No dia seguinte Fernando chegou mais cedo, às oito horas já tinha os mapas de trabalho corrigidos. Passados poucos minutos, todos os chefes de secção estavam a postos, procedendo à distribuição das diferentes tarefas. Responsavel pela coordenação e ordenação do trabalho, há tres anos que ali se empregara, tendo acima de si na hierarquia da fábrica, apenas o director e proprietário.
Ao fim da primeira volta de inspecção, a secretária chamou-o através do telemovel:
- Engenheiro Fernando, chamam-no ao telefone, é do stand de automoveis, têm urgència em falar consigo!
- Etelvina diga-lhes que lhes ligo dentro de um ou dois minutos.
Não tardou a telefonar para o vendedor do carro que iria adquirir:
- Bom dia, diga-me o que se passa, já podemos ir levantar o carro?
- Engenheiro Fernando há um problema com o banco e, conforme combinámos ontem à tarde...
- Que se passa, não me diga que há problema com o cheque!
- Bem, disseram-me que o bilhete de lotaria que ali depositou nem sequer tem a terminação...Que houve confusão da sua parte, o primeiro prémio da lotaria saíu no seis mil duzentos e trinta e um e o seu bilhete, tem o número mil trezentos e vinte e seis, Pedem que vá ao banco assim que puder.
Ficou atónito. Telefonou de imediato ao gerente do banco, o Cunha, seu conhecido desde o primeiro dia de trabalho na fábrica.
- Senhor Cunha, que se passa com o cheque que entreguei para comprar o automovel e que o banco devolveu ao stand de automoneis?
- Engenheiro Fernando o bilhete que aqui deixou, está branco, houve decerto confusão da sua parte. Lembra-se que após me entregar o bilhete o depositei no cofre dentro dum envelope lacrado, como sempre procedo em casos semelhantes? De manhã assim que cheguei aqui ao banco, telefonei à Santa Casa para confirmar o prémio. Responderam-me de lá que o primeiro prémio foi para o Pôrto...
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