Conto os dias, faço as contas
Eu que nunca soube fazer contas, da vida, na minha vida
Eu que ponho sempre o eu acima de ti,
Porque já esqueci o que é embalar uma criança
E a inquietação que me provocava, a mim, criança, uma trovoada
E o sussurro que produz uma palmeira agitando os seus ramos
Ou a conversa dos pássaros nos jacarandás
Que mal conto os meses e os anos
Que classifico de irrisório um segundo ou um minuto
Que sinto o peso do ferro, do bronze, da moeda
Mas não sinto a leveza da sinceridade
Nem o peso da hipocrisia
Não saio à rua para condenar a maldade
Nem para apregoar pelas ruas e pelas vielas
Que muito devo por ser livre, por viver em liberdade.
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