Um mês depois de Fernando entrar para a escola, o proprietário faleceu. A professora Graciete recomeçou a dar as aulas, assoberbada com os alunos das quatro classes, dividida entre o ensino, um namoro tempestuoso com um comerciante da cidade e a saúde já muito precária da mãe. As deficiências do ensino na escola, mantiveram-se durante os quatro anos que Fernando a frequentou. Pelo que, com nove anos de idade, pouco antes de terminar a quarta classe, o seu pai, ciente das fracas habilitações escolares do filho, contratou um professor amigo, que deu lições suficientes a Fernando para o habilitar com sucesso à admissão ao liceu local.
Apesar da preparação sofrivel que levsva do ensino primário, cumpriu o primeiro ano com a média de dez valores, passando à tangente em todas as disciplinas. Melhorou, num progresso contínuo, as classificações, terminando o último ano liceal entre os melhores do seu curso. Entrando sem dificuldade na faculdade de engenharia e escolhendo a especialidade de engenharia de máquinas, concluiu o curso com uma das melhores classificações, sendo convidado em 1995, para trabalhar numa fábrica de acessórios e complementos para automóveis.
Júlia Silvestre, nascida em Angola em Janeiro de 1991, casada com Fernando. Alta, esguia, de cabelo tão negro que o contraste com o cabelo e as sobrancelhas negras lhe realçavam o tipo de mulher portuguesa, numa cara bonita que nunca necessitava de "batons" nem de carmins para concentrar nela os olhares dos colegas nos tempos da vida universitária e de todos os homens que agora se cruzavam com ela, na rua. Vestia com a elegância natural que numa mulher induz sempre a ideia de bom gosto e "aisance". Não usava nem gostava de usar qualquer joia para adorno, raramente se detinha nas montras para admirar brincos, pulseiras, colares ou aneis.
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