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domingo, 22 de janeiro de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 15

          Ao meio-dia Fernando foi ao banco e não tardou a ser recebido, pelo Cunha, o gerente. Quando o atendeu já tinha o envelope que continhe o bilhete em cima da secretária.
             - Lembra-se o que eu escrevi por extenso nas costas do envelope o número do bilhete?
             - Sim, então não é o seis mil duzentos e trinta e um? - perguntou Fernando.
             - Não. Como vê , aqui está escrito o número do bilhete que se encontra dentro do envelope, é o mil trezentos e vinte e seis. Aliás vamos já confirmar, pode verificar que esse bilhete está branco...- disse o Cunha, rasgando o envelope, extraindo o bilhete e entregando-o a Fernando..
             - Senhor Cunha, desculpe esta confusão, se me sair outro prémio vou ter mais cuidado - disse Fernando depois de olhar para o bilhete.
             - Engenheiro Fernando Garcia, suponho que quer comprar um automovel, não há problema, se necessitar de crédito resolve-se já o assunto.
             - Não, muito obrigado, vou aguardar mais uns dias... Boa tarde. Desculpe-me uma vez mais.
          Fernando despediu-se e saíu do banco pouco conformado com todo aquele imbróglio.

          No restaurante, depois de se sentar à mesa, Julia, que o esperava, desabafou:
              - Então, não demores mais, não trazes bôa cara, algum problema no banco?
              - Sim, fiz uma grande confusão, afinal os vinte mil contos fugiram para o Pôrto, no banco o gerente explicou-me tudo, tal e qual como o vendedor do carro nos contou...- e relatou a conversa com o Cunha.
              - O quê? Mas se tu me disseste que ouviste na televisão, não acredito que te tenhas enganado dessa forma. Olha lá tens a certeza que o Cunha é homem sério?
              - Tenho, como já te disse, é pessoa de confiança. Aliás, êle meteu o bilhete dentro do envelope à minha vista e eu vi-o escrever lá o número...Olha, paciência, foi uma daqueles erros sistemáticos que todos temos às vezes, sobretudo em momentos de nervosismo ou de inquietação.
           As surpresas, bôas ou más, são sempre inesperadas. Raramente concretizam desejos, fantasias ou sonhos persistentes. Por vezes, trazem lágrimas, outras vezes conforto, alegrias. Se nos desesperam com a realidade, estão a medir a nossa força e têmpera. Se nos provocam admiração, espanto, incredulidade, fazem-nos crer mais, avivam-nos as esperanças nas nossas convicções sobre o futuro.       

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