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sábado, 28 de janeiro de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 21- (autor: Alberto Quadros)

                      - Laura, não estamos a tratar de negócios com qualquer sujeito ou sujeita!
             Mas Laura  insistia:
                      - Julia, como é, passas a ser uma milionária sem pasta? - e Carlos, condescendente, acalmando os ventos:
                      - Laura, deixa-os proceder como queiram, aliás de certeza que não vão ganhar mais nada, eu continuo a não acreditar em sonhos...
                      - Os sonhos - disse Fernando - têm sempre um significado, rezam os tratados dos senhores psicólogos. Do que recordo de Freud, ele dizia e defendia que os sonhos reflectem experiências inconscientes, desejos reprimidos...
             Julia atalhou:
                      - Sim, contudo essa teoria não menciona este dá e tira, dá-te agora uma data de massa, em seguida obriga-te a tirá-la do bolso e entregá-la a um felizardo qualquer.
             E Fernando:
                      - Diz-me Julia, não ficaste contente por eu ter oferecido cem contos ao empregado do restaurante? Não gostaste de ver a expressão dele quando lhe entreguei os papeis do prémio do
totoloto?
                      - Sim, saí do restaurante como que aliviada, sentia-me vaidosa ao ver  que todos os empregados presentes e muitos clientes te olhavam de forma aprovadora, até houve palmas! Mais uma vez o meu marido me surpreende.l Confesso-te Fernando, não esperava que aproveitasses tão depressa esta oportunidade!
                      - Supõe agora, Julia, que teremos vinte ou trinta mil contos doutro prémio para dar, não
será que , depois de os distribuir, ainda nos sentiremos melhor?
             Carlos interrompeu:
                      - Isso não acontece..l.Ninguém tem assim tanta sorte, sorte a pedido não aparece, nem sonhamos de acordo com os nossos desejos...
             Entrando no novo tema de convesa, Laura disse:
                      - Eu é que não tenho sorte alguma, não me aparece um homenzinho nos meus sonhos. Eu não acredito na sorte, acredito no destino marcado, como diz a letra daquele fado antigo. -  e o marido, argumentando com ar trocista:
                      - Mas querida, essa é a atitude mais burguesa, a sorte é um conceiro imaginário, já o era para os gregos que, na sua mitologia representavam a sorte pelas três Moiras ou Parcas, figuras tenebrosas e que seriam as obreiras do tecido da vida de cda cidadão, utilizando a Roda da Fortuna como tear. A roda marcava a posição boa ou má da sorte do individuo. Se a roda parava numa posição mais acima ou mais abaixo, assim se julgavam os gregos com mais ou com menos sorte. Já a mitologia romana encarava a sorte de forma muito diferente, acreditavam menos no destino, para eles a sorte dependia da deusa Fortuna, dos seus favores, não do acaso, sendo a Fortuna, como mulher, sensível à audácia, à ousadia, à virilidade....
                      - Tu tambem tens a fortuna dessa tua enorme memória! - interrompeu-o Fernando.
(continua)

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