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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 104 -



                    - Não chegaste a explicar porque estamos todos os dias a ser roubados!
                    - Devido à inflação, como outro dia vos expliquei. Mas, em relação ao dolar: vocês sabem que o dólar é agora a moeda mais empregue em quase todo o mundo, para os países pagarem o que compram a outros. Muito pouco comércio internacional recorre aos pagamentos noutra moeda, como a o libra ou o marco. A razão é a mesma, têem mais confiança no dólar. Essa confiança resultou, em grande parte, de que até há poucos anos os governos americanos garantiam o dólar com o ouro que tinham no cofre central dos Estados Unidos, na cidade Fort Knox. Se um país o desejava, podia trocar os dólares que tinha por ouro. Porém, se não estou em êrro, por volta de mil novecentos e setenta, a sangria de ouro era tanta que os americanos  dos Estados Unidos resolveram acabar com o padrão ouro. A garantia do ouro acabou de uma penada, sem que dessem satisfações a ninguém Claro que a dívida americana ao exterior continuou e vai continuar a aumentar. A confiança no dólar vai diminuindo e, fiados que o dólar ainda seja a melhor, a mais fiável moeda de troca, os americanos contimuam a fabricar e a pôr em circulação cada vez mais milhares de milhões de dólares. A China é já o principal credor, atté dizem que êsse país é agora o banqueiro dos americanos, pela riqueza em dólares que acumularam.

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                  Se acreditarmos na capacidade para aprender, duma criança, ela não se esquece de nós. E, a partir daí, nós teremos de aprender mito mais para lhes ensinar.



                                                                  XLVI

              Para o primeiro encontro a realizar no centro de pensamento e criatividade (CPC), na tarde da terça-feira seguinte, foram convidados os directores, alguns dos ditribuidores e Carlos, cuja presença fora alvitrada pela esposa Laura. Iniciando o encontro, Júlia declarou:
                      - Sugiro que nêste centro não se façam discuros, nem que um dia o papa aceite um convite nosso. Nestes encontros discutiremos um ou dois dos temos propostos, que constituirá uma base para trocarmos ideias, pensamentos e, se possível, incluirmos a criatividade que os temas possam induzir. Proponho que êste seja o único artigo do código a vigorar no centro e que o director ou subdirector  da FAP que participe em cada encontro, reporte o essencial do que se diga, das ideias apresentadas e discutidas e que a imaginação dos presentes possa ter criado. Um resumo de quatro ou de cinco linhas para que não represente um sacrfício, como lembrança para os nossos arquivos - e Júlia ainda acescentou - Neste como em todos os futuros encontros conversaremos sentados ou de pé, sem formalidades, num único grupo, sempre que assim o desejemos. Claro que haverá liberdade para nos separarmos ou até, se nos apetecer, ficarmos isolados, para descansar ou pensar durante alguns minutos, sem interferências , quando assim o quiserem. Proponho que entemos no tema de hoje, o pensamento.
              O Manuel Guedes aproveitando a pausa de Júlia, disse:
                         - Doutora Júlia, deixe-me inaugurar a nossa conversa de hoje.Pensamento pressupõe pensar, uma das faculdade dos nossos cérebros. Podemos pensar nas actividades essenciais das nossas vidas, no nosso dia a dia, como nos alimentamos, como dormimos, como nos vestimos. E podemos pensar nas atitudes, nos caracteres, nas qualidades nos defeitos.
                         - Mas também podemos pensar como gastamos o pouco que temos para gastar, pensar na ginástica financeira no fim de cada mês - disse o distribuidor José Maria.
             Para evitar que o tema seofresse desvios, Fernando continuou:
                         - Onde é que se deverá ensinar a pensar?            
             Laura aproveitou a deixa:
                         - Os pais, todos os pais, devem ensinar os filhos a pensar, se possível desde que abrem os olhos. A escola deverá complementar o ensino dos pais.
                         - A escola que temos ensina os miúdos a pensar? Muitos pais pouco se interessam!      
                         - É importante lembrarmo-nos que muitos pais não têem condições para tanto, Nem condições nem formação. Ou porque chegam a casa estafados pelo trabalho que tiveram no emprego, a estafa dos transportes,  as contrariedades que sofreram ao longo do dia ou porque nos seus tempos de infância e adolescência ninguém se importava com êles. Para esses, a maioria na actualidade, a escola é importantíssima.
                           - Mas hoje, o ensino nas nossas escolas ficou degradado. Por vezes, pouco ajuda.
                           - Não é assim em todas as escolas, há colégios e escolas onde o ensino é exemplar. E o ensino  nessas escolas deveria servir de exemplo e não representar apenas excepções.
                Todos se interessavam, ninguém se separando do grupo que sentara â mesa. Um dos distribuidores, o Freitas da Silva pediu a palavra:
                           - Talvez a definição mais correcta para pensar seja reflectir, porque pensar vem do latim  "pendere", pender, inclinar.
                 O Freitas da Silva colaborava na fundação há pouco tempo, fôra seleccionado pela Manuel Guedes que, conhecendo bem o "currivulum" do Freitas informou:
                           - Não se admirem desta ou doutras intervenções do Feitas da Silva, frequenta o quarto ano de direito. Voltemos ao pensamento, lembro que, se dizemos sem ironia, que um indivíduo é um pensador é porque o seu pensamento vai muito mais além do que pensar como há de dar a laçada nos aatacadores dos sapatos ou nas diferentes formas de fritar as batatas para o jantar.
                 As intervenções sucediam-se, os mais tímidos aventuravam-se. E outro distribuidor, o Eduardo Fernandes comentou:
                            - Para mim, o mais importante é o que a doutora Laura referiu, a escola deve complementar o ensino proveniente dos pais. Eu, tenho dois filhos no liceu, sei bem que na escola os miúdos não aprendem a pensar, tão pouco aprendem a estudar. Eu e a Rosa, a minha esposa, durante a semana temos pouco tempo para os acompanhar nos estudos, vemos como são mal aproveitadas todas aquelas horas que passam no liceu. É vulgar ouvirmos muitos pais dizerem o mesmo.
                              - Parece-me que muitos dos que têem filhos em idade escolar sentem o mesmo que o Eduardo e a esposa, falta-lhes tempo para dar toda a formação que ambicionam para os filhos. É uma das razões porque os enviam para a escola. Lá vai o tempo em que as mães passavam os dias em casa. Agora, além de mães são também, em muitos casos, empregadas domésticas, professoras,ou outras profissões e companheiras dos maridos no sofá e na cama.
(continua)            

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