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domingo, 13 de maio de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 113 -

                         - Ele mostrou que sabe bem avaliar as pessoas e as empresas. Saberá decerto valorizar a FAP. Fernando, concordo contigo, também me parece que o melhor será tentarmos que apareça por cá.
           No dia seguinte, às novc de manhã desse ensolarado, bem luninoso dia de Novembro, foram recebidos na palácio de Belém, pelo presidente da república- Após as apresentações e saudações da praxe, o presidente disse-lhes:
                          - Através das informações prestadas pelos nosso assessor para os assuntos sociais, o doutor José Queiroz, que, se não estou en êrro, vos visitou há dois meses atrás, pela leitura de vários documentos incluidos na pasta que tiveram a bondade de me enviar, parece-me ter ficado com conhecimento suficiente sobre a fundação para ajuda ao pôvo. Não sendo economista, a primeira dúvida que me surgiu foi sobre os financiamentos, base das vossas receitas. Na primeira  folha desssa pasta, referem que as receitas foram provenientes de prémios e ganhos em jogos. Não duvido mas gostaria que me explicassem um pouco mais êste milagre.
                  O presidente, advogado com formatura na faculdade de direito de Lisboa, depois de estagiar num nos mais considerados escritórios de advogados de Portugal, passara a dedicar-se quase a cem por cento à política, movimentando-se  com persistência dentro do partido socialista. A revolução de Abril libertou-.o da prisão de  Caxias, onde a pide, alguns anos antes, o prendera por actividades consideradas subversivas pelo antigo regime ditatorial.
                   Júlia não demorou a responder:
                               - Senhor presidente, tudo o que relatamos na pasta que lhe entrgámos, representa a base e a realidade do que  é a fundação. Os documentos existentes nos arquivos da FAP e nos dos bancos, comprovam a proveniência de todas as nossas receitas. Todos os prémios ganhos foram depositados nas contas bancárias da fundação, sem qualquer excepção.
                   O presidente folheeou as duas ou três primeiras páginas contidas na pasta e disse:
                                - A vossa acção benéfica estendeu-se a uma parte considerável da população de vários concelhos, as dádivas  tèem continuado.  No futuro, não estarão a criar espectativas infundadas em toda essa gente?
                   Todas as considerações e perguntas que o presidente fizera até agora, haviam sido previstas. Fernando respondeu a esta última:
                                 - Esperamos que não, senhor presidente. As receitas que temos obtido vão pouco a pouco tendo outras provemiências. Contamos no presente com diversas actividades industriais que proporcionarão contribuições razoáveis. Esperamos, dentro de um ano, não necessitarmos dos favores da sorte, sempre incertos. O senhor presidente permitir-nos-á que aproveitemos esta nossa visita para lhe apresentar dois pedidos.
                    Sempre que as circunstâcias não o obrigavam a respostas contundentes, o presidente usava da diplomacia que aprendera e cimentara em mais de vinte anos de democracia activa e na experiência acumulada nos negócios do Estado. Quando os ventos lhe eram favoráveis não se comprometia mas animava os pretendentes.
                                 - A vossa obra merece todo o apoio pssível desta presidência e suponho que também do governo.. Digam-me o que pretendem.
                   Pelo intercomunicador, o presidente ordenou que fossem servidos cafés. E Júlia disse:
                                 - Senhor presidente, antes de lhe responder, permita que lhe apresente o que se passa nesta época, na FAP.
                   O presidente manteve-se na expectativa, o que animou mais a resposta de júlia:
                                 - A fundação para auxílio ao pôvo,tem agora mais de duzentos colaboradores, direcção incluida nêste número. Dentro de um ano é possível que cheguemos aos quatrocentos, se a fábrica de veículos elécticos entrar na segunda fase de laboração. Alguns concelhos vizinhos das autarquias já beneficiadas, poderão ser incluidas na nossa actividade. Se o governo também nos apoiar, a obra da fundação terá uma expressão ainda mais signiticativa e que decerto servirá de exemplo e incentivo para todo o país. Ê o nosso primeiro pedido: que nos conceda os seus bons ofícios junto daquelas autarquias e junto do governo para o fomento e ampliação da obra da FAP.
                                  - E o segundo pedido?
                     Fernando retirou da sua pasta algumas folhas e informou o presidente:
                                  - Segundo o Instituto Ncional de Estatística, em dados fornecidos na semana passada, o desemprego, há catorze meses, na zona agora beneficiada pela FAP, era de sete virgula quatro por cento. E o INE informou-nos que o desemprego naquela zona está reduzido a cinco vírgula quatro por cento. Mas o mais importante é que dininuíu de modo significativo o número de famílias e pessoas no limiar da pobreza, o que se reflecte, segundo notícias que temos e que as autarquias poderão confirmar, em todos os sectores económicos da região. O nosso segundo pedido vai no sentido de que o governo estabeleça uma dotação anual para a FAP que permita manter e ampliar a sua actividade.
                    O presidente voltou a consultar algumas folhas do "dossier" e perguntou:
                                    - Em vossa opinião de quanto deverá ser essa dotação?
                                    - Um milhão de contos será um incentivo e apoio razoável, uma boa ajuda.  
                                    - Tomarei na devida conta os vossos pedidos - disse o presidente tomando notas na sua agenda - depois de amanhã falarei com o primeiro ministro e lembrar-me-ei das vossas propostas. A obra dessa fundação merece o meu apoio.
                                    - Agradecemos o interesse de vossa excelência. Se fosse possível, gostaríamos que observasse directamente toda a obra da FAP junto daquelas populações - disse Fernando.
                     O presidente levantou-se, a nossa visita terminara. Despediu-se:
                                    - Senhores directores, não prometo para quando, tenho a minha agenda muito carregada. Aflirmo-vos que estou muito interessado em aceitar o vosso convite. Avisá-los-ei com antecedência suficiente.
(continua)  

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