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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Sonho de sorte - 3

Decorria o último ano do século vinte.
Fernando, com aquela sua forma de sorrir onde adivinhava alguma reserva,sentou-se junto a uma mesa do café. Carlos esperava-o com muita curiosidade, despertada pelo telefonema que recebera de manhã.
Os dois, amigos de longa data, conheceram-se quando tinham a idade de onze anos. Partilharam na adolescência muitas aventuras, passaram muitos verões namesma praia e, na universidade, acompanharam o mesmo grupo de amigos, nas passeatas, nos festejos e nas horas de estudo. Cimentaram uma amizade resistente, duradoura e leal. E que conservaram, já trintões e com famílias constituidas.
Mal se sentara Fernando disparou:
-Na noite passada tive um sonho. Não sei que pensar... Não sei se não é mais que uma fantasia...
-A fantasia é gratis, o pensar uma coisa rara. Recordares um sonho revela pelo menos, que o sonho te afectou. Sonhaste com desastres, complicações, viagens ao futuro?
-Parece-te simples, mas quanto mais recordo o sonho...
Um cauteleiro aproximou-se. Fernando olhou-o e, com ar muito espantado, disse-lhe:
-Venda-me um bilhete inteiro, quanto é? - e pagou, recebendo o bilhete.
Mais admirado ficou Carlos. Nunca vira Fernando comprar lotaria, jogar em qualquer jogo.
- E quanto dá o primeiro prémio? - peguntou Fernando
- Vinte mil contos! Há horas de sorte! - respondeu o cauteleiro.

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