores como conseguirá convencer um governo a entregar milhões de contos à FAP? - e Júlia respoondeu:
- Vou apenas referir um facto que talvez leve o governo a conceder fortes sobsídios a esta fundação: a deininnuição de desemprego para níveis baixíssimos , nas zonas onda a FAP actua e actuará.
- Já conseguiram baixar o desemprego onde têem actuado?
- De certeza. Peça à vossa empresa que faça um inquérito ao desemprego e à diminuição do subsídio de desemprego em Cacilhas, Almada e Caparica, após estes meses de acção da FAP. Entretanto, no futuro, mercê dos nossos investimentos, as surpresas neste domínio irão ser mais, muito mais.
- Que investimentos serão êsses?
- Começaremos pela investigação, por uma pequena indústria e - continuou Júlia - estamos estudando diversas alternativas.
- Quantas pessoas já trabalham nesta fundação?
- No primeiro mês contratámos cinquenta distribuidores além de três pessoas para a administração. Neste momentos êsse número mais que duplicou.
-. É notável o que me diz senhora directora. Projectam contratar mais trabalhadores nesse retmo de admissóes? - perguntou Clara Renato.
- Êste grupo que agora reunimos é, digamos, a base do grupo que colaborará no que ambiciomámos que a FAP faça no futuro. Todos formam já um grupo exemplar.
- Senhora directora, poderá explicar aos nossos telespectadpres porque chama grupo exemplar?
- Com tanto dinheiro na mão de tanta gente, tlivemos apenas três casos de desvio de fundos no primeiro mês, dois no segundo mês e somente mais um em cada mês. Êsses cinco primeiros casos estão todos resolvidos sem haver necessidade de despedimentos nem de recurso aos tribunais.
- Quer dizer, não há roubos nem corrupção dentro da fundação?
Sem se perturbar, Júlia respondeu:
- Posso mostrar-lhe as fichas de todo o pessoal, para o comprovar.
- Qual o segredo a que atribui êsse sucesso?
. È um pouco complicado para quem não conhece a FAP mas simples e eficiente para todos nós. Agora apenas vos posso dizer que o nosso sistema se baseia em dois pontos: estebelecer uma comunicação quase permanente com todos os nossos colaboradores e não desprezar qualquer ideia ou opinião.
- Pode-nos explicar êsse milagre de conseguir comunicar con tanta gente?
- Não é milagre nem fomos njós que o inventámos, embora talvez o tenhamos melhorado. É o sistema de consulta e discussão em pirãmide, deve conhecer o processo. Cada grupo de oito colaboradores reune-se todas as semanas, durante uma hora , com o respectivo orientador ou mederador, o qual apresenta sempre um relato simples e resumido do que se passou na reunião, propostas, etc..
Clara Renato disse algumas palavras de agradecimento a Júlia, e deu por finda a primeira entrevista e filmagem. A reportagem ficou completa com uma visita às instalações da sede da FAP, visita intercalada com pequenas entrevistas nos gabinetes e salas por onde passavam, terminando no refeitório da fundação, a essa hora quase repleto.
XXIII
Se o leitor chegou até aqui por capricho, paciência ou simples interesse pela história, terá curiosidade na abordagem e esclarecimento de alguns pontos.
Pensando e relendo o que relatei, sonho e fantasia parecem ser as bases de tudo o que está escrito. Pareço-vos cada vez mais dcidido a convencer-vos de que o sonho e a fantasia podem e irão converter-se em realidade económica perfeita, politicamente inatacável e ideal para a sociedade.
Porém, qual o sonho que não se pode converter em realidade ? Dir-me-ão que poderáo existir muitos. Se entretanto me derem um exemplo, farei sempre a mesma pergunta: tem a certeza? E as respostas a esta pergunta repetem-se, é naural que se baseiem em probabilidades. No entanto, se há pobabilidade, por ínfima qaue seja, o acontecimento é possível. Ou que as respostas se baseiem nos argumentos "isso não pode acontecer" ou "nunca se viu nada disso". Porém a história universal está cheia de de efemérides fantásticas, que um dia antes muita gente dizia que não poderiam acontecer. Ou, se escasseiam outros argumentos, invoca-se a alienação do contador da história, com gracejos ou mofas mais ou menos pesadas.
Passemos à fantasia e à sua transformação em realidade.
(continua)
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